quarta-feira, 20 de março de 2013

Moradores de Paulista não querem nome em inglês para shopping.


 A comunidade não digeriu bem North Way e faz uma

 consulta popular, hoje, para provocar o debate.



Chaminé da Companhia de Tecidos Paulista será o símbolo do shopping / Rodrigo Lôbo/JC Imagem

Chaminé da Companhia de Tecidos Paulista será o símbolo do shopping.

Rodrigo Lôbo/JC Imagem

 O shopping center em construção na cidade de Paulista mexeu com a identidade cultural de moradores do lugar, ao Norte do Grande Recife. Nada contra o empreendimento, que vai gerar emprego e renda no município. 

 O problema é o nome escolhido para batizar o centro de compras: North Way. A comunidade não digeriu bem as duas palavras grafadas em inglês e faz uma consulta popular, hoje, para provocar o debate.

 Promovida pelo Movimento Pró-Museu, defensor do patrimônio histórico de Paulista, a pesquisa será realizada na missa do meio-dia, na Igreja de Santa Isabel, Centro da cidade. Cada pessoa vai receber uma folha de papel para dizer qual nome colocaria no shopping. 

  As sugestões serão encaminhadas aos empreendedores, como contribuição da cidade.
“Esperamos contar com a participação de aproximadamente duas mil pessoas, para referendar nossa proposta”, diz o coordenador do Movimento Pró-Museu, Ricardo Andrade. 

 Segundo ele, a enquete vai se repetir outros dias, em locais a serem definidos. “North Way Shopping é um estrangeirismo desnecessário, o centro de compras ocupa uma área histórica e não deveria estar desconectado dessa realidade”, destaca.

 Ricardo Almeida cita o Camará Shopping, em Camaragibe (Grande Recife), e o Vitória Shopping, em Vitória de Santo Antão (Zona da Mata Sul), como exemplo de centros de compras que preservam no nome a ligação com as cidades onde estão sendo construídos. Camará, palavra de origem indígena, é um arbusto de flores pequeninas. Um dos bairros mais famosos do município é denominado Aldeia dos Camarás.

 O North Way Shopping ocupará o terreno da antiga Companhia de Tecidos Paulista (CTP), construída no fim do século 19, como empresa de pequeno porte. Em 1904, as ações da CTP foram compradas pelo sueco naturalizado brasileiro Herman Lundgren. A família expandiu a indústria têxtil em Pernambuco e influenciou a vida dos habitantes de Paulista.

 O grupo ACLF não quis comentar a iniciativa, antes de ser procurado pelo Movimento Pró-Museu. Informa que a construção do shopping já foi iniciada e as primeiras 112 lojas entram em funcionamento no início de 2015. No ano seguinte, abrem mais 93.

Do: JC Online.

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