sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Com oposição em maioria, Prefeitura de Abreu e Lima tem projetos travados.

 O atual prefeito de Abreu e Lima, Marcos José (sem partido), enfrenta uma crise no legislativo municipal que pode comprometer a gestão no próximo ano. Isso porque a cidade, sendo um dos poucos casos no mundo, tem um fato inusitado: a oposição é a maioria na Câmara dos Vereadores. Ou seja, a pauta, quase sempre, trava. Dos 11 vereadores, 6 estão na oposição e 5 na base do governo. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) de 2015, por exemplo, encontra-se engavetada desde 8 de agosto.
  A LOA, para se ter ideia, é a previsão de todos os investimentos do município no próximo ano. Verbas para educação, saúde e saneamento passam pela LOA. Apesar de ser uma espécie de “previsão”, é nela, também, que está prevista a arrecadação de impostos do município. Sem LOA, os serviços públicos da cidade podem “travar”. As sessões em plenário das últimas reuniões na Câmara tem sido marcada por bate-bocas e discussões, muitas vezes terminam sendo esvaziadas minutos após serem abertas.
  O que corre na cidade é que a estratégia de parte da oposição é assinar o ponto de presença sem comparecer na sessão. Ou seja, é como se um cidadão fosse trabalhar mas não ficasse no emprego, assinando apenas o ponto. A prática começa a chegar aos ouvidos do povo e os vereadores da situação estão planejando atividades que levem os moradores da cidade à Câmara para pressionar os trabalhos do legislativo.
  A situação política da Câmara, por exemplo, pode colocar em risco o Consórcio Municipal MetroNorte, que pretende baratear os custos de saneamento básico e mobilidade urbana entre municípios vizinhos. O projeto é grandioso e envolve as cidades de Igarassu e Itapissuma, além, claro, de Abreu e Lima. O projeto foi enviado à Câmara de Abreu e Lima no dia 23 de junho, mas ainda não foi aprovado. A cidade foi a única que não aprovou o projeto e pode ficar de fora da parceria.
 “São projetos de Lei que trazem benefício a toda a população porque se trata de saneamento básico, assunto de saúde e mobilidade urbana, que poderia facilitar a vida do pedestre e de tanta gente, mas por causa destes vereadores, podemos perder verbas federais”, disse ao Diario o vereador Natalício Alves (PCdoB), que é da base do atual prefeito. Ainda estão travados na Câmara projetos sobre a contratação de profissionais de saúde, como coordenadores de laboratório e técnicos de radiologia. Nesta quinta-feira (13), os vereadores se reúnem para tentar, antes da virada de ano, chegar a um consenso.
Do: DP.

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