Monitoramento vai cobrir 30km, de Brasília Teimosa à Praia do Paiva. Foto: Tânia Passos/DP/D.A Press |
O barco Sinuelo zarpou de Brasília Teimosa, por volta das 15h desta sexta-feira, com a missão de capturar tubarões e afastá-los da costa pernambucana.
Esta embarcação de 12 metros comandada pelo engenheiro de pesca Bruno Leite, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), vai utilizar 100 anzóis para capturar os animais a 2 km da praia e soltá-los mais 35 km mar a dentro.
Segundo os especialistas envolvidos na operação, a transferência dos tubarões evita que eles retornem às águas rasas, minimizando em até 90% o risco de ataques a banhistas ou surfistas.
De volta à ativa após sete meses de interrupção em suas pesquisas, o equipamento vai lançar seu espinhel com 100 anzóis ao longo de 30km, de Brasília Teimosa à Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho.
"Neste primeiro dia, capturar um tubarão será um bom resultado", antecipava Bruno Leite pouco antes de partir na companhia de dois auxiliares e um cozinheiro.
Além de remover os tubarões de trechos próximos à costa, a equipe vai instalar chips para estudar a trajetória dos peixes.
A missão, que será encerrada na próxima quarta-feira, data marcada para o retorno do Sinuelo a Brasília Teimosa, foi viabilizada pela disponibilização de verbas de R$ 1,7 milhão liberadas pelo governo do estado nesta semana, em meio à comoção causada pelo ataque que matou a turista paulista Bruna Gobbi, 18 anos, em Boa Viagem.
A recepcionista, mordida na perna esquerda na última segunda-feira, foi a 24ª pessoa morta por um tubarão na costa pernambucana desde o início da contagem, em 1992.
Os recursos financeiros dispensados à operação serão usados ao longo de dez meses. A próxima missão começa na sexta-feira (4 de agosto).
SAIBA MAIS
O Sinuelo:
12 metros de comprimento
8 nós (20 km/h) de velocidade máxima
O que faz a embarcação:
Realiza, desde 2004, o monitoramento de tubarões na costa do Grande Recife.
Na pesquisa são capturados tubarões, que são marcados e levados para longe da costa
Uma linha forte e comprida, chamada de espinhel, é colocada a cerca de três quilômetros de distância das praias.
Presa à linha principal, estão outras 200 secundárias com anzóis circulares, que se prendem no maxilar do tubarão, que continua vivo.
Todas as manhãs, a tripulação recolhe a linha, verificando se algum tubarão foi capturado e à tarde a lança novamente ao mar.
No animal é colocado um dispositivo para rastrear sua trajetória no oceano. Após as análises, o tubarão é solto.
O barco zarpa às quintas e sextas-feiras.
Retorna ao Iate de Brasília Teimosa após cerca de cinco dias de trabalho.
30km serão cobertos pelo espinhel durante o monitoramento.
90% é a queda média no número de incidentes depois que o barco vai a campo.
R$ 179 mil é o custo mensal da operação.
Praias percorridas:
Brasília Teimosa
Pina Boa Viagem
Piedade
Candeias
Barra de Jangada
Paiva
Ataques em Pernambuco
59 vítimas desde o início da contagem, em 1992
24 mortes
35 feridos
Número de ataques por cidade
27 Recife (45,76%)
21 Jaboatão dos Guararapes (35,59%)
06 Cabo de Santo Agostinho (10,17%)
03 Olinda (5,08%)
01 Paulista (1,7%)
01 Goiana (1,7%)
Do: Diário de Pernambuco.
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