A Ilha de Itamaracá será o novo endereço da Escola de Formação de Aeronautas - Aeroclube de Pernambuco. Sediado no Pina desde 1940, o aeroclube foi retirado do local em abril de 2013 para dar passagem à Via Mangue, cujo traçado corta a área ocupada pelo empreendimento. O novo terreno, com 56 hectares de área, foi cedido ao Aeroclube pelo Governo do Estado. A cessão foi definida pelo prazo de 30 anos, com encargos e sem exclusividade. Agora, a entidade aguarda a indenização prometida pela Prefeitura do Recife para conseguir realizar todas as obras previstas para o novo terreno.
De acordo como Procurador Geral do Estado, Thiago Norões, o terreno ocupado pelo aeroclube, no Pina, pertencia ao Estado e a retomada do terreno foi feita por meio da Justiça. Pela lei 15.309, que autorizou a cessão, o Estado poderá efetuar modificações no terreno, quando necessário. “Eles podem utilizar a área para a construção do aeroclube, mas, em paralelo, quando o Estado resolver fazer melhorias, ele poderá, desde que não prejudique as atividades do aeroclube”, ressaltou Norões.
Desde o ano passado, a instituição ocupa um imóvel alugado em Boa Viagem, para as aulas teóricas, e um hangar cedido pelo Estado no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre, para as aulas práticas. A expectativa, no entanto, é de que, já nas próximas semanas, sejam feitas as primeiras mudanças para o novo terreno, que fica na estrada que dá acesso aos presídios existentes na Ilha.
A escolha do terreno, inclusive, foi feita pelos próprios membros da instituição, após meses de procura. Sem informar valores, o diretor técnico do Aeroclube de Pernambuco, Fabiano Freitas, afirmou que os projetos para a nova sede já estão prontos. “Vamos tomar posse do terreno e começar serviços de terraplenagem, fundações e melhorias, como o acesso ao local. Também vamos começar a montar os hangares que conseguimos resgatar da nossa antiga sede”, pontuou.
Já para a construção do prédio principal e da pista será necessário esperar pela indenização prometida pela Prefeitura do Recife, cujo valor não foi informado. “São serviços mais caros e nós não temos dinheiro para isso. Uma pista de mil metros, por exemplo, não sai por menos de R$ 7 milhões”, afirmou o diretor. Na expectativa de Freitas, o novo aeroclube será mais moderno do que o anterior e poderá, inclusive, ser um gerador de negócios. “Antes não tínhamos economia girando dentro do aeroclube. Agora, além da escola, vamos ter empresas de manutenção de helicópteros e de aviões, por exemplo”, frisou.
Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou que ainda aguarda a liberação dos documentos para a elaboração da escritura do terreno, por parte da Superintendência de Patrimônio da União (SPU), uma vez que a área é considerada terreno de Marinha. “A liberação da indenização correspondente às benfeitorias existentes na área do aeroclube, conforme determina o artigo 3º da Lei (15.148/2013), ocorrerá tão logo a Prefeitura receba a Escritura do terreno”, reforçou.
Da: Folha PE.
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