A estratégia do governador Eduardo Campos para essas eleições, e também para as próximas, já está clara como a luz do dia. Ele quer reunir contra o PT todas as forças políticas de Pernambuco visando à sua candidatura presidencial em 2014 (em 2018 ficaria muito longe).
Para isso, obrigou-se a sacrificar sua relação com o ex-presidente Lula, que transcendia o campo político, em nome de um projeto para o qual atraiu até mesmo o senador Jarbas Vasconcelos, rival histórico dos petistas.
Ao trocar sua aliança com o PT pelo apoio da facção minoritária peemedebista liderada por Jarbas, o governador deve ter avaliado que esse é o caminho menos sinuoso para chegar ao Palácio do Planalto. Lula havia lhe dito, lá atrás, que ele seria a “bola da vez” em 2018, com o apoio do próprio PT.
Mas o governador está com pressa e decidiu romper com os petistas nessas eleições em três importantes capitais em que eles controlam a prefeitura: Belo Horizonte, Fortaleza e Recife.
O isolamento do PT já ficará visível na eleição do Recife se o candidato Humberto Costa chegar ao 2º turno. Nessa hipótese, é muito provável o apoio do DEM e do PSDB à candidatura de Geraldo Júlio, que seria o outro finalista, deixando o senador petista sem ter com quem se aliar. Isso, aliás, tem sido dito abertamente por Jarbas Vasconcelos. Ele afirma que não quer negócio com o PT e que antecipou sua aliança com Eduardo, que estava prevista para 2014, para tirar os petistas da prefeitura.
Alto nível – Do ex-prefeito de Belo Jardim, João Mendonça (PSD), sobre o deferimento do registro de sua candidatura pelo Tribunal Regional Eleitoral: “À perseguição implacável que tem sido feita a mim por meu ex-partido (DEM) responderei com uma campanha de alto nível”.
A metade – Na estreia do seu guia eleitoral como candidato do PT à prefeitura de SP, Fernando Haddad bateu pesado no adversário José Serra (PSDB): “São Paulo não quer mais um prefeito de meio mandato”, alusão à renúncia do tucano em 2006 para ser candidato a governador.
O estadual – Ocupando mandato de prefeito há 26 anos, consecutivamente, Yves Ribeiro (PSB), de Paulista, lançou candidatos em cinco municípios do litoral norte visando à candidatura de deputado estadual em 2014. Ele tem candidato em Paulista, Igarassu, Abreu e Lima, Itapissuma e Itamaracá e partido político é o que menos importa. Há gente no PSB, no PSDB e no PCdoB.
É João! – A última pesquisa da Exatta para prefeito de Aracaju aponta o ex-governador João Alves (DEM) numa dianteira confortável sobre o candidato das esquerdas, deputado federal Valadares Filho (PSB), apoiado pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) e o governador Marcelo Deda (PT). Pelas previsões de Tonico Araújo, diretor da Exatta, João Alves é favorito.
Caixa seco – Está muito baixa até agora a arrecadação de recursos financeiros para a campanha de Humberto Costa (PT) à prefeitura do Recife. Além de o empresariado estar retraído, a neutralidade do prefeito João da Costa (PT) deixou o caixa do partido em situação de penúria.
É agora! – Inocêncio Oliveira (PR) participará hoje em Serra Talhada do 1º grande comício da campanha do deputado estadual Sebastião Oliveira (PR). O outro, previsto para meados de setembro, terá a presença do governador Eduardo Campos, “pai” da candidatura de Sebastião.
Pode usar – Dilma Rousseff não virá ao Recife participar da campanha de Humberto Costa (PT) mas não vai impedir que o senador faça uso da imagem dela em suas peças de propaganda. A presidente tem a exata noção de que não deve se envolver em disputa municipal. Ela é chefe de governo e chefe de estado e não deseja ser transformada em “cabo eleitoral” de nenhum petista.
Troca 1 – O PT já discute internamente como ficará o cenário político em Pernambuco após as eleições municipais. Caso perca a eleição, o senador Humberto Costa e o deputado federal João Paulo passarão para o bloco de oposição a Eduardo Campos, entregando os cargos que controlam no governo estadual.
Troca 2 – Haverá também mudanças no secretariado estadual se Geraldo Júlio (PSB) for eleito o próximo prefeito do Recife. O PMDB e o PSDB poderão ser incorporados ao secretariado estadual e os nomes de maior visibilidade para integrar o time do governador seriam Raul Henry (PMDB) e Daniel Coelho (PSDB).
Do: Inaldo Sampaio.