segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Monumentos históricos têm pouca sinalização.

  Quem desconhece a Capital pernambucana precisa ter muita persistência para conseguir chegar ao ponto turístico.


Léo Motta/Folha de Pernambuco
Em Igarassu, painel danificado deixa turista na mão
  Faltando menos de cinco meses para a Copa do Mundo e em meio a muitas incertezas sobre a real capacidade para sediar o megaevento, os estados que receberão os jogos correm contra o tempo para estar com a casa arrumada à espera dos exigentes visitantes. 

   Em Pernambuco, assim como em outros estados, os desafios são enormes. Basta caminhar pelas ruas das principais cidades para perceber que ainda falta muito a ser feito. Não se pode esperar que nestas cidades todos os bairros estejam cem por cento, mas que pelo menos os mais turísticos sejam exemplo de boa gestão.


  A sinalização precária de algumas importantes rodovias, a carência de identificação nos principais pontos turísticos do Estado, a ausência de placas bilíngues ou a depredação de alguma delas podem atrapalhar a viagem de quem busca conhecer melhor a terra do frevo, rios e pontes.
  É importante dizer que muitas vezes o poder público até faz sua parte, mas o cidadão contribui para o mal estado das coisas, quando parte para a depredação ou faz das ruas um lixeiro a céu aberto. Mas há, no entanto, situações de puro descaso das gestões municipais.
  A história segue nestes termos para quem desembarca no Aeroporto Internacional dos Guararapes, localizado na Zona Sul do Recife. Seguindo o fluxo de veículos, através da avenida Marechal Mascarenhas de Morais, na Imbiribeira, o condutor conta com sinalização suficiente para acessar pontos como o Bairro do Recife ou a cidade irmã, Olinda. 
  Entretanto, o olhar, ainda que mais atento, não identificará qualquer orientação para se chegar aos polos culturais, a exemplo de museus, fortes, parques ou igrejas espalhados pela cidade.
   Se o caminho for feito pela orla de Boa Viagem - onde se hospedarão a maioria dos turistas - poderão ser vistas, no máximo, informações sobre o Centro de Convenções ou ainda sobre o Convento de São Félix da Ordem dos Capuchinhos, localizado no Pina. Já na região central, a situação se complica: locais simbólicos como o Teatro de Santa Isabel, Casa da Cultura ou o Palácio da Justiça, podem simplesmente desaparecer do roteiro, em virtude da presença de placas apenas na porta. Placas sinalizando para a Arena da Copa são raras.
  Se o destino for o bairro da Várzea, onde ficam as instalações do Instituto Ricardo Brennand, ou a região da UR7, sede da famosa Oficina Francisco Brennand, a sinalização deixa muito a desejar. Em ambos os casos, o turista vai ter que consultar um guia, pegar informações pelo caminho ou usar um GPS para chegar aos dois locais. Placas informando esses destinos, só a 500 metros dos dois pontos culturais.
  A professora paulista Maria Francisca De Vitto, de 65 anos, é um exemplo de quem se aventura e sofre para conhecer lugares se guiando apenas por placas de sinalização. “Muitos indicativos são confusos, instalados com distâncias indevidas e não orientam o caminho a seguir nas bifurcações. Às vezes o ponto de retorno é tão longe que dá até vontade de desistir”, critica. Na avenida Dezessete de Agosto, no bairro de Casa Forte, não existem placas indicando que o turista está próximo ao Museu do Homem do Nordeste. 
  Já na Estrada do Arraial, em Casa Amarela, o visitante poderá ter que pedir informações para achar o Sítio da Trindade. “Para caminhar por alguns locais seria preciso usar uma bússola”, brinca a gaúcha Renata Salazar, 29, hospedada há quatro dias no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.
  Para quem vai pegar a estrada em direção ao Litoral Sul, o quadro pode ser considerado bem mais tranquilo. Destinos como Porto de Galinhas e Serrambi, em Ipojuca, ou ainda Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, estão bem sinalizados e não devem esquentar a cabeça dos motoristas. Já no sentido Norte, as praias do Paulista, como Janga e Maria Farinha, assim como a tradicional Ilha de Itamaracá, carecem de mais sinalização. Algumas placas estão apagadas e o espaçamento entre elas é grande.
  “Na PE-15 até que está bom, mas na BR-101 tem algumas quebradas ou com o mato encobrindo a informação”, denuncia o vendedor Manoel Nascimento, de 50 anos, ao falar sobre a chegada ao Sítio Histórico de Igarassu.
O torcedor, principalmente o estrangeiro, que se aventurar em alugar um carro para ir ao município de São Lourenço da Mata, sede da Arena, percorrendo as principais vias, como as avenidas Recife, Norte Miguel Arraes de Alencar, Abdias de Carvalho ou a rodovia BR-232, no Curado, encontrará limitações devido à ausência quase total de placas que indiquem o caminho.
Saiba mais
Estatística - De acordo com o Ministério do Turismo, aproximadamente, 20 mil turistas estrangeiros visitaram o país durante a Copa das Confederações, sendo cerca de 3% do público local. O resultado estava dentro da expectativa inicial. A meta agora é atrair 600 mil turistas estrangeiros na Copa do Mundo.
Da: Folha PE.

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