domingo, 8 de abril de 2012

Artistas temem que a Copa do Mundo e a Fiat ameacem o folclore na Zona da Mata.

Maracatu Estrela de Ouro de Aliança. Imagem: Ricardo Fernandes/DP/D.A.Press
 
Ricardo Fernandes/DP/D.A.Press

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Festival Nação Cultural em Goiana - PE. Assista ao vídeo. Imagens: Carolina Santos/DP/D. A Press


Centenas de anos na paisagem monotemática da cana-de-açúcar fizeram o homem da Mata Norte produzir uma diversidade de cores e ritmos, com grupos de maracatu de baque solto, cavalo-marinho, caboclinhos, ciranda. As dezenove cidades que fazem parte da região estão prestes a passar por mudanças profundas. Há uma fábrica da Fiat a caminho - com a promessa de empregar 4,5 mil trabalhadores -, uma fábrica de vidros - gerando mais 1,9 mil empregos - e a Hemobrás, que emprega cerca de mil trabalhadores em sua construção. Isso sem contar as várias outras empresas fornecedoras que devem se instalar na área por conta dessas indústrias. Ao que tudo indica, o futuro reserva uma completa mudança nos meios de produção ecônomica da região. O que as usinas “moeram” culturalmente nós já conhecemos, mas como a arte popular pode ser afetada pela mudança na economia?

Um dos receios de produtores e brincantes é de que com as mudanças, a longo prazo, as manifestações populares diminuam ou virem espetáculos folclóricos desenraizados de suas origens. A dinâmica da cultura poderia ter seu processo alterado pela rápida transformação econômica.


Com ampla vivência na Mata Norte, o músico Siba acredita que a força de vontade dos brincantes não vai deixar a cultura popular fenecer. “Ninguém é dono da cultura. Acabaram os engenhos, vieram as usinas (de cana-de-açúcar), as pessoas foram viver na cidade e o maracatu não morreu. O cavalo-marinho sofreu uma queda, mas ainda vive. Ter emprego nunca é ruim, só quem está de fora é que acha bonito passar fome”, diz. “Se houver uma troca das fábricas com a cultura daqui, ótimo. Mas o exemplo de outros lugares mostra que a tendência é de que as fábricas se instalem e esmaguem o resto”, continua.


O músico Cláudio da Rabeca, que desde 2004 se apresenta com o grupo de cavalo-marinho do mestre Biu Alexandre, em Condado, vê com cautela as mudanças. “Estilizar a cultura popular é perigoso. Mas é importante que as empresas que vão se instalar colaborem com os grupos e produtores”, diz. “Se os brincantes forem trabalhar nas fábricas, pode haver uma mudança prática. Hoje, as pessoas que trabalham na cana ficam meses sem emprego, o que não acontece na indústria”, diz. “A longo prazo vai haver mudanças, só não sei se para melhor ou para pior”, vaticina.

Desejo de voltar a cirandar
O pequeno vilarejo de Trigueiros, em Vicência, tem pouco menos de dois mil habitantes. Com poucas exceções, a população trabalha com a cana-de-açúcar de agosto a janeiro. O resto do ano sobrevive por conta das ações assistencialistas do governo, como o Bolsa Família. A diversão é pouca, quase inexistente. Não precisa de muita pesquisa para saber que a televisão é a grande fonte de entretenimento, com antenas parabólicas em quase todas as casas. Música só na Festa de Reis e no São João. Há cinco anos, Trigueiros ganhou o respaldo de ser uma comunidade remanescente de quilombolas e luta para recuperar também sua identidade cultural.

Atualmente, o único grupo atuante é o de capoeira, que reúne cerca de vinte jovens. As aulas começaram despretensiosamente na escola há três anos, mas, até dez dias atrás, nunca havia se apresentado com música ao vivo - o que aconteceu no Festival Nação Cultural, do governo do estado. As aulas de capoeira de Angola que tiveram com o mestre Sapo, de Olinda, deu novo ânimo para os jovens. “É como tentar reaver o que nossos antepassados faziam”, acredita Felipe Charles, 20, estudante do Projovem e trabalhador da cana. O presidente da associação de Trigueiros, João Milanez da Silva, acredita que, no futuro, as fábricas da região possam ajudar no desenvolvimento local. “Vamos tentar capacitações para que os moradores daqui trabalhem nas indústrias”, adianta.


Na comunidade ribeirinha da Povoação de São Lourenço, onde os moradores vivem da pesca, a luta é para não deixar a ciranda morrer. “A minha geração não chegou a viver a ciranda, o coco. Quem me ensinou foi a minha mãe, que foi ensinada pela mãe dela, mas ninguém mais brincava na rua. Agora é que estamos tentando resgatar as apresentações, ensinando as crianças”, conta Gedália Maria da Silva, a dona Dadá, que no ano passado montou um grupo de ciranda com cerca de vinte meninas. “Falta incentivo, mas estamos indo atrás. Acho que as fábricas que vão ser instaladas na região podem melhorar a qualidade de vida de todo mundo, e a cultura vai acabar sendo beneficiada”, diz.

 
Produtores articulados

Em termos de articulação, os produtores da Mata Norte já estão prontos para receber os investimentos futuros. A região é a segunda em número de projetos aprovados pelo Funcultura (o principal edital na área em Pernambuco), atrás somente da Região Metropolitana do Recife. Nos últimos três anos, a região formou cerca de 70 produtores culturais pelo Movimento Canavial, que reúne 130 pessoas da Mata Norte, o que gerou R$ 3 milhões. A Fiat é vista hoje como uma grande promessa para apoiar a cultura popular local.

Um projeto para o próximo São João, em Goiana, já foi produzido e será apresentado à empresa no final do mês. A ideia é que a Fiat libere recursos por meio da Lei Roaunet, que oferece incentivos fiscais para ações na área de cultura. “A Fiat é uma das maiores patrocinadoras do Brasil. É do histórico da empresa investir nas cidades em que tem fábricas instaladas”, diz, confiante, o produtor Afonso Oliveira, idealizador do Movimento Canavial. “A nossa vontade é trabalhar com as indústrias que vão ser implantadas aqui. Se a cultura local não estiver organizada, a cultura que vier vai se impor”.


O produtor cita o Litoral Sul, com as fábricas em Suape, como um exemplo a não ser seguido. “A cultura popular da região não entrou em sintonia com as indústrias. Empresários de Suape me disseram que nunca foram procurados por produtores locais. Os projetos culturais acabam indo para o Sul e o Sudeste”, diz. “O que a gente vê hoje, em Ipojuca, no Cabo de Santo Agostinho e em Ribeirão são shows de axé. Nada contra, mas a cultura popular é prejudicada”.


A mudança das usinas para as fábricas está sendo vista como uma boa oportunidade. “A maioria dos brincantes está, direta ou indiretamente, ligada às usinas, do plantio à moagem. Mas, apesar da pujança econômica, as usinas de açúcar apoiaram pouco a cultura popular, com poucas exceções”, encerra.

Fonte: Diario de Pernambuco. 

Três das cinco vítimas de acidente no Agreste de PE eram parentes.

Batida aconteceu na tarde deste domingo, na BR-232, em Pernambuco.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, foi uma colisão frontal.

 

Três dos quatro ocupantes do Cross Fox que se envolveu em um acidente, na tarde deste domingo (08), na BR-232, no Agreste pernambucano, eram parentes: o casal Edilberto Rodrigues de Souza e Maria Edná França Rodrigues; e a filha deles, Erika Maria França Rodrigues. O quarto passageiro do veículo e que também morreu foi o namorado da jovem, Leandro Carvalho.
Acidente na BR-232, no Agreste de Pernambuco (Foto: Cirano Veras / Acervo pessoal)Acidente aconteceu nesta tarde, na BR-232, no Agreste de Pernambuco (Foto: Cirano Veras / Acervo pessoal)
   De acordo com Wellington Carlos da Silva, primo das vítimas, a família tinha ido visitar um dos filhos de Edilberto de Souza que mora em Maceió (AL) e estava voltando para Santo Antônio de Lisboa (PI), onde viviam. "Eles foram passear em Maceió e estavam voltando quando aconteceu o acidente. Outro colega que estava vindo junto, no carro de trás, viu tudo", disse.

  Ainda segundo o primo, os corpos estão em Pesqueira e devem ser encaminhados para o Instituto de Medicinal Legal (IML). "Não dá para fazer a identificação. Tudo indica que vai ser preciso fazer exames para identificar cada um. A família do rapaz [o namorado da jovem] quer levar o corpo para São Paulo e nós vamos trazer para o Piauí", completou.

  O delegado Paulo Fernando Oliveira, de plantão em Pesqueira, disse que, pela localização dos veículos e pelo depoimento de um motorista de outro carro, que seguia juntamente com a família do Piauí, o acidente acontece depois que o motorista do Cross Fox tentava fazer uma ultrapassagem. "O motorista do Dobló vinha no sentido Recife, enquanto o Cross Fox vinha no sentido Piauí. Quando ele [motorista do Dobló] viu o outro carro, foi para o acostamento, só que o rapaz do Cross Fox pensou a mesma coisa. Eles bateram tentando evitar o acidente", explicou.

  O policial informou ainda que os corpos estão em carros funerários, na frente da delegacia, e serão trazidos para o IML do Recife.
Acidente na BR-232, no Agreste de Pernambuco (Foto: Cirano Veras / Acervo pessoal)Ocupantes do Cross Fox morreram carbonizados (Foto: Cirano Veras / Acervo pessoal)
  De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, a colisão frontal aconteceu por volta das 14h. O outro veículo envolvido no caso, um Dobló, tem placa de Floresta (PE) e seguia para o Recife com sete pessoas. Cinco delas deram entrada no hospital Doutor Lídio Paraíba, em Pesqueira, sendo três homens, com 34, 57 e 60 anos, e duas mulheres, uma de 28 e outra de 62 anos – esta última não resistiu a gravidade dos ferimentos e morreu na unidade de saúde. O corpo dela será levado para o IML de Caruaru.

  O delegado Paulo Fernando de Oliveira informou, ainda, que outras duas vítimas foram atendidas no Hospital de Arcoverde e estão sendo transferidas para o Recife.

Fonte: G1/PE.

 

Irresponsabilidade do poder público.

  Vergonha, omissão, descaso... Essas palavras podem definir bem a situação em que o encanamento da Rua Adolfo Luiz de Souza em Jaguaribe passou pelos últimos 4 dias, quando um vazamento, próximo ao canal, abriu uma verdadeira cratera na rua (que não é calçada, diga-se de passagem), causando grandes transtornos para os motoristas que passavam com seus veículos e também para os moradores, que passaram maus bocados sem água ou com pouca água em casa, num feriado estendido em que a Ilha fica muito movimentada. 

  O problema começou na quarta (04), com um pequeno vazamento, que com o passar de dois dias, começou a jorrar com grande força, litros e mais litros de água. A COMPESA foi comunicada diversas vezes ao longo destes dias, através da central de atendimento ao cliente e nada de haver um reparo. 

  A Prefeitura foi tida como a grande vilã da história, sendo que a responsabilidade do encanamento e do reparo é da COMPESA. A indignação tomou conta do povo. No sábado (07), graças a ação da ambientalista Juana Albuquerque, que foi a sede da COMPESA e até mesmo, á casa de um sub-gerente da COMPESA, e conseguiu que fosse feito um pequeno reparo e o fechamento do cano danificado, com a promessa de que o reparo definitivo, fosse feito na segunda (09) por uma equipe da companhia. 

“É simplesmente inadmissível e vergonhoso que o povo seja tratado dessa forma, e nós que somos veranistas, sempre passamos por transtornos deste tipo com a água.”, afirmou o empresário M.J.M de 34 anos, morador do Recife, que passa feriados e parte do verão na Ilha.  Veja as fotos:



  
Fonte: Blog Pura Politica