domingo, 10 de novembro de 2013

Surf para quem tem medo.

SURF: Simulador será instalado em Itamaracá
 Sempre teve vontade de aprender a surfar, mas tem medo? Um simulador de surf será instalado em Itamaracá, perto do Forte Orange, nos próximos dias 21 e22 de janeiro. 
 A ação faz parte da Segunda etapa de Circuito Nordestino Pro 2012, que começa na próxima quarta (18) e vai rolar na Praia de Itapuama até o domingo (22).
Do: Blog Social 1.

Chega de ser reserva.

  Segunda colocada no ranking nacional, a velejadora Bruna Martinelli quer chegar ao posto de primeira no país.


Bruna Martinelli espera dispurar as Olimpíadas do Rio de Janeiro como titular no Windsurfe

     Acompanhar os pais nos passeios de barco pelo litoral de Pernambuco era a grande diversão de Bruna Martinelli. Pelo menos até os nove anos. Porque, a partir daí, a “brincadeira” em família passou a ser levada a sério. Na escolinha de vela do Iate Clube Itamaracá ela deu os primeiros passos e se tornou tricampeã Norte/Nordeste na classe optimist (até 15 anos). Quando atingiu a idade limite, migrou para o windsurfe, precisamente para as classes RS:X e Formula Experience. A primeira delas é exatamente a classe olímpica, onde tem se dedicado de maneira especial com foco nos Jogos Olímpicos de 2016, no Brasil.

 “Participei das últimas Olimpíadas como reserva. Quero ser titular em 2016. Para isso preciso pontuar bem em todas as competições que vierem, especialmente nas seletivas para os Jogos. A mais bem colocada no ranking nacional fica com a vaga. Hoje Patrícia Freitas é quem lidera. E é ela que tenho que ultrapassar”, enfatiza a pernambucana.

  Pelo menos no último Campeonato Brasileiro da Classe RS:X, que aconteceu no último final de semana, em Búzios, Rio de Janeiro, Bruna Martinelli já conseguiu o feito. Ela deixou para trás duas cariocas. Patrícia Freitas era uma delas. A conquista inédita do título da competição reforçou o ânimo da atleta, especialmente pela dificuldade dos fortes ventos. “Na reta final foi difícil. Mas os primeiros dias foram bem favoráveis e me garantiram na liderança até o fim.”

 Sul-Americano

 Bruna ocupa atualmente a segunda colocação no ranking nacional. Em busca do bicampeonato e da classificação para o Sul-Americano ano que vem, na Colômbia, ela viaja amanhã para Araruama, no Rio de Janeiro, onde disputa o Campeonato Mundial de Windsurf 2013 (Formula Experience World Championship).

Do: Super Esportes.

Problemas do Grande Recife se repetem há mais de 100 anos.

  Engarrafamento, lixo nas ruas e esgoto a céu aberto já eram problemas no Recife no século 19.



 “Os consertos da ponte da Boa-Vista vão com uma morosidade que é para admirar; o que se torna tanto mais sensível quanto de presente acha-se o transito dos carros desviado e por um lado em que se atolam em areia com incommodo e prejuizo daquelles a quem pertencem.” O texto, que saiu no Diario de Pernambuco, fala de obras que se arrastam indefinidamente atrapalhando o trânsito e a vida na cidade. Não fosse a grafia antiga das palavras e a forma do texto, poderia perfeitamente ser uma notícia publicada hoje. 

  No entanto, é de 12 de setembro de 1863. Mais de 150 anos se passaram e diversos entraves urbanos insistem em continuar prejudicando o Recife. A reportagem consultou documentos, edições antigas do jornal - o mais antigo em circulação da América Latina - e obras acadêmicas, e constatou que problemas como lixo na ruas, falta de mobilidade, esgoto a céu aberto e obras públicas inacabadas fazem parte do cotidiano do recifense desde a época de nossos antepassados.
Canaleta entupida em trecho da Avenida Norte, no ano de 1968. Foto: Arquivo/DP/D.A Press
Canaleta entupida em trecho da Avenida Norte, no ano de 1968. Foto: Arquivo/DP/D.A Press


  Edições do Diário dos meses de setembro e outubro de 1863 trazem pelo menos quatro denúncias de trânsito truncado, provocados tanto pela presença de vendedores de capim na Rua do Sol como pelo excesso de entulho nas vias. O transporte público também sempre deixou a desejar, com serviços sendo considerados precários e caros pela população desde o final do século 19, segundo a tese de doutorado Os caminhos do olhar: circulação, propaganda e humor no Recife, (1880-1914), defendida pela historiadora Noêmia Luz na UFPE. Como faz até hoje, a população recifense usava o Diário para protestar contra os maus serviços, muitas vezes depredando bondes ou descarrilhando trilhos. A tese também constata que os recifenses que andavam nas ruas do Centro da cidade 100 anos atrás se deparavam com calçadas esburacadas e lixo ao longo das vias. 

Descontinuidade

  Para o pesquisador Leonardo Dantas, especialista na história do Recife, o lixo da cidade até piorou nas últimas décadas. “Hoje em dia a cidade fede. Chega dói ver o estado em que se encontra o Centro da cidade.” Dantas avalia, entretanto, que a cidade melhorou consideravelmente sua estrutura no último século, mas que vão continuar existindo problemas básicos de infraestrutura enquanto não houver uma estratégia eficiente de políticas públicas. “No Recife, não há um eixo de ações definido e continuado. Cada gestão faz o que quer. Cidades europeias conseguiram resolver diversos problemas urbanos adotando planos decenais, que eram cumpridos independentemente de quem está no poder.” 

 O secretário municipal de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre, concorda com Leonardo Dantas quando o assunto é descontinuidade de ações. “A visão imediatista e eleitoral infelizmente ainda está na nossa cultura política, mas acredito que a sociedade está mais engajada, exigindo mais. E se conseguirmos implantar um modelo de gestão que tornem irreversíveis as mudanças iniciadas poderemos manter o planejamento de médio e longo prazos evitar a descontinuidade entre as gestões”, concluiu. (Colaborou Glauce Gouveia).


Crescimento desordenado 

 A ocupação desordenada da capital pernambucana é, para o secretário municipal de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre, a principal causa da intensificação de alguns dos problemas vividos pelos recifenses ao longo dos anos, como a quantidade de lixo nas ruas e nos rios. Mas, segundo ele, Recife tem características físicas e geográficas que contribuem para a existência secular de outros, a exemplo dos constantes alagamentos, dos inúmeros buracos nas vias e de esgoto a céu aberto. 

 “Nossa capital, única do país que já completou 500 anos, tem um lençol freático muito próximo da superfície, dois terços de seu território formado por bacias hidrográficas e um grande índice pluviométrico concentrado em 4 meses do ano. Aliado a isso tivemos ocupações irregulares das áreas estuarinas - eliminando os espaços naturais de drenagem das águas - e a não substituição desses por espaços construídos adequados”, destacou.

Engarrafamento no cruzamento da Rua São João com a Dantas Barreto, em 1973. Foto: Arquivo/D/D.A Press
Engarrafamento no cruzamento da Rua São João com a Dantas Barreto, em 1973. Foto: Arquivo/D/D.A Press


  Antônio Alexandre informou também que o material usado para a pavimentação das ruas nunca foi apropriado para essa proximidade da superfície com o lençol freático e que o último sistema planejado de esgotamento sanitário data do início do século 20. “Os dejetos das casas e dos condomínios seguem para o sistema fluvial e para as canaletas, indo parar nos espaços públicos. E os contratos de gestão com empresas de pavimentação seguiram até hoje uma lógica errada. 

 As empresas eram remuneradas de acordo com a quantidade de material gasto por elas. Ou seja, quanto mais buraco, mais elas faturavam. Mudamos isso e agora o contrato que firmaremos determinará o tipo de pavimentação e o prazo que ele deve durar. Se antes disso houver desgaste, a empresa arcará com os custos do conserto. Também haverá um gerenciador desses serviços”, contou.

Benefícios

  Embora alguns problemas urbanos tenham persistido e até aumentado na cidade, em termos gerais, as condições de vida têm melhorado no Grande Recife progressiva e lentamente. “A partir de meados do século XIX começaram a aparecer soluções, como transporte ferroviário e distribuição de água potável”, explica o professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco, Geraldo Marinho. 

   O maior marco na solução de problemas urbanos, entretanto, foi a “higienização” da cidade nas três primeiras décadas do século passado. De acordo com a tese Os Caminhos do Olhar, da historiadora Noêmia Luz, foi nessa época que as condições de higiene das moradias e estabelecimentos comerciais começaram a ser fiscalizados com mais intensidade. Em 1914 foi inaugurado o primeiro sistema de saneamento da cidade, do engenheiro Saturnino de Brito.

Boa parte dos problemas decorre de uma política que prioriza os transportes individuais. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press
Boa parte dos problemas decorre de uma política que prioriza os transportes individuais. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press


  As ações de higiene resolveram o problema dos surtos de doenças como varíola, malária e coqueluche, que atingiam por séculos “tanto os sobrados altos das gentes ricas do bairro de Santo Antônio quanto os miseráveis mocambos de Afogados ou da Encruzilhada”, conforme atesta o artigo Médicos e Charlatões: Conflitos e Convivências em Torno do Poder de Cura, da pesquisadora Sylvia Costa. Sobre mobilidade, o professor do Departamento de Engenharia da UFPE Maurício Pina comenta que boa parte dos problemas que a cidade têm enfrentado é decorrente da priorização dos transportes individuais em detrimento dos coletivos. “A situação, porém, tem começado a mudar. As obras de corredores exclusivos para ônibus e a cessão de espaços para ciclovias são um primeiro passo.”

  De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre, no processo de industrialização do país, o setor automobilístico foi privilegiado por ser forte gerador de emprego. “E essa priorização do transporte rodoviário em detrimento de outros modais nos levou a ter que rever hoje projetos do passado”, afirmou.

  Alexandre disse ainda que “Recife sempre teve bons planejadores”. “Mas nem sempre seus trabalhos eram apropriados para o médio e o longo prazos ou, quando eram, nem sempre eram executados. Hoje, o grande desafio para quem planeja na gestão pública é conseguir o consenso numa sociedade complexa, formada por diferentes grupos e às vezes com interesses antagônicos”, reiterou.



Entrevista >> Noêmia Luz, historiadora


“Penso que falta planejamento”


O que motivou sua pesquisa?
Sempre considerei o Recife detentor de uma beleza fascinante, e não acho que isso tenha a ver só com o fato de eu ter nascido aqui. Desde pequena me interessava em observar a movimentação de pessoas na cidade e queria compreender como ela tinha se transformado no que é hoje e porque sua dinâmica funciona desse jeito. Então estudei história e arquitetura para entender melhor seu funcionamento e como se dá a relação entre os seus habitantes na esfera urbana e cultural.

Por que problemas permanecem presentes ao longo dos anos?
Penso que falta planejamento e vontade política. Embora todos esses problemas também existissem na virada do século 19 para o 20, eles ainda estão presentes nos debates cotidianos da Câmara dos Vereadores. Por volta dos anos 1930, os relatório da Repartição de Obras Públicas e as mensagens dos governadores informavam sobre o andamento e a fiscalização dos serviços públicos e privados. Atualmente, os políticos tentam executar o programa que definiram nas eleições. Não tenho conhecimento de um plano diretor da cidade que será cumprido independentemente da gestão. Mas está documentado que antigamente existia. 

Esses problemas centenários têm solução?
Há no Recife excelentes urbanistas, geógrafos, historiadores, engenheiros e demais profissionais envolvidos com os problemas da cidade e dos seus habitantes. O poder público pode reuni-los para debater sobre o espaço urbano junto com os políticos e a população e definir qual a cidade em que queremos viver nos próximos anos. 



Os problemas que persistem


HÁ 150 ANOS (10 de julho de 1863)
Remettem-nos o seguintes: “Na rua do Aragão que se está ha muito tempo calçando, existe parte ainda por calçar-se na qual formou-se um grande patino, pelas aguas da chuva, o qual se em tempos normaes é bem nocivo aos moradores da mesma rua, quanto mais neste em que estamos ameaçados do cholera-morbus; pede-se pois, a quem competir, providencias no sentido de acabar-se semelhante calçamento, cuja obra está parada, dando até isto lugar a que parte da rua já calçada, na qual não colocaram areia, esteja sendo deteriorada pelos cavallos que passam, e mesmo pelas aguas da chuva”.

HÁ 6 MESES E 2 DIAS (8 de maio de 2013)
As obras do açude de Apipucos estão inacabadas. O conhecido ponto da Zona Norte, localizado no desigual bairro homônimo, é parte do projeto Capibaribe Melhor, da Prefeitura do Recife. O programa, que visa corrigir problemas de poluição, acúmulo de lixo e construções irregulares, teve sua primeira parte, o Parque Maximiamo Campos, finalizada e entregue em dezembro de 2012. O restante do projeto, no entanto, ainda não virou realidade.

HÁ 150 ANOS (8 de julho de 1863)
Moradores da Rua de Santa Cruz, do lado do poente, pedem-nos para que chamemos a attenção da autoridade competente, para as aguas que alli existem estagnadas nos quintaes, com grave detrimento para a salubridade; assegurando-nos que, com pequena despeza se poderá limpar o cano de esgoto da rua do Cotovelo, que dará sahida áquellas aguas. Sendo razoavel semelhante pedido, esperamos será attendido.

HÁ 9 MESES E 4 DIAS (6 de fevereiro de 2013) 
Moradores de mais de 15 ruas no bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, estão sofrendo há mais de dois anos com a obstrução da rede de esgoto do bairro e o escoamento de dejetos a céu aberto na localidade. Quem habita ou circula pela área reclama do mau cheiro, da precariedade das vias e dos riscos à saúde. A denúncia foi feita no Cidadão Repórter, fórum de jornalismo colaborativo do Pernambuco.com.

Do: Pernambuco.com.

Barulho sem fim: apesar das leis, população sofre com a poluição sonora.

 Carros com som, bares e vizinhos seguem sem cumprir a lei do silêncio.


 A família da professora Sueli Silva, de 33 anos, colocou o apartamento em que mora à venda. O aposentado Everaldo Magalhães, 75, está a ponto de cometer um ato irracional. A comerciante Amanda Moura, 50, é obrigada a fechar a própria loja antes do horário comercial. 
 Estas três pessoas não se conhecem, mas compartilham entre si um problema que já é considerado por especialistas uma questão de saúde e segurança pública no país. As estatísticas das denúncias relacionadas à poluição sonora só fazem crescer anualmente, evidenciando a produção de um cenário urbano cada vez mais caótico.
Peu Ricardo/Folha de Pernambuco
Falta de respeito ao sossego alheio está em vários pontos da cidade.

  “Não tenho nada a perder, algumas vezes penso em fazer uma loucura”, desabafa o aposentado Everaldo, que mora há 40 anos na Tamarineira e que há dez anos passa por transtornos devido à poluição no entorno da sua casa, em “especial, por conta de um bar - no qual “estacionam” os conhecidos carros equipados com aparelhos de som ultrapotentes - e às festas realizadas nos apartamentos que surgiram nos últimos anos.

  “Esses eventos não têm hora para acontecer nem hora para acabar. Para me defender ligo para a polícia. Se ela não chegar em 40 minutos, ligo quatro sirenes que comprei e as deixo tocando”, diz Everaldo.


 O Estado e a Capital pernambucana já possuem as leis 12.789/05 e 16.243/96, respectivamente, específicas sobre ruídos, vibrações, proteção do bem-estar e do sossego público. No entanto, tais legislações estão longe de garantir o cumprimento da lei de silêncio e são incapazes de impedir fatos como os que ocorreram na madrugada da última segunda-feira, quando uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas após uma discussão entre vizinhos, por causa de som alto, no município de Jaboatão dos Guararapes.
  A falta de respeito ao sossego alheio está em vários pontos da cidade, sendo fácil a constatação numa simples ida ao Centro. O barulho dos motores dos veículos, das obras de manutenção nas vias, da construção civil e dos carrinhos que vendem cd’s e dvd’s, tornam-se uma mistura ensurdecedora. “A nossa rotina já é muito estressante e fica ainda mais por causa da zoada que é constante e vem de todos os lados”, declarou o comerciante Edmilson Gomes, que trabalha no Centro do Recife.
  Afastando-se da área central, pensa-se que a situação poderia melhorar. É aí que mora o erro. Nos subúrbios, o barulho continua. Moradores de uma localidade no bairro do Cordeiro, estão reféns de um estabelecimento que de dia é um lava-jato e, nos finais de semana, transforma-se numa “casa de show. Os residentes da casa vizinha tiveram que se mudar porque não aguentaram.
 “É terrível ter seu direito desrespeitado e ainda ser obrigado a ficar calado”, contou uma aposentada de 73 anos que preferiu o anonimato por medo de represálias.
Da: Folha PE.