segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Operação Verão não inibe a ação irregular de barqueiros na praia do Forte, em Itamaracá.

  Capitania dos Portos enviou equipe ao local e deverá divulgar balanço da operação esta semana.


  Excesso de passageiros nos arcos, falta de coletes salva-vidas e proximidade perigosa dos banhistas, principalmente crianças. Esse foi o retrato encontrado pela Folha de Pernambuco, no último domingo (14), no trecho de praia próximo ao Forte Orange, em Itamaracá. Os flagrantes de irregularidades foram observados um dia depois da Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE) ter iniciado a Operação Verão. A iniciativa pretende coibir comportamentos de risco na área aquaviária, mas o que se observou no Litoral Norte foi o desrespeito à legislação.
  O vai e vem de lanchas que azem passeio e transporte do forte até a Coroa do Avião é grande durante toda a manhã. Marinheiros que negociam a viagem abordam os banhistas a toda hora. As pequenas embarcações, que muitas vezes só comportam seis passageiros sentados, levam mais. Coletes são raros. Poucos passageiros utilizam o equipamento de segurança. As bananas boats - uma espécie de boia puxada por lancha - também foram flagradas circulando muito próximas dos banhistas.
 A comerciante Martinez Félix, 47 anos, se queixou da quantidade de embarcações próximas aos banhistas. “Esse é um ponto negativo aqui em Itamaracá. Por ser um mar tranquilo, as crianças se sentem mais à vontade, mas a presença das lanchas gera uma insegurança”, comentou.
   A vendedora Ivone Neves, 40, também achou estranha a presença das embarcações tão perto da faixa de areia. “É comum a presença dos barcos em outras praias que eu vou, mas aqui é perto demais. E eles também ficam muito próximos uns dos outros. Nem sei se isso é permitido”, observou.
  A Folha entrou em contato com a ouvidoria CPPE para informar dos flagrantes em Itamaracá. Atendentes afirmaram que a equipe norte foi enviada ao local para verificar as irregularidades. Informações de balanço sobre as inspeções de embarcações, apreensões, multas e blitz contra o consumo de bebida alcoólica e a pilotagem não foram fornecidas pela Capitania, que afirmou que poderá repassar o relatório esta semana.
  Ainda no sábado, a Folha de Pernambuco denunciou os riscos no mar em Porto de Galinhas. Banhistas relataram que lanchas invadiam o espaço muito próximo à faixa de área e que era até possível sentir o cheiro de combustível. Outros fatos que chamaram atenção foram adolescentes pilotando as embarcações e o consumo de álcool entre esses jovens.
  As irregularidades na praia do Litoral Sul também foram repassadas para a CPPE. A Operação Verão começou no último sábado e segue até o dia 17 de março de 2015. O foco da fiscalização será os litorais Norte e Sul, mas haverá inspeções também no Arquipélago de Fernando de Noronha, além de grandes açudes e rios onde é comum o uso de barcos e motos aquáticas seja na prática esportiva ou lazer náutico.
  A estratégia de fiscalização conta com 13 embarcações, sendo quatro lanchas, três motos aquáticas e seis botes infláveis, além de seis viaturas terrestres que dão suporte e apoio às equipes de inspeção naval formadas por 140 militares. A comunidade também pode ajudar a Capitania no monitoramento de lanchas e motos aquáticas nas praias. Em caso de dúvida sobre a regularidade dos veículos, a população pode acionar a ouvidoria da instituição ligando para 3424.7111. Outro canal de comunicação é o e-mail ouvidoria@cppe.mar mil.br. 
Da: Folha PE.