Confira mais um capítulo da série que investiga o que o Brasil tem feito nesta área.
Nessa terça-feira, 16, lançamos no Olhar Digital uma série sobre o Programa Espacial Brasileiro, criado em 1994 para capacitar o país em tecnologias que beneficiem a sociedade. No texto de ontem, explicamos o que rege o trabalho de exploração e controle espacial e como o setor tem se estruturado ao longo dos anos.
Hoje vamos falar sobre alguns dos projetos gerados pela Agência Espacial Brasileira, mantenedora do programa. Em 18 anos de atuação, foram colocados em órbita dois Satélites de Coleta de Dados (SCD1 e SCD2) e outros três - do modelo CBERS - derivados de uma parceria de 10 anos firmada com a China, cooperação inédita no setor mundial. Um quarto satélite já ‘está no forno’ e deve ser lançado em breve, ainda sem previsão.
De acordo com a AEB, o foco da atuação espacial permanece na criação e desenvolvimento de foguetes de sondagem, usados em pesquisas e testes, e em spin-offs (tecnologias desenvolvidas no campo espacial que encontraram aplicações em outros setores industriais). E é este o caso dos exemplos abaixo.
Selecionamos seis projetos que vão além do estereótipo ao qual um centro espacial está normalmente atrelado, ou seja, foguetes e satélites. Descobrimos que lá também são fabricados instrumentos para decomposição de combustível, forno para crescimento de ligas, metais e semicondutores e até brocas odontológicas.
Confira:
Minitubo de calor: Este dispositivo é réplica do testado na “Missão Centenário”, em 2006. O experimento enviado à Estação Espacial Internacional continha dois minitubos de calor. A principal função de um tubo deste é transportar o calor concentrado em uma região mais quente para uma região mais fria, de forma a manter o controle de temperatura sobre toda a superfície. Ele é um eficiente meio de transporte de calor para controle térmico de equipamentos em ambiente espacial. A aplicação desta tecnologia, no cotidiano, é a utilização de tubos de calor na construção de fornos mais eficientes para padarias. Além disso, ela permite a construção de fornos energeticamente mais econômicos e com temperatura mais homogênea diminuindo desta forma a perda de matéria prima na indústria petrolífera.
Desenvolvimento: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Radiômetro: Os radiômetros medem a radiação solar global e foram construídos para serem utilizados em Plataformas de Coleta de Dados (PCDs). O principal elemento do radiômetro é a célula solar, cuja tecnologia foi desenvolvida no âmbito do Programa Espacial. Atualmente, esta tecnologia é aplicada na medição da radiação ultravioleta (UV), em equipamentos urbanos que indicam o nível de radiação no local. Servem de alerta à população para possíveis danos causados pela exposição excessiva aos raios solares.
Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Laboratório de Microeletrônica da Universidade de São Paulo(LME-USP).
Catalisadores: São materiais responsáveis pela decomposição do combustível. A maior parte dos satélites em órbita utiliza o sistema de propulsão a propelente líquido para operações de correção de órbita e posicionamento. Os catalisadores de Irídio, Rutênio e Ir-Ru suportados em aluminas especiais foram desenvolvidos no Brasil para uso no Programa Espacial. A pesquisa permitiu a criação de novas tecnologias empregadas em capturas de CO2 e de catalisadores para redução de outros elementos poluentes causadores do efeito estufa e de mudanças climáticas.
Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Petrobrás
Pinos, buchas e sistema de abertura de painéis solares dos satélites: No ambiente espacial, os satélites não podem operar com o uso de lubrificantes e graxas convencionais devido à sua evaporação nas condições de alto vácuo. Pesquisadores brasileiros estudaram as propriedades do diamante, em especial, o Diamond-Like Carbon (DLC), que apresenta baixíssimo coeficiente de atrito, e a solução encontrada foi utilizá-lo como lubrificante sólido para abertura de painéis solares dos satélites.
Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Fibraforte
Brocas Odontológicas: Resultado direto do desenvolvimento e pesquisa para novos materiais aplicados para abertura dos painéis solares dos satélites, essas brocas odontológicas de ultra-som são, hoje, peças presentes nos consultórios odontológicos de todo o País.
Fabricante: Empresa CVDentus
Forno Multiusuário para Solidificação: Um forno de solidificação multiusuários para crescimento de ligas, metais e semicondutores com pontos de fusão de até 800oc, testado em voo suborbital, no foguete VSB-30 fabricado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IAE/DCTA). O forno voou nas missões Cumã I e II e levou em seu interior um experimento piloto para solidificação em microgravidade de uma liga semicondutora com importantes aplicações tecnológicas, como detectores para a faixa do infravermelho termal (como as ondas emitidas pelo corpo humano), usados em câmeras de satélites meteorológicos.
Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Do: Olhar Digital.
reprodução |
Nessa terça-feira, 16, lançamos no Olhar Digital uma série sobre o Programa Espacial Brasileiro, criado em 1994 para capacitar o país em tecnologias que beneficiem a sociedade. No texto de ontem, explicamos o que rege o trabalho de exploração e controle espacial e como o setor tem se estruturado ao longo dos anos.
Hoje vamos falar sobre alguns dos projetos gerados pela Agência Espacial Brasileira, mantenedora do programa. Em 18 anos de atuação, foram colocados em órbita dois Satélites de Coleta de Dados (SCD1 e SCD2) e outros três - do modelo CBERS - derivados de uma parceria de 10 anos firmada com a China, cooperação inédita no setor mundial. Um quarto satélite já ‘está no forno’ e deve ser lançado em breve, ainda sem previsão.
De acordo com a AEB, o foco da atuação espacial permanece na criação e desenvolvimento de foguetes de sondagem, usados em pesquisas e testes, e em spin-offs (tecnologias desenvolvidas no campo espacial que encontraram aplicações em outros setores industriais). E é este o caso dos exemplos abaixo.
Selecionamos seis projetos que vão além do estereótipo ao qual um centro espacial está normalmente atrelado, ou seja, foguetes e satélites. Descobrimos que lá também são fabricados instrumentos para decomposição de combustível, forno para crescimento de ligas, metais e semicondutores e até brocas odontológicas.
Confira:
Minitubo de calor: Este dispositivo é réplica do testado na “Missão Centenário”, em 2006. O experimento enviado à Estação Espacial Internacional continha dois minitubos de calor. A principal função de um tubo deste é transportar o calor concentrado em uma região mais quente para uma região mais fria, de forma a manter o controle de temperatura sobre toda a superfície. Ele é um eficiente meio de transporte de calor para controle térmico de equipamentos em ambiente espacial. A aplicação desta tecnologia, no cotidiano, é a utilização de tubos de calor na construção de fornos mais eficientes para padarias. Além disso, ela permite a construção de fornos energeticamente mais econômicos e com temperatura mais homogênea diminuindo desta forma a perda de matéria prima na indústria petrolífera.
Desenvolvimento: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Radiômetro: Os radiômetros medem a radiação solar global e foram construídos para serem utilizados em Plataformas de Coleta de Dados (PCDs). O principal elemento do radiômetro é a célula solar, cuja tecnologia foi desenvolvida no âmbito do Programa Espacial. Atualmente, esta tecnologia é aplicada na medição da radiação ultravioleta (UV), em equipamentos urbanos que indicam o nível de radiação no local. Servem de alerta à população para possíveis danos causados pela exposição excessiva aos raios solares.
Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Laboratório de Microeletrônica da Universidade de São Paulo(LME-USP).
Catalisadores: São materiais responsáveis pela decomposição do combustível. A maior parte dos satélites em órbita utiliza o sistema de propulsão a propelente líquido para operações de correção de órbita e posicionamento. Os catalisadores de Irídio, Rutênio e Ir-Ru suportados em aluminas especiais foram desenvolvidos no Brasil para uso no Programa Espacial. A pesquisa permitiu a criação de novas tecnologias empregadas em capturas de CO2 e de catalisadores para redução de outros elementos poluentes causadores do efeito estufa e de mudanças climáticas.
Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Petrobrás
Pinos, buchas e sistema de abertura de painéis solares dos satélites: No ambiente espacial, os satélites não podem operar com o uso de lubrificantes e graxas convencionais devido à sua evaporação nas condições de alto vácuo. Pesquisadores brasileiros estudaram as propriedades do diamante, em especial, o Diamond-Like Carbon (DLC), que apresenta baixíssimo coeficiente de atrito, e a solução encontrada foi utilizá-lo como lubrificante sólido para abertura de painéis solares dos satélites.
Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Fibraforte
Brocas Odontológicas: Resultado direto do desenvolvimento e pesquisa para novos materiais aplicados para abertura dos painéis solares dos satélites, essas brocas odontológicas de ultra-som são, hoje, peças presentes nos consultórios odontológicos de todo o País.
Fabricante: Empresa CVDentus
Forno Multiusuário para Solidificação: Um forno de solidificação multiusuários para crescimento de ligas, metais e semicondutores com pontos de fusão de até 800oc, testado em voo suborbital, no foguete VSB-30 fabricado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IAE/DCTA). O forno voou nas missões Cumã I e II e levou em seu interior um experimento piloto para solidificação em microgravidade de uma liga semicondutora com importantes aplicações tecnológicas, como detectores para a faixa do infravermelho termal (como as ondas emitidas pelo corpo humano), usados em câmeras de satélites meteorológicos.
Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Do: Olhar Digital.
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