quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Foragido da Justiça é capturado em Pau Amarelo.

  Clayton Leandro dos Santos foi encontrado com dois quilos de maconha e uma pistola.


  Um foragido da Justiça de Pernambuco foi capturado no início da tarde desta quarta-feira (18) por policiais civis da Delegacia do Ibura, na Zona Sul do Recife. Clayton Leandro dos Santos, de 26 anos, foi encontrado no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, com dois quilos de maconha e uma pistola 9 milímetros.
 Clayton possuía um mandado de prisão em aberto pela prática de homicídio. As investigações apontaram que ele estava morando em Pau Amarelo. Clayton foi autuado por tráfico de entorpecentes e pelo porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Até o final da tarde ele segue para o Centro de Triagem e Observação Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.
Da: Folha PE.

Policial civil é encontrado morto em Itamaracá.


  O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga, nesta quarta-feira (18) a morte de um policial civil encontrado morto no campo do Jagandeiros que fica em Jaguaribe, na Ilha de Itamaracá, no Grande Recife, nessa terça (17). José Vicente de Lima Filho, 43 anos, foi encontrado dentro de um carro, modelo Prisma, sem roupas e com marcas de tiros e facadas.



  De acordo com informações, o policial trabalhava na Delegacia de Abreu e Lima, também na Região Metropolitana. Ainda segundo informações, Vicente teria sido visto na noite anterior acompanhado de duas mulheres, de nomes não revelados, e que o crime teria sido cometido por um travesti com quem ele estaria se relacionando, a arma do policial não foi encontrada.



  A assessoria de imprensa da Polícia Civil de Pernambuco enviou uma nota de pesar à imprensa na manhã desta quarta-feira. No comunicado, informou que o policial estava na instituição havia 10 anos. O corpo dele será sepultado às 15h, no Cemitério Parque das Flores, na Zona Oeste do Recife. José Vicente deixa três filhos.

http://mais.uol.com.br/view/8bak1uywu0n2/policial-civil-e-encontrado-morto-em-itamaraca-04028D1B3272DCB14326?types=A&

Do: NE 10.

Prefeito de Itamaracá ameaça popular na Baixa Verde.

 Fomos informados por nossos leitores, que um Homem conhecido por Abelardo foi ameaçado pelo prefeito Paulo Batista, no dia 17/09/13, por volta das 08:00 horas, fato acontecido na Rua Ana Albertina, na Baixa Verde, segundo o homem, o mesmo foi ver o que a motoniveladora a serviço da prefeitura estava fazendo naquele local e verificou que a máquina estava rebaixando novamente o "leito" de sua rua, o senhor indagou ao motorista o porquê daquilo e mostrou a ele os três desníveis que a citada rua já sofrera. 

  Neste momento o Senhor Abelardo foi surpreendido por uma buzinada, percebera que era uma Ford/Ranger, branca e percebera que era o carro do prefeito, que de imediato desceu do carro e já foi empurrando a vítima e gritando com o senhor  "Abelardo você é um P. mesmo, só serve para nos atrapalhar, eu estou melhorando a rua, não atrapalhe o serviço" o Senhor Abelardo se disse surpreso com a atitude do governante, o motorista da pá carregadeira  que faz o serviço de manobra de areia do armazém do prefeito desligou a máquina e veio correndo vendo a a vítima ser empurrada pelo prefeito, o operador da motoniveladora ficou pasmo. 

   Nesta hora o nosso prefeito, virou-se para o motorista da motoniveladora e disse "Se ele atrapalhar passe por cima dele e se ele ficar na frente atropele ele, não pare mesmo, sou eu que estou mandando", após falar isto o prefeito entrou na sua Ranger branca e saiu do local, parando ao lado da motoniveladora, gritando repetiu as ordens indo embora, o Senhor Abelardo se dirigiu ao Ministério Público, mas como ainda não havia promotor, o mesmo foi orientado a procurar a Delegacia de Polícia e prestar queixa, para depois voltar ao Ministério Público.

Do: Itamaracá em foco.

Ciclista morre atropelado por ônibus na BR-101, em Abreu e Lima.

  O acidente aconteceu na manhã desta terça-feira e a vítima

 era um homem de 18 anos.


  Um ciclista morreu atropelado por um ônibus ao tentar atravessar a BR-101, no quilômetro 50, nas proximidades do centro de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. 

   O acidente aconteceu na manhã desta terça-feira (17) e a vítima era um homem de 18 anos.
O homem não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no local do acidente.

Do: JC Online.

Mulher tenta assassinar marido a facadas em Itamaracá.

   A tentativa de homicídio ocorreu na noite da última

 segunda-feira (16).


  Leandro Martins dos Santos, 33 anos, sofreu tentativa de homicídio na noite da última segunda-feira (16), em residência localizada na Rua Cortês, na ilha de Itamaracá. 

   A vítima foi agredida a golpes de faca pela esposa Laudicéia Maria da Silva, de 43 anos.

  Após a tentativa de homicídio, ele foi encaminhado ao Hospital Miguel Arraes, em Paulista, onde deu entrada às 21h45 do mesmo dia. 

  O quadro de saúde da vítima não foi repassado para a imprensa. Não há informações sobre possível prisão da acusada. 

Do: JC Online.

MPF denuncia ex-prefeito Paulo Volia de Itamaracá por improbidade administrativa.


  O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco ajuizou ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito do município de Itamaracá Paulo Geraldo Xavier mais conhecido como Paulo Volia. O ex-gestor é acusado de não repassar ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) as contribuições descontadas dos empregados da prefeitura e contribuintes individuais, omitir ao INSS informações quanto às remunerações pagas aos segurados e de não comprovar o recolhimento de contribuição patronal. A responsável pelo caso é a procuradora da República Mona Lisa Duarte Ismail.

  Segundo consta na ação, as irregularidades aconteceram no período entre janeiro e dezembro de 2008, época em que o acusado era prefeito de Itamaracá. Fiscalização realizada pela Receita Federal comprovou o delito ao comparar informações dos empregados da prefeitura declaradas em GFIP e na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) com os balancetes de despesas apresentadas pelo município, bem como com informações do site da Secretaria do Tesouro Nacional e do Ministério da Previdência Social. O prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 2,2 milhões (valor atualizado em maio deste ano).

   A ação destaca que a conduta improba do ex-gestor feriu os princípios da administração pública, especialmente o da legalidade e moralidade. Para o MPF, o ex-prefeito praticou ato de improbidade administrativa, visto que suprimiu os repasses de contribuições previdenciárias, deixando o município inadimplente diante do INSS. A conduta também afronta os deveres de honestidade e a lealdade do gestor público, uma vez que a situação de inadimplência impede o repasse de verbas federais, causando prejuízos para a população do município.

   Também foi ressaltado na ação que o ex-gestor violou o dever de legalidade, pois seus atos contrariaram obrigações exigidas pela legislação. Ainda que parcelados os débitos tributários, os prejuízos ao interesse público já se concretizaram.

   As sanções previstas na lei para atos de improbidade administrativa são o ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio (caso isso tenha ocorrido), perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, bem como pagamento de multa e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de cinco anos.

Do: DP.

Casal é preso no Grande Recife por negociar filha de 2 anos no Facebook.

  Cariocas foram flagrados ao entregar criança em metrô de Jaboatão, PE.

  Eles pediram R$ 3,5 mil pela garota a uma mulher, que acionou a polícia.


Menina será levada para o Conselho Tutelar de Jaboatão dos Guararapes (Foto: Luna Markman/G1)
Menina será levada para o Conselho Tutelar de Jaboatão
dos Guararapes (Foto: Luna Markman/G1)
  Um casal de cariocas foi preso em flagrante, na noite desta terça (17), ao tentar vender a filha de 2 anos em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A negociação foi feita por meio do Facebook com uma mulher de Campina Grande (PB), que resolveu denunciar o caso à Polícia Civil de Pernambuco e ao Ministério Público da Paraíba.

  De acordo com a delegada da Infância e Juventude da Paraíba, Nercília Quirino, a mãe da criança postou, na última sexta (13), um comentário sobre a vontade de doar a filha em um grupo aberto do Facebook. "Uma mulher de Campina Grande se interessou e começou a conversar com a carioca, que depois passou a mostrar sinais que queria dinheiro em troca da menina. Ela disse que precisava de dinheiro para viajar até a Europa, onde iria se prostituir. Quando percebeu que o assunto era sério, decidiu denunciar o crime", explicou Quirino, que participa das investigações no Recife.

  Em acordo com policiais de Pernambuco e da Paraíba, a denunciante combinou um encontro com os pais da menina, na noite de hoje, em frente a uma estação de metrô no Centro de Jaboatão. No local, a criança seria entregue mediante pagamento de R$ 1,5 mil e um notebook. Eles também receberiam R$ 2.000, pagos em dez parcelas. Após fechar a negociação com a mulher, o casal foi preso. O flagrante ocorreu por volta das 19h.

  "O homem não participou das conversas na rede social, mas estava presente na hora da entrega, com a menina nos braços", contou o delegado da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) do Recife, Geraldo da Costa.

   O casal foi levado para a GPCA, na Zona Oeste do Recife, onde irá prestar depoimento. Segundo a polícia, a mulher de 23 anos disse trabalhar como manicure e homem, de 40 anos, como mototaxista. Eles foram procurados, mas não quiseram falar com a reportagem. "A criança está bem agora, antes mostrava-se muito apática, não sorria nem chorava. 

   A mãe não mostrou nenhum tipo de apego nem amor à menina", afirmou o delegado. A criança nasceu no Rio, mas morava com os pais em Pernambuco. Ela será levada para o Conselho Tutelar de Jaboatão dos Guararapes.

Delegados Geraldo Costa e Nercília Quirino estão à frente do caso (Foto: Luna Markman/G1)
Delegados Geraldo Costa e Nercília Quirino estão à frente
do caso (Foto: Luna Markman/G1)
  O casal, que não vive mais junto, foi autuado em flagrante por entrega de filho a terceiro mediante pagamento ou recompensa, crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A polícia arbitrou fiança de R$ 15 mil para a mãe e R$ 15 mil para o pai. Se não puderem pagar, a mulher será levada à Colônia Penal Feminina, no Recife, e o homem ao Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana. Eles podem pegar um pena de até quatro anos de reclusão.

  A polícia informou que a denunciante do caso não será indiciada. "A moça tem uma filha biológica da idade da menina [negociada], é voluntária de um abrigo de crianças vítimas de violência, em Campina Grande, e se interessou pelo caso. Nós não a vemos como participante no crime. Ela percebeu que o crime ia acontecer, foi levando situação e correu para fazer denúncia. Ela teve muita coragem", comentou a delegada Nercília Quirino.

  Ao G1, a denunciante contou que estuda serviço social e entrou no perfil sobre adoção para trabalhos científicos da faculdade. "Na sexta, vi o post da mãe da menina e achei estranho alguém oferecer adoção na rede social. Falei com ela para saber o real interesse. No começo, ela pediu R$ 5 mil. Eu disse que não tinha. No domingo, ela me procurou e fechamos o valor. Todo o contato foi pela internet, ela até mandou fotos da garota. Hoje, procurei o Ministério Público e a polícia. Estou me sentindo aliviada por ter mudado o futuro dessa criança", detalhou.

  A Polícia Civil ainda informou que o casal tem uma filha de 5 anos e o homem, outra de 18 anos. As duas também serão encaminhadas ao Conselho Tutelar.

Do: G1/PE.

Obra de pavimentação parada no Janga há três anos.


Dona de casa Maria de Fátima, 62 anos, mora no bairro há mais de três décadas e se preocupa com a demora na conclusão do calçamento. Foto: Mariana Fabrício/Esp.DP/D.A Press
 Dona de casa Maria de Fátima, 62 anos, mora no bairro há mais de três décadas e se preocupa com a demora na conclusão do calçamento. Foto: Mariana Fabrício/Esp.DP/D.A Press.
  



















  Uma obra de pavimentação iniciada na rua Antônio Miranda de Souza, localizada no Janga, Paulista, está parada há três anos. Materiais utilizados para calçar a via, mato e lama se acumulam no local causando transtorno para pedestres e motoristas. O ponto mais crítico é no cruzamento com a rua Edson Regis, onde uma poça impede a passagem de veículos. Residentes utilizaram o fórum de jornalismo colaborativo do Pernambuco.com, Cidadão Repórter, para denunciar e cobrar que o serviço seja retomado.

  A dona de casa Maria de Fátima, 62 anos, mora no bairro há mais de três décadas e se preocupa com a demora na conclusão do calçamento. "Vieram aqui com a proposta de progresso, mas esse ficou estacionado. Nossa rua não era calçada, mas era plana, nossas calçadas eram bonitas e organizadas, mas depois ficaram com muita lama e difícil para caminhar. Está um desmando. Nós estamos entregues às moscas", desabafa.



  
  Sem condições necessárias para passar pela pista, motos e bicicletas utilizam o espaço destinado ao pedestre para atravessar. "É um transtorno. Sempre passam na minha calçada, que já está toda quebrada. A água empoçada não seca mais e nem caminhão passa por aqui", afirma o morador Geovane da Silva, de 28 anos.

  A professora Silvana Soares, 50 anos, conta que algumas pessoas que desconhecem o problema tentam passar pelo meio da via, mas ficam pelo meio do caminho. "Já vi vários carros atolados nesse cruzamento. Até caminhão já ficou preso. Muita gente arrisca por aqui, principalmente a noite, mas é impossível atravessar", conta.

  Procurada pelo portal, a Prefeitura da cidade afirmou, através de nota que a empresa responsável pela execução da obra não seguiu o cronograma previsto. De acordo com o órgão, a Secretaria Municipal de Infraestrutura irá cancelar o contrato com a instituição. "A atual gestão municipal vai realizar uma nova licitação para definir quem vai dar sequência ao serviço. A expectativa é que a obra seja retomada no início do próximo ano", garante.

Do: Pernambuco.com.

Empresas de ônibus do Grande Recife são processadas pelo MPT.

  Ações são devido às condições de trabalho de motoristas e cobradores.

 Em 5 anos, INSS concedeu quase 5 mil benefícios para profissionais.


MPT denunciou à imprensa a situação dos trabalhadores nesta terça. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
MPT denunciou a situação dos trabalhadores nesta terça.
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
 O Ministério Público do Trabalho em Pernambuco está entrando com ações civis públicas contra as 18 empresas de ônibus da Região Metropolitana do Recife devido às condições de trabalho as quais são submetidos motoristas e cobradores. Os detalhes das ações foram divulgados na manhã desta terça-feira (17).
  A procuradora Vanessa Patriota explicou que as empresas estão sendo acionadas individualmente, levando-se em conta dados do INSS e de um estudo feito pelas Universidades de Pernambuco (UPE) e Federal de Pernambuco (UFPE). "Temos um primeiro bloco com sete ações, que entramos semana passada. Até o final de setembro, vamos entrar com as outras. Dependemos de relatórios que estão sendo concluídos", detalha.
  A pesquisa foi feita com 19 empresas de ônibus, mas apenas as 18 que atuam junto ao Grande Recife Consórcio de Transporte estão sendo acionados. Até o momento, o MPT entrou com ações contra as empresas Cidade Alta, Viação Mirim, CRT, Itamaracá, Pedrosa, São Judas Tadeu e Cruzeiro. “Uma empresa de microônibus acabou sendo incluída, mas ela não faz parte do nosso objetivo. Nosso foco nesse trabalho, que começou em dezembro de 2011, é o trabalhador da Região Metropolitana do Recife”, explica Patriota.

  Um dos dados que chamou a atenção dos procuradores foi o alto número de benefícios concedidos a cobradores e motoristas de ônibus - foram quase cinco mil desde 2009. De acordo com dados do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), são aproximadamente 14 mil cobradores e motoristas que atuam no Grande Recife. "É importante lembrar que esses são afastamentos maiores que 15 dias. Licenças médicas de dois, seis dias, são 'invisíveis' para o INSS", destaca a procuradora.

Procuradora do Trabalho Vanessa Patriota (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Procuradora do Trabalho Vanessa Patriota (Foto: Katherine
Coutinho / G1)
 A maior parte dos benefícios foi concedido por problemas osteomusculares, como hérnia de disco e lombalgia, seguido de traumas e fatores psicológicos. “Na pesquisa feita com os motoristas e cobradores, 68% deles revelaram já ter sido assaltados, muitos mais que uma vez, e aproximadamente 70% disseram não se sentir seguros no local de trabalho. Isso somado ao estresse, trânsito, você entende porque crescem os números de pessoas afastadas com depressão”, pontua Vanessa Patriota.
  Os casos de excesso de carga horária também são alarmantes, aponta o procurador do Trabalho Leonardo Mendonça. “Não temos o número exato, pegamos dez dias de trabalho de todas as empresas. Cheguei a ver profissionais trabalhando 18 horas em um dia, além de vários trabalhando 16 horas todos os dias. Na hora que um motorista dorme no volante, o policial não pergunta há quantas horas ele está trabalhando.”, afirma o procurador.
  A carga horária permitida por lei é de oito horas diárias e 44 horas semanais, sendo que são permitidas até duas horas extras por dia. “O problema é que essa hora extra é institucionalizada, é normal fazer o ‘tabelão’. Não sabemos exatamente a porcentagem, mas sabemos que são muitos. O que era para ser um caso extraordinário, virou regra. Você tem um subdimensionamento do número de profissionais necessários para o sistema, o que prejudica o próprio serviço prestado à população”, alerta Mendonça. Outro caso frequente é quando se concede folga somente após o sétimo dia trabalhado, enquanto a lei prevê seis e descanso no sétimo. "Quando você divide isso pelo ano todo, percebe que ficam sete dias a menos de folga", afirma Mendonça.
Pesquisa da UPE e UFPE e dados do INSS embasam ações do MPT. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Pesquisa da UPE e UFPE e dados do INSS embasam
ações do MPT. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
  O excesso de carga horária foi constatado através de dados passados pelo Grande Recife, explicou a procuradora Vanessa Patriota. “Para tirar o ônibus da garagem, o cobrador e o motorista têm que passar o cartão, assim como para devolver. Isso tudo fica registrado no sistema. O Grande Recife tinha a responsabilidade de fiscalizar isso, mas não o fez, por isso ele está sendo réu também em cada um dos processos destinados às empresas”, detalha Patriota.

  Em caráter liminar, o MPT está pedindo que seja respeitado o limite de horas trabalhadas pelos profissionais. "As condições de trabalho, como apoio reguláveis para os pés, motores no fundo do ônibus, cadeiras ergonômicas, pedimos em caráter definitivo", explica a procuradora. Há ainda denúncias de descontos indevidos, como casos de abater do salário danos aos coletivos. "Imagine em dia de jogo, que tem depredação, você descontar do trabalhador porque outro danificou? São casos de algumas empresas, casos isolados, por isso que as ações são para cada um individualmente", aponta.

Béda Barkokébas admite que não tinha noção dos problemas enfrentados pelos motoristas e cobradores. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Barkokébas admite que não tinha noção dos problemas
dos motoristas e cobradores. (Foto: Katherine Coutinho/G1)
  Mudança cultural
O coordenador do Departamento de Segurança e Higiene do Trabalho da UPE, professor Béda Barkokébas, admite que, antes da pesquisa, não acreditava quando ouvia as denúncias sobre as condições de trabalho. "Quando a procuradora me falou, eu não acreditei, mas quando fui fazer a pesquisa, mudei até minha atitude. Ao levar uma 'fechada' de um motorista de ônibus, penso que aquela pessoa está trabalhando há mais de oito horas, muitas vezes faz a refeição partida, dividindo a marmita para comer um pouco em cada parada. Não me irrito mais", conta.

  O objetivo principal é a mudança da cultura de trabalho a qual os motoristas e trabalhadores estão submetidos no Grande Recife, ressalta a procuradora do MPT, Vanessa Patriota. “Nosso primeiro levantamento foi feito com cinco empresas em maio de 2012, em que identificamos as péssimas condições de trabalho. Propusemos então um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que foi negociado durante quatro meses, com reuniões a cada 15 dias. Para nossa surpresa, as empresas não assinaram. Por isso, tivemos que entrar com as ações civis públicas”, afirma a procuradora do Trabalho.

  O trabalho junto às universidades visava também a elaboração de cartilhas educativas e capacitações para diferentes setores das empresas de transporte, a fim de orientar sobre como deveriam ser as condições de trabalho. “Sabemos que muitas vezes a questão é relacionada a desinformação. Nossa proposta era dar um retorno à sociedade, nossa intenção sempre foi educar. Esse trabalhador por vezes quer fazer esses horários a mais porque pensa que está se matando para o filho estar na universidade. O problema é que ele está vendendo a saúde dele. Lá na frente, é ele quem paga ficando doente”, aponta a professora Laura Martins, do Laboratório de Ergonomia e Design Universal da UFPE.

  A professora aponta ainda problemas quanto a posição para o trabalho, em especial dos cobradores, que muitas vezes não tem apoio para os pés ou os apoios não são reguláveis. "Você tem também as gavetas, onde guardam dinheiro, ocupando espaço deles. Fora isso, o primeiro troco do dia é do bolso do próprio cobrador, nem o dinheiro do troco as empresas dão. Ao longo do dia é que o profissional vai recebendo de volta", conta Martins.

  Procurado pelo G1, o sindicato das empresas de transporte, Urbana-PE, informou que as empresas ainda não foram notificadas. Através de nota, explicou que as companhias têm levado em conta sugestões e críticas construtivas, com o objetivo de ajustar procedimentos e adequar as frotas, dentro dos seus limites. O sindicato ainda afirmou não ter havido uso de critérios técnicos e embasamento científico na pesquisa encomendada pelo MPT.
Confira abaixo a íntegra da nota:

  "A Urbana-PE registra que as empresas integrantes do sistema têm absorvido sugestões e críticas construtivas, ajustando procedimentos e adequado suas frotas, dentro dos seus limites, em decorrência das conclusões do grupo de trabalho criado para debater tais questões desde o segundo semestre de 2012. As empresas franquearam livre acesso aos contratados do MPT aos terminais e locais de trabalho dos operadores para que todas as condições em discussão pudessem ser verificadas. As poucas que foram solicitadas para as diligências, receberam visitas esporádicas onde não foram observados embasamento científico e critérios técnicos para extrair amostragem, tendo sido aleatória.

  O setor atravessa momento de importante transição que causará impactos expressivos na operação. O processo licitatório que definirá novas regras de operação dos BRTs e demais serviços ainda não foi concluído criando indefinições em relação ao futuro do sistema, o que inviabilizou a assinatura dos TACs propostos.
  A primeira licitação publicada já estabelece novos critérios para a frota, incluído, inclusive, soluções para alguns pontos levantados pelo MPT.
  O sindicato reafirma o posicionamento sobre o cumprimento da regularidade da jornada de trabalho. Motoristas e demais componentes do setor trabalham 44 horas por semana e podem, excepcionalmente, prestar serviços em até 56 horas, ou seja, 44 horas normais e 12 horas extras por semana, conforme autoriza a legislação.
  Todos os rodoviários contam com intervalo intra jornada de, no mínimo, 01 hora e, no máximo, 02 horas por dia. Entre duas jornadas, há um repouso regulamentar de 11 horas, ao menos.
  Por fim, a Urbana-PE reitera seu compromisso com a melhoria dos serviços prestados, assim como, em resolver questões quanto ao ambiente e jornadas de trabalho dos seus colaboradores."
Do: G1/PE.