sábado, 17 de maio de 2014

Lojistas de Abreu e Lima entram com ação na justiça contra o estado.

 Muitas lojas estão em obras devido à ação de vândalos.
Saques durante a greve da PM ainda é o principal assunto.



  O sábado (17) foi de muito trabalho para os comerciantes de Abreu e Lima, que ainda contabilizam o tamanho do prejuízo provocado pelos saques durante a greve da Polícia Militar. Quem não é patrão também está apreensivo, com medo de perder o emprego. O sindicato que representa a categoria decidiu entrar com uma ação na justiça contra o estado.
  O presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio do Litoral Norte, Fábio Porto, disse que está se reunindo com lojistas e funcionários e que algumas decisões foram tomadas. "A gente entende que o próprio responsável pelo que aconteceu foi o estado porque não deu segurança não só à população mas também aos comerciários e lojistas, que pagam seus impostos. Nós vamos entrar com uma ação para repor todos os prejuízos que os comerciantes tiveram. A gente está vendo que o próprio comerciário está sofrendo, arriscado a perder o emprego pelo que aconteceu no comércio nessa greve"
  Em algumas lojas, os tapumes da entrada não foram retirados porque, lá dentro, está tudo em obras. Em uma loja de eletroeletrônicos e outra de celulares, o expediente foi só dos operários. Um vídeo mostra o supermercado Arco-Íris, em Caetés III, praticamente vazio. Houve dois saques: quarta à noite e quinta pela manhã. a previsão de reabertura é só daqui a, pelo menos, 20 dias.
  A ação dos saqueadores durante a greve da Pm ainda é o principal assunto na área. Memória triste de pessoas que se aproveitaram da ausência da polícia para praticar atos de vandalismo e selvageria.
  Em uma sapataria, os funcionários continuam arrumando os produtos e recebendo o estoque. O gerente mostrou centenas de pares desfalcados de sapatos e tênis. Os vândalos levaram um pé só. "[Levavam] Sempre o pé esquerdo. Nosso pé direito tem dispositivo de segurança, nem doar eu posso. Perdido. Vandalismo total", disse Paulo Roberto, gerente de loja. "Muita luta, trabalho árduo, mas estamos aqui porque a vida continua. O prejuízo a gente recupera trabalhando", relata Elinelson Feliciano, gerente de outra loja.
  A loja de roupas e acessórios foi invadida por mais de 50 saqueadores. Eles forçaram a grade, quebraram os vidros, roubaram 40% dos produtos. As pessoas foram direto para o primeiro andar, onde fica a moda surf. As prateleiras das melhores marcas estão vazias – um prejuízo de mais de R$ 300 mil. A dona foi correndo quando soube da onda de saques, chegou antes da invasão da loja dela, mas não conseguiu impedir. Márcia Muniz, dona da loja, conta que gastou R$ 7 mil com segurança privada, e que o seguro não cobre o que ela perdeu. Ela pretende reabrir logo pra não aumentar o prejuízo. "Não levaram tudo porque me avisaram antes, eu vim pra cá e enfrentei, arrisquei a minha vida. Tenho seguro, mas é muito pouco. O estoque qie tenho na minha loja de Paulista eu tive que dividir e não sei o que fazer agora porque estava com a mercadoria comprada para o São João e fiquei sem ela", afirma Márcia Muniz.
 Prejuízos
  Nem a CDL de Abreu e Lima nem o Sindicato das Empresas no Comércio e Serviços do Eixo Norte (Sindinorte) conseguiram calcular, exatamente, de quanto foi o prejuízo causado pelas depredações no comércio da cidade. Inicialmente, a CDL  trabalhava com a quantia de R$ 1 bilhão de prejuízo, mas de acordo com o presidente Evandro Alves de Lima, o número se referia a uma previsão feita caso a greve durasse cinco dias e todo o eixo norte do estado fosse afetado por depredações.

  Na próxima semana deve ser feita uma reunião com os comerciantes que tiveram prejuízos com a greve. “Vamos tentar remediar o que houve. Temos lojas que tiveram toda a mercadoria roubada; algumas com 20% ou 30% do material roubado; tem umas que vão passar mais de uma semana para reabrir. Tem até comerciante que está pensando na possibilidade de fechar uma das lojas que tem por causa do que aconteceu”, afirma.

Do: G1/PE.

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