Atualmente há uma epidemia de obesidade no mundo, um terço da população mundial está acima do peso. No Brasil, 60 milhões de pessoas estão acima do peso. E desse total, 22 milhões são considerados obesos. O especialista Amaro Gusmão, durante sua palestra, no terceiro dia do EndoRecife, congresso que aconteceu no Summerville Resort, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, esclareceu várias dúvidas frequentes dos praticantes de atividade física e seus benefícios. É importante ressaltar que a obesidade está relacionada ao estresse da vida profissional, fato que conduz o indivíduo a um estilo de vida inapropriado, com ausência de exercícios e uma dieta de alimentos com baixo teor nutricional.
De acordo com o endocrinologista, o exercício por si só, promove uma perda de peso pequena se não estiver associada à dieta. “O exercício promove a hipertrofia do tecido muscular e a redução da massa de gordura, o peso de certa forma se mantém e melhora porque trocou gordura por músculo”, afirmou. Manter um equilíbrio entre as refeições contribui para manter o peso, pois a obesidade está relacionada também ao jejum prolongado.
Sobre os exercícios físicos, a recomendação dos especialistas é realizar 150 minutos por semana de atividade física, com frequência de cinco vezes por semana, rotina que pode ser alterada de acordo com o condicionamento físico. Para os que precisam perder peso são necessários de 200 a 300 minutos por semana, preparação física que precisa ser supervisionada por um profissional. Além de controlar o aumento do peso, os exercícios também atuam no controle e na prevenção do diabetes e de outros problemas causados pelo sobrepeso.
Josemberg Campos, médico especialista em cirurgia bariátrica, conta ainda que a obesidade é uma questão de saúde pública, pois boa parte da população não consegue manter uma dieta adequada, seguida de uma rotina saudável. “A obesidade está acabando com a saúde pública no Brasil. A doença, que atinge uma parcela considerável da população, diminui a qualidade e o tempo de vida”, disse Campos, enfatizando que a obesidade conduz o indivíduo a outras doenças, como por exemplo, diabetes e hipertensão.
Ainda segundo Josemberg, há uma grande procura pela cirurgia bariátrica, mas que essa não é a primeira opção no combate a obesidade. “Muitos acreditam que a cirurgia é milagrosa, mas essa sempre é nossa última opção. Antes dessa intervenção, é necessário que o paciente altere o seu estilo de vida”, pontuou o médico, revelando que as pessoas com baixo poder aquisitivo estão mais propícias a sofrer com a obesidade e os demais problemas ocasionados pelo aumento do peso. Os especialistas apontam ainda que a obesidade também pode mascarar a desnutrição. “Muitas vezes que tem sobrepeso apresenta massa, mas não tem saúde”, finalizou Campos, explicando que a ausência de vitaminas e proteínas leva a anemia e a desnutrição.
MITO – Um das grandes mitos para os praticantes de atividade física é que exercícios reduzem o colesterol ruim (LDL) e ou aumento do bom (HDL). Segundo o médico Amaro Gusmão, o exercício não baixa o colesterol LDL, por si só. “É necessário a perda de 10% do peso do corpo para ter a redução de 7,6% do colesterol”, esclarece. Para ter o aumento do HDL em 15%, com exercícios, é necessário que a pessoa corra no mínimo 12,9 Km por semana, durante um ano. Outro ponto ressaltado pelo médico, é que a grande vantagem dos exercícios no controle do colesterol, é a redução da aterosclerose. “Melhora o “turn over” (circulação) do LDL fazendo com que haja uma menor aderência das partículas do colesterol nas placas”, afirmou.
Da: Endorecife.