Juiz das Execuções Penais diz que transferência de mensaleiro para Jataúba é "atípica".
Pedro Corrêa será transferido para Pernambuco foto: Gil Vicente/DP |
O emprego com salário de R$ 5 mil, horário flexível e jornada de trabalho de segunda a sexta-feira pode ficar só no desejo do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP), condenado a sete anos e dois meses pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no escândalo do mensalão.
Preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, e com autorização para ser transferido para Pernambuco, ele deve encontrar problemas na Vara de Execuções Penais (VEP) local para incluir como destino a cadeia pública da cidade de Jataúba, a 218 km do Recife. Médico por formação, Corrêa recebeu oferta de trabalho do prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), para atuar no Programa Saúde da Família (PSF) da cidade, localizada a 36 km de Jataúba.
O juiz da 1º Vara de Execuções Penais de Pernambuco, Luiz Gomes da Rocha Neto, ainda aguarda o processo para definir o local de cumprimento da pena, mas adiantou que “é atípico uma pena ser cumprida numa cadeia pública”. Ele também disse que “Jataúba só entra no contexto dos interessados”. A cidade foi escolhida por Pedro Corrêa, apesar de não figurar entre as unidades prisionais com direito ao regime semiaberto para os presos, porque a mulher dele, Adélia Corrêa, é proprietária da pousada Solar da Paixão, em Brejo da Madre de Deus, cidade localizada a 25 km de Jataúba.
Até o fim da tarde de ontem, Luiz Gomes da Rocha ainda não havia recebido nenhuma documentação com os encaminhamentos do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, e, segundo ele, o estado tem quatro unidades com capacidade para atender o regime semiaberto. Elas estão localizadas nos municípios de Itamaracá, Canhotinho, Salgueiro e Petrolina. Delas, a mais próxima de uma residência do ex-deputado é Itamaracá, já que ele possui apartamento de cobertura na orla de Boa Viagem, no Recife. A cadeia pública de Jataúba tem capacidade para 18 presos. Hoje, existem 12 pessoas cumprindo pena no local. Segundo o Ministério da Justiça, Pedro Corrêa ainda não foi transferido por falta de voos comerciais.
Do: DP.