Uma semana após a diplomação, os questionamentos sobre as irregularidades na campanha eleitoral para a Prefeitura de Abreu e Lima ainda continuam. Denúncias apresentadas pelo Ministério Público de Pernambuco apontam para o uso de dinheiro público para a produção de material publicitário e a distribuição de materiais de construção para a compra de votos que beneficiaram o candidato eleito, o pastor Marcos José da Silva (PT).
Segundo o promotor do MPPE, Roberto Brayner, as acusações partiram da própria oposição, que levou à sede do Ministério Público de Abreu e Lima materiais de propaganda política, que tinham como suspeita de ordem de serviço a própria Prefeitura de Abreu e Lima. Brayner explicou que, na época, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em conjunto com a Polícia Federal (PF), realizou um mandado de busca e apreensão de panfletos, banners e faixas com a nota fiscal assinada em nome da própria prefeitura.
"Recebi a denúncia por meio da coligação adversária. Eles recolheram materiais de propaganda política em que tinham um defeito de corte. Neles estavam um código e como cliente a própria Prefeitura de Abreu e Lima", ressaltou o promotor Roberto Brayner, que salientou: "Com isso pedimos ao TRE, que junto com a Polícia Federal, pudesse agir na busca e apreensão dos materiais da mesma gráfica. Lá, vimos que a ordem de serviço tinha como cliente a própria Prefeitura de Abreu e Lima", complementou.
Brayner também revelou a existência de um DVD que provava o uso de repartições internas da Prefeitura de Abreu e Lima em beneficío da campanha do pastor Marcos José (PT). Nele, funcionários eram usados como atores e "pedintes de votos".
"Um DVD chegou em minhas mãos com imagens do próprio prefeito Flávio Gadelha (PMDB) pedindo votos para o pastor Marcos José (PT). Até aí tudo bem, mas o que me chamou a atenção foi o uso dos funcionários que pediam votos para o pastor (Marcos José). Eles pareciam atores, agentes de saúde distribuindo santinhos, guarda municipal acenando. Interpretei isso como uso ilegal da máquina em campanha eleitoral", explicou Brayner.
O promotor ressaltou que, na véspera das eleições, houve distribuição de material de construção feita pela própria Prefeitura de Abreu e Lima. O crime eleitoral, segundo Brayner, foi executado pelo candidato eleito a vereador Marinheiro (DEM), que tinha como função conseguir votos para o candidato a prefeito pastor Marcos José (PT).
"Na véspera das eleições, a prefeitura estava distribuindo material de construção. Eu interpretei isso como crime eleitoral, visto que tinha como finalidade a compra de votos para o vereador denominado de Marinheiro e também para o candidato ao qual ele apoiava, o pastor Marcos José", declarou Brayner.
Até o fechamento desta matéria, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Abreu e Lima não se pronunciou sobre as acusações do promotor Roberto Brayner.
J. Vicktor Tigre para o Pernambuco.com.
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