sábado, 5 de outubro de 2013

Peixe-boi Chica, símbolo do Derby, chega aos 50 anos.

  Chica viveu 22 anos na praça e hoje está no Centro de Mamíferos Aquáticos.

Animal vive hoje em meio a 23 animais da mesma espécie. Foto: ICMBIO/Divulgação
Animal vive hoje em meio a 23 animais da mesma espécie. Foto: ICMBIO/Divulgação.
   No ano de 1963, uma fêmea de peixe-boi encalhou na praia de Ponta de Pedras, em Goiana. O filhote acabava de se perder da mãe em meio à correnteza marítima e morreria se não fosse resgatado a tempo. Um pescador abrigou o mamífero durante um curto período até que o entregou para um fazendeiro do município. 

  Por sete anos permaneceria em um tanque do tamanho do seu corpo. Um longo período sem nadar ou contactar outros da mesma espécie. Um dia, ganhou outro destino: um tanque na Praça do Derby, no Recife. E lá começava a história de um animal que marcou uma geração inteira de crianças. Xica completou 50 anos em janeiro deste ano (idade média alcançada pela espécie), mas as comemorações acontecerão até o final do ano no Centro de Mamíferos Aquáticos Projeto Peixe-Boi, na Ilha de Itamaracá, onde vive. 

Veja pessoas relembrando Chica na época do Derby:


  Xica pesava 300 quilos quando foi entregue ao centro, em 1992. Era a metade do peso ideal para um mamífero adulto criado em cativeiro. Além de mal alimentada, não tinha espaço para mergulhar e logo ganhou uma queimadura de sol que a deixou com uma marca esbranquiçada nas costas. Outra sequela foi uma deformidade na coluna vertebral por falta de mergulhos. Na praça, ganhava pipoca das crianças, admiração de adultos, mas também levava pedradas.

Chica foi a maior atração para a população nas décadas de 1970 e 1980. Foto: Arquivo/DP
Chica foi a maior atração para a população nas décadas de 1970 e 1980. Foto: Arquivo/DP.

No centro de mamíferos aquáticos costumam dizer que é um bicho “temperamental”. “Ela fica afastada dos outros peixes-boi, e nem sempre passa de um tanque para outro”, conta a monitora local, Alana de Assis. Hoje Chica pesa 750 quilos, mede 3 metros e resistiu à própria história como um mamífero paciente. No centro, chegou a parir dois filhotes, que terminaram morrendo, e hoje tem a companhia de 23 animais da mesma espécie. Nunca ganhou o mar porque, segundo especialistas, morreria sem alcançar a própria comida. Ela parece ter nascido para lutar pela vida e, mesmo assim, ser sempre uma bela atração.

Do: Pernambuco.com.

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