Expectativa é de que as obras comecem em 2016, com investimento de R$ 108 mi.
Itamaracá será o primeiro município do Norte/Nordeste a contar com um
sistema de esgoto a vácuo. O estudo de concepção do modelo, comum em
países como Estados Unidos e Japão e presente no Brasil em algumas
cidades do Sul e do Sudeste, foi aprovado pelos parceiros da Parceria
Público-Privada (PPP) responsáveis pelo programa Cidade Saneada. Juntos,
a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e a Odebrecht
Ambiental vão, a partir de agora, trabalhar nos projetos básico e
executivo, com expectativa de que as obras comecem já no próximo ano ao
custo de R$ 108 milhões.
O sistema de esgoto a vácuo consiste em um ramal de tubulações que
consegue transportar o esgoto graças a uma pressão negativa produzida
por uma central. Com a retirada do ar da encanação, o fluxo é arrastado
até um tanque a uma velocidade média de 5 metros por segundo.
Desenvolvido na Suécia no fim da década de 1950, a modalidade de coleta
de esgoto a vácuo apresenta vantagens significativas em comparação com o
sistema de coleta de esgoto por gravidade, segundo o diretor de
Operações e Engenharia da Odebrecht Ambiental, Rodrigo Dias.
“É um sistema que pode ser instalado sem a necessidade de grandes
escavações e que dá a possibilidade de vários traçados, ou seja, mesmo
que no caminho das tubulações apareçam interferências não há prejuízos
ao circuito. Há ainda a economia na redução do número de estações
elevatórias. No caso de Itamaracá se fosse só pelo sistema antigo seria
preciso 21 estações, com o a vácuo serão sete”, explica Dias. Pelos
cálculos da Odebrecht Ambiental os custos podem cair em até 40%.
Ao todo Itamaracá terá 100 quilômetros de rede a vácuo, que se integrará
ao sistema de gravidade. As intervenções na ilha marcarão o terceiro
ano do Programa Cidade Saneada que começa este mês, além de abrir
precedentes para que outras áreas de Região Metropolitana do Recife
(RMR) também recebam a novidade. “São inúmeros requisitos que precisam
ser atendidos para viabilizar esse sistema a vácuo. Vamos estudar as
outras regiões e implantando esse modelo onde for possível”, afirmou
Gilson Merli, gerente de Engenharia da Odebrecht Ambiental.
Em dois anos de Cidade Saneada, o investimento total atingiu R$ 398
milhões. O programa abrange as 14 cidades da RMR mais Goiana. Em 12
anos, espera-se o índice de 90% no atendimento em esgotamento sanitário,
com um investimento total de R$ 4,5 bilhões, sendo R$ 1 bilhão do Poder
Público.
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