AE (Rio) – Após um pedido feito pelo deputado federal Romário
(PSB-RJ), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que vai
doar 32 mil ingressos da Copa do Mundo de 2014 para pessoas com
deficiência que comprovem baixa renda. Serão 500 ingressos gratuitos por
jogo, incluindo os acompanhantes dos deficientes, mas os critérios e a
forma de distribuição ainda não foram definidos.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, em evento
que teve a participação de Romário e de outros deputados da Frente
Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, além de
Ronaldo, membro do Conselho de Administração do Comitê Organizador da
Copa (COL), e do diretor de Comunicação da CBF, Rodrigo Paiva.
Na entrevista, Romário relatou ter recebido críticas de seguidores no
Twitter e no Facebook que interpretaram a sua decisão de procurar a CBF
há uma semana como uma aliança com o presidente Ricardo Teixeira e a
“banda podre” da entidade. “Não estou aqui para defender ninguém, não
estou aqui para defender o Ricardo Teixeira, o Ronaldo ou o COL. Estou
aqui para defender direitos que, na minha opinião, são justos”, disse.
O ex-jogador disse ter ficado surpreso com a rapidez com que o seu
pedido foi atendido e agradeceu a Ricardo Teixeira, que não estava
presente. Mas ressaltou que vai “continuar cobrando da mesma forma que
cobrava antes”. “Eu não mudo de lado, não mudo de bandeira, vou
continuar fiscalizando”.
Em discurso, Ronaldo disse que os deficientes foram “esquecidos na
Lei Geral da Copa”, referindo-se ao projeto que tramita no Congresso.
“Nós não vamos esquecer”. Romário, que chorou durante a cerimônia, disse
que a garantia dos ingressos para deficientes representa a “maior
vitória” de seu primeiro ano de mandato. Ele contou um pouco de sua
rotina como deputado, que lhe obrigou a reduzir as partidas de
futevôlei. “Quando cheguei ao Congresso, pensei: ‘Que porra é essa que
estou fazendo aqui’. Hoje estou amarradão”.
Rodrigo Paiva explicou que os ingressos serão comprados pela CBF pelo
preço comum. A deputada federal Rosinha da Adefal (PT do B/AL) disse
que a medida não se trata de privilégio nem de benefício. “É a CBF
fazendo responsabilidade social. A gente não precisa de piedade, mas de
reconhecimento e de ações afirmativas para inclusão”, declarou.
AVALIAÇÃO DE 2011
Em entrevista após o evento, Romário avaliou que o ano de 2011 não
foi positivo para o futebol brasileiro e disse que esperava melhores
resultados. “Se a Copa fosse hoje, o Brasil não passaria nem da primeira
fase com o futebol que está jogando. Está muito abaixo do que pode
fazer, da sua qualidade, mas a gente não pode esquecer que faltam 3
anos”.
Segundo ele, Mano Menezes em princípio deve continuar à frente da
seleção. “Se me fizerem essa mesma pergunta no fim ano que vem e o
resultado for o de hoje, deixaria de apoiá-lo”, acrescentou, ressaltando
que quem decide é a CBF. “A seleção ainda não tem uma base,
infelizmente”. O ex-atacante também defendeu que Mano não vá para a
Olimpíada. “Se fosse o Ricardo, decidiria pelo Ney Franco, que já vem há
3 anos com o grupo. Sendo o Mano, vamos torcer por ele”.
Fonte: Blog de Primeira.
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