Moradores vizinhos alimentam o cachorro jogando comida por cima do muro. Foto: Mariana Fabrício/Esp.DP/D.A Press |
Há cerca de dois meses um cachorro sem raça definida está abandonado em uma casa sem número na rua Frei Caneca, no bairro do Janga. O animal apresenta sinais de maus tratos e está com uma das patas traseiras quebradas. Ele sobrevive graças à solidariedade dos vizinhos que jogam comida pelo muro. De acordo com relatos dos moradores, os donos do imóvel mudaram de endereço há um ano e deixaram o animal pelas redondezas. Mesmo informados sobre a situação, os antigos tutores não aparecem e o cão continua na casa que é frequentemente saqueada.
A administradora Ana Freitas, 45 anos, reside rua Frei Caneca e conta que foi a primeira a ver o cachorro ainda na rua. "No mês passado o encontrei e imaginei que ele tivesse voltado sozinho para onde morou, mas como não vi ninguém, resolvi alimentá-lo. Dias depois outra vizinha conseguiu colocá-lo de volta na casa e entrou em contato com os donos, que garantiram que viriam a cada dois dias para cuidar dele. Eles vieram algumas vezes e ainda reclamaram da nossa atitude. Mas já faz tempo que não aparece ninguém para ajudar, então nós continuamos a alimentá-lo", conta.
Outra moradora que ajuda o animal é a professora Clélia Maria Rodrigues, de 56 anos. "Logo depois que o abrigamos ele apareceu com a perna quebrada. O colocamos novamente na casa e eu entrei em contato com os proprietários cobrando cuidados e comuniquei sobre o acidente. Foi aí que eles vieram, trouxeram uma veterinária que aplicou uma injeção, mas deixaram o animal lá justificando que ele teria fugido e que não tinham lugar para deixá-lo. No momento estou dando comida a ele. O que iria fazer? Deixá-lo morrer de fome?", questiona.
A professora também relata que a casa é constantemente invadida. Janelas, portas e uma pia já foram roubadas. No interior o estado é de abandono. Muito lixo, mato e folhas tomam o ambiente. "Diversas vezes já vi marginais pulando o muro. Eles entram com muita facilidade a qualquer hora do dia para roubar coco e outras coisas da casa”, diz. O aposentado Antônio Holanda, 56 anos, reitera a informação. "Essa casa abandonada é um problema. Já levaram até grades dela. Além disso entram para fumar aí dentro. É um perigo para nossa rua", opina.
A equipe de reportagem tentou, por diversas vezes, entrar em contato com os tutores do cachorro, mas não obteve sucesso.
Sobre o assunto, o superintendente de vigilância à saúde da Prefeitura de Paulista, Fábio Diogo, afirmou que o município tem por lei a proibição de recolher animais de pequeno porte. No entanto, ele garantiu que uma equipe irá amanhã ao local para averiguar a situação. “Uma denunciante já nos procurou denunciando o caso. O que podemos fazer é tentar sensibilizar dos donos do animal porque não podemos recolhê-lo”, afirma.
Em casos como esse a população pode denunciar através do Disque Denuncia, pelo telefone 3421-9595 ou prestar queixa na Delegacia de Polícia do Meio Ambiente com a realização de um Boletim de Ocorrência ou através do telefone 3184-7119.
Do: DP.
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