sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A mágoa política do ex-prefeito Cuscuz.


 Primeiro prefeito a governar Araçoiaba, no Grande Recife,


 ele admite que hoje vive de bicos e expõe mágoas.


“Se Arraes estivesse vivo eu não estaria nessa situação.” A frase, em tom de mágoa, é de Hildemar Alves Guimarães, Cuscuz, ex-prefeito de Araçoiaba, pequeno município da Região Metropolitana do Recife. Não é para menos. Em 16 anos, Cuscuz passou da glória de ser o primeiro prefeito da cidade a uma situação de dificuldades, vivendo de “bico”, como ele mesmo diz. Amigos de ontem, como o ex-deputado Carlos Lapa, a quem foi ligado politicamente, e muita gente do PSB “desapareceram” e o ex-prefeito, visto como “ficha suja”, confessa ter poucos amigos.

“Arraes, quando me via, dizia: ‘Fuba, tais dando de comer ao povo?’”, lembra, rindo da forma como o ex-governador, falecido em 2005, gostava de chamá-lo. Eleito pela primeira vez em 1996, quando Araçoiaba, então desmembrada de Igarassu, realizou sua primeira eleição municipal, Cuscuz “marcou época” nas reuniões do PSB. Fã declarado de Arraes, fazia muito “barulho”, sempre com um chocalho à mão, símbolo de sua atuação na pequena Araçoiaba e nas investidas na capital – seja nas reuniões do partido ou nas arquibancadas da Ilha do Retiro, durante jogos do Sport.

Citado na matéria "Pão com Ovo, o prefeito liso", publicada pelo JC no dia 14 último, enfocando o perfil do prefeito eleito de Primavera (Mata Sul), Rômulo César Moura, Cuscuz procurou o jornal para pedir uma correção. Ao mesmo tempo, expôs sua situação de privações e de muita mágoa com os socialistas.

Na verdade, relata Cuscuz, ele não foi cassado após sua reeleição, em 2000. Seus problemas começaram, lembra, quando a Câmara Municipal, após parecer contrário do Tribunal de Contas, rejeitou suas contas de 2003, já na segunda gestão. “Todas as minhas contas do primeiro governo foram aprovadas”, destaca.

A partir da rejeição das contas de 2003 pela Câmara – “eles (os vereadores) votaram sem me dar o direito de defesa” –, começou seu martírio. Recorreu à Justiça Eleitoral de Igarassu (1ª instância) e ficou sub judice.

“Ainda estou nessa situação”, diz. Terminou a segunda gestão e, quatro anos depois, em 2008, disputou sua terceira eleição, ainda sub judice. Ganhou a disputa, mas perdeu no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE). Alega que, sem instrução, não teve defesa e a votação no Pleno do TRE ficou empatada por 4 a 4, sendo derrotado pelo voto de minerva do então presidente do Pleno, desembargador Jovaldo Nunes.

DO:JC online.

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