Será realizada segunda-feira a translocação de quatro peixes-bois marinhos da Ilha de Itamaracá, litoral norte de Pernambuco, para o município de Porto de Pedras, em Alagoas. Os mamíferos deveriam ter mudado de endereço desde o dia 14 de maio, mas o transporte foi adiado por conta da greve dos policiais militares.
Os animais devem deixar na noite de hoje o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA) para o cativeiro em ambiente natural, localizado em Porto de Pedras, no litoral norte de Alagoas. A ação faz parte das comemorações de 20 anos de reintrodução e o 46º animal a ser translocado para os cativeiros em ambiente natural.
Raimundo, Natália, Quitéria e Clara, nomes dos peixes-bois marinhos, foram encaminhados ao CMA com menos de 30 dias de nascidos. O macho foi encontrado, em 2011, encalhado na Praia do Mangue/RN e resgatado pela equipe do Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB/UERN).
Já as duas fêmeas foram resgatadas pela Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (AQUASIS) no litoral do município de Icapuí, no Ceará: uma em 2010 e a outra em 2011. Enquanto que Clara foi encontrada, em 2010, pela AQUASIS, encalhada na praia de Retirinho município de Aracati, no Ceará.
Agora, os quatro juvenis estão em condições clínicas favoráveis para translocação aos cativeiros em ambiente natural. Depois do período de adaptação no cativeiro em ambiente natural, a próxima etapa será a reintrodução dos peixes-bois marinhos na natureza para contribuir para conservação da espécie.
A localização do estuário do Rio Tatuamunha foi decisivo na escolha para a construção do cativeiro de adaptação de peixe-boi marinho em ambiente natural e vem sendo utilizado como principal ponto de soltura desta espécie.
O lugar foi concebido de forma a provocar o mínimo impacto possível aos peixes-bois marinhos, porém passíveis das ações naturais de forma a permitir o aprendizado dos animais cativos às alterações, como mudanças de marés, temperatura, salinidade e turbidez da água.
Os espécimes reintroduzidos constantemente freqüentam os arredores do recinto, interagindo com os animais cativos, o que proporciona uma vocalização dos animais já adaptados com os em fase de adaptação, possibilitando o aprendizado.
Em 1994, o litoral alagoano registrou a primeira soltura de peixe-boi marinho no Brasil. Desde então, foram translocados 31 dos outros 42 animais já translocados perfazendo 73,8% da população no local.
Espécie - O peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) possui a distribuição geográfica da costa leste do México e América Central, nas Antilhas, e no norte da América do Sul até o nordeste do Brasil, no estado de Alagoas.
Estes animais chegam a medir quatro metros de comprimento e na idade adulta pesam em média 500 quilos. O peixe-boi-marinho tem a pele rugosa, com a cor variando entre cinza e marrom-acinzentado.
É o mamífero aquático mais ameaçado no Brasil. Sendo os encalhes, os atropelamentos por embarcação e a ingestão de lixo as principais causas do comprometimento da conservação do peixe-boi marinho. Entre as causas de mortalidade da espécie destacam-se a interação com o homem e as doenças como viroses e parasitoses.
Confira a programação:
26 de Maiode 2014 (Itamaracá/PE)
18h40 - Treinamento e simulação da retirada dos animais
20h30 - Reunião com funcionários
22h - Início do Processo de Translocação Esvaziamento do cambiamento 1
22h40 - Inicio retirada de Raimundo
23h20 - Retirada dos animais de dentro da piscina 4 (Natália e Quitéria)
0h30 - Retirada de Clara da piscina 4
1h15 - Saída do comboio
27 de Maio de 2014 (Porto de Pedras/PE)
7h45 - Chegada dos animais em Porto de Pedras/AL
8h - Averiguação da logística para a soltura dos animais no recinto e posicionamento dos equipamentos
9h45 - Término da soltura dos animais no cativeiro e inicio do monitoramento de 24h dos animais soltos.
Do: DP.