quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sem emprego ou ajuda do governo, moradores do DF lutam para bancar custos.

  No Distrito Federal, família inteiras ainda vivem sem trabalho fixo ou ajuda de bolsas assistenciais, conseguindo dinheiro no lixão ou com bicos.

Janide os filhos e a neta não recebem Bolsa Família e vivem do que catam para vender (Bruno Peres/CB/D.A Press)
Janide os filhos e a neta não recebem Bolsa Família e vivem do que catam para vender
  A queda das desigualdades sociais no Brasil ainda não foi suficiente para que todos os moradores do Distrito Federal tenham renda suficiente para bancar os custos de vida e um lugar digno para morar. A pernambucana Janide Josefa da Silva, 44 anos, deixou o município de Itamaracá, 45 quilômetros distante da capital Recife, quando o ex-marido se mudou para Brasília para ser professor em uma escolinha de futebol, em 2003.

  Após um período na capital, o marido a abandonou e Janide encontrou abrigo em São Sebastião, mas a falta de dinheiro para custear o aluguel a forçou a procurar outro lugar para viver. Mãe de três filhos, Janide havia deixado as crianças com parentes até que encontrasse uma casa. Desempregada e sem o apoio de familiares, achou abrigo na Estrutural, uma invasão que na época não tinha asfalto, rede elétrica nem abastecimento de água.

  Janide, que estudou apenas até a 3ª série do Ensino Fundamental, não conseguiu uma vaga no mercado de trabalho e foi obrigada a se juntar a milhares de pessoas que se sustentam como catadoras no Lixão da Estrutural. Assim que conseguiu economizar R$ 300, comprou passagens de ônibus para os filhos que passaram a ajudá-la na coleta de latas e garrafas plásticas. Após 11 anos no DF, pouca coisa mudou na vida da nordestina.

   Ainda desempregada, sem uma casa própria e dependente do lixão para tirar o sustento, ela pensa em voltar para Pernambuco. “Aqui tudo é caro. A vida no Nordeste é simples, mas lá eu tenho uma casa. Nem o Bolsa Família eu consegui receber. Já me cadastrei, mas nunca deu certo”, lamenta. Uma das poucas alegrias que tem é a neta Karina, de 5 anos, filha do primogênito José da Silva Santos, 25. A criança ainda não estuda porque os pais não conseguem vaga nas escolas da região. 

Do: Correio Brasiliense.

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