Depois de vencerem a batalha nas urnas, os prefeitos eleitos em 2012 correm contra o tempo para montar o secretariado. Uma tarefa corriqueira no período pós-eleitoral.
O problema é que os gestores, principalmente os de primeiro mandato, estão enfrentando uma série de dificuldades para encontrar profissionais que posssam ocupar as funções mais estratégicas nos governos.
A maioria está recorrendo ao Executivo estadual e a órgãos de fiscalização, a exemplo do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em busca de ajuda. Um pedido de socorro que precisa ser atendido com urgência.
“É uma dificuldade que todos nós estamos enfrentando”, confessou o prefeito eleito de Igarassu, Mário Ricardo (PTB). Com planos de implementar no município uma “gestão de resultados”, o petebista aponta como um dos maiores entraves para contratação de técnicos a baixa remuneração.
“Os salários no setor público são bem inferiores ao privado. Os profissionais disponíveis no mercado têm receio de aceitar o que é oferecido nas prefeituras”, observou. “Preencher as áreas mais específicas (técnicas) é extremamente difícil”, reconheceu o petebista.
O prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), destaca que a diferença de salários nos órgãos públicos dificulta a aquisição dos profissionais. “Há uma divergência entre a remuneração dos secretários em relação a outros quadros do poder público”.
Mesmo assim, o socialista assegurou que vai trabalhar com os salários vigentes nas secretarias. “Algumas pessoas vêm de carreira pública e trazem os proventos. Nesses casos, eles vão receber uma representação pela função que assumirem no governo”, explicou.
Mudança:
Há poucos dias de retornar ao comando da Prefeitura de Ipojuca, cidade que governou por três mandatos, o deputado estadual Carlos Santana (PSDB) enfrenta situação semelhante. “Estou passando por uma dificuldade enorme.
Já conversei (na última quinta-feira) com Antônio Figueira (secretário estadual de Saúde). Fui pedir a ele a liberação de nomes que possam atuar na área da saúde no nosso município”, contou o tucano.
Na avaliação dele, o grau de dificuldade é maior para os cargos das secretarias da Fazenda e de Planejamento. “São quadros que a gente não tem nesse momento. A experiência adquirida na cidade me mostra que o município não é o mesmo de oito anos atrás.
A cidade tem novas necessidades”, destacou Carlos Santana. A perspectiva do futuro prefeito é de pagar bons salários (o aumento já foi aprovado na Câmara de Vereadores) para atrair os profissionais. “Até porque quero ter no meu secretariado pessoas que possam trabalhar em tempo integral. Que tenham hora para entrar e não para sair”, observou o prefeito eleito.
Do: Diário de Pernambuco.