quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Expedição mapeia focos de transmissão da esquistossomose no litoral pernambucano.


  Pesquisadores, técnicos e estudantes da Fiocruz Pernambuco visitam o litoral pernambucano nesta terça-feira, quarta e quinta-feira, com o objetivo de identificar focos e criadouros de caramujos transmissores da esquistossomose no Estado. 

   Na expedição também será validado o aplicativo Schisto Track, ferramenta que será utilizada pelo Laboratório de Esquistossomose da instituição para coleta de dados em inquéritos epidemiológicos. Esse aplicativo foi desenvolvido em sistema android e utiliza tablet como instrumento de coleta. 

     Oferece como vantagens a visualização da distribuição espacial do registro dos dados em campo, a anulação dos erros de transcrição e facilidade de manuseio. Ainda integram o grupo, pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e professoras das universidades federais de Pernambuco e de Sergipe. 

    Essa é a segunda edição da expedição. A primeira ocorreu em 2008 e passou por 15 municípios litorâneos, sendo identificadas 12 áreas com caramujos infectados pelo parasita causador da doença, o Schistosoma mansoni: Carne de Vaca e Ponta de Pedras (Goiana); Enseada dos Golfinhos e Forte Orange (Itamaracá); Janga e Pau Amarelo (Paulista); Apipucos (Recife); Dom Helder e Sotave (Jaboatão); Enseada dos Corais (Cabo de Santo Agostinho); Porto de Galinhas (Ipojuca) e Tamandaré.

     De acordo com a coordenadora do Serviço de Referência Regional em Esquistossomose da Fiocruz PE, Constança Simões Barbosa, a equipe sairá do Centro de Pesquisas nesta terça-feira, às 8h, em direção ao litoral sul. Os trabalhos começarão por Porto de Galinhas, área onde há 13 anos ocorreu um surto da doença e desde essa data são realizados estudos no local e tratamento dos casos diagnosticados. Depois a equipe segue para São José da Coroa Grande.

    Na quarta-feira, pesquisadores e alunos partem para Serrambi (Ipojuca), Pau Amarelo (Paulista) e praias do Forte Orange e Enseada dos Golfinhos (Itamaracá). Na quinta-feira os destinos são Carne de Vaca (Goiana) e Mangue Seco (Igarassu). “Visitaremos Serrambi porque recentemente recebemos amostras de caramujos coletados naquela localidade que são da espécie mais eficaz do vetor”, afirmou Constança. No município de Goiana será realizado um trabalho de divulgação popular sobre a prevenção da doença com a contribuição da Rádio Difusora de Goiana.

SOFTWARE - Desenvolvida para smartphones e tablets, o Schisto Track cadastra informações dos domicílios, moradores e criadouros. Possui recurso para registro fotográfico, armazenamento de dados como número de caramujos, classificação do nível da água, salinidade e PH, além de traçar o mapa de deslocamento da equipe de trabalho. Todos os dados são armazenados automaticamente em um banco de dados nas nuvens (serviço de armazenamento na rede mundial de computadores – internet). 

  “Estamos desenvolvendo uma segunda versão da ferramenta que inclui a leitura de QR Codes (código de barra bidimensional que armazena informações e pode ser scaneado) que serão deixados nos domicílios cadastrados. Assim, portando uma impressora bluetooth os exames das famílias poderão ser impressos numa nova visita”, explica Onício Leal, que está validando esse aplicativo no Mestrado em Saúde Pública da Fiocruz Pernambuco.

   A ferramenta será apresentada em Londres, nos dias 23 e 24 de setembro, no 6º Congresso Mundial de Mídias Sociais, Aplicativos Móveis, Internet 2.0 em Saúde e Pesquisa Biomédica - Medicine 2.0. Esse é considerado o maior evento da área de inovação tecnológica em saúde. Apesar de estar sendo utilizada para o controle da esquistossomose, o Schisto Track pode ser adaptado para  inquéritos epidemiológicos de outras doenças, como filariose e leishmaniose.

Do: DP.

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