Pesquisa aponta aumento nos lançamentos tanto na parte norte como na sul.
Arthur Mota/Arquivo Folha
O mercado imobiliário está em expansão nos litorais do Estado. No primeiro trimestre deste ano o lançamento de imóveis no Litoral Sul representou 30% do volume registrado no primeiro trimestre deste ano pelo Índice de Velocidade de Vendas (IVV). A pesquisa, realizada pela Fiepe, apontou crescimento de 10% nos lançamentos no Litoral Norte nesse mesmo período.
Para a economista Mônica Mercês há pontos cruciais que respondem por essas novas fronteiras urbanas. “Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Vetor Sul, e grandes plantas industriais no Vetor Norte, como, por exemplo, a da Fiat e todo o seu efeito multiplicador que a cadeia produtiva de uma indústria automobilística promove”.
Odebrecht/divulgação
No Litoral Sul, o número de empreendimentos lançados é grande. E a valorização acompanha o crescimento. De 2013 para 2014, as propriedades obtiveram um reconhecimento considerável, atingindo um aumento em torno de 15% no valor dos imóveis. No Norte, banhado por praias como Pontas de Pedra, Catuama e Carne de Vaca, os imóveis também estão mais valorizados, com alta de 10%.
No sul, imóveis têm valorização crescente
Os imóveis no litoral pernambucano experimentam um período de valorização crescente. A Reserva do Paiva, da Odebrecht Realizações Imobiliárias, é um dos exemplos. Localizada no Cabo de Santo Agostinho, o bairro planejado impulsiona ainda mais o turismo e o mercado imobiliário na região, com estruturas de alto padrão. Em todo o Litoral Sul, o preço do metro quadrado varia entre R$ 7mil e R$ 10mil. Casas e bangalôs apresentam valores que vão de R$ 200 mil a R$ 2,3 milhões.
De acordo com o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), André Callou, o mercado na região litorânea está vivo e tem opções de imóveis que cabem em todo orçamento. “De unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida a mansões em Muro Alto e no Paiva que oferecem conforto, mas com preços milionários”, afirma.
O imóvel do empresário Wilson Barreto, 39 anos, está avaliado em R$ 1,4 milhão. Para construir a sua casa, que fica na praia de Muro Alto, foram investidos R$ 250 mil. “Eu comprei o terreno há 11 anos, mas só construí em 2007. De lá para cá, a valorização está na beira dos 600%”, comemora. Como forma de investir e obter rendimentos, Barreto decidiu alugar a casa para um grupo de amigos que trabalha em Suape. “A rentabilidade é boa. O preço que estipulei foi R$ 8 mil”.
Aluguel - O setor de locação também está aquecido na região litorânea do Estado. O preço médio cobrado por metro quadrado é de 0,5% do valor total do imóvel. Por exemplo, se a propriedade custa R$ 300 mil reais, o metro quadrado será R$ 150. A dentista Aline Moraes, 31 anos, costuma alugar casas na praia de Serrambi, vizinha de Porto de Galinhas, para veraneio. No mês passado, conseguiu encontrar um imóvel que custou R$ 3,8 mil o mês. “Estava querendo comprar, mas os preços estão muito altos. A saída é alugar mesmo”, declara.
O paraíso de Porto de Galinhas, avalia Mendonça, já tem um diferencial natural que é a beleza das praias e a fama que conquistou em todo o País. Por esse motivo, nunca sofreu desvalorização. “As demais praias do Litoral Sul não possuíam infraestrutura adequada para atrair compradores. Porém, hoje, o investimento feito pelo poder público em segurança e em infraestrutura em alguns locais ajudou, e muito, a valorizar os imóveis”, comenta o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Pernambuco (CreciPE), Petrus Mendonça.
Carneiros - Apesar de ter um mercado imobiliário mais tímido, o número de empreendimentos na Praia dos Carneiros, que fica a 113 km do Recife, no município de Tamandaré, cresceu. A Construtora Conic é uma das empresas que tem apostado na região. Lançou o Eco Resort Carneiros, que possui o maior terreno do local, contando com mais de 13 mil metros quadrados.
“A motivação de apostarmos foi o fato de ser uma praia ainda com característica privativa, sem ter tanto fluxo de pessoas. Além de ser uma área de grandes possibilidades rentáveis”, argumenta o gestor de vendas da Conic, André Luís. Os preços variam entre R$ 200 mil (flats) e R$ 1 milhão (bangalôs). “Só restam18 unidades. O momento está sendo propício para o mercado naquela localidade”, conclui André Luís.
Norte ressurge com novas fábricas
Há 35 anos, a Ilha de Itamaracá, que fica no Litoral Norte, a 50 km da Capital pernambucana, era considerada a coqueluche do mercado. O motivo é simples. Antes, no Litoral Sul, a infraestrutura não era devidamente explorada. Depois que as construtoras e investidores voltaram os olhos para o outro lado, o Norte ficou em segundo plano. Mas, entre altos e baixos, o local voltou a ser alvo de investimentos, especialmente pelo surgimento de novos bairros e a chegada de grandes empresas, como a Fiat, o que tem valorizado a área.
“Todos esses aspectos têm ajudado a resgatar a famosa Ilha de Itamaracá e todo o Litoral Norte”, afirma o presidente do Creci-PE, Petrus Mendonça. A empresária Cristina Souza, 42 anos, também enxerga o potencial imobiliário na região. Ela comprou uma casa em Itamaracá há 18 anos. Na época, a propriedade custou, aproximadamente, R$ 60 mil. Hoje, o valor ultrapassa R$ 350 mil. “Até pensei em vender o meu imóvel, mas há uma tendência de crescimento perceptível na área, principalmente se o presídio fosse transferido para outro lugar”, opina a empresária.
Da: Folha PE.
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