segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mulheres dão voz à política.

 Elas são a maioria do eleitorado brasileiro que foi às urnas no domingo passado (51,9% dos votantes são mulheres) e a participação na vida pública vem aumentando a cada eleição. Segundo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil teve 356 candidatas a mais para prefeituras em relação ao pleito municipal passado, o que resultou em um aumento de 159 prefeitas eleitas em relação às eleições de 2008. Em Pernambuco, o número de prefeitas foi reduzido de 17 para 16, contudo a quantidade de vereadoras nos legislativos municipais passou de 202 para 259.

Peu Ricardo
Priscila Krause, Aline Mariano e Marília Arraes renovaram seus mandatos, por mais quatro anos, na Câmara de Vereadores do Recife.


  Das prefeitas eleitas, três conquistaram o direito de reeleição: Eugênia Araújo (PSD), de Betânia; Rorró Maniçoba (PSB), Floresta; e Cida (PSD), Solidão. O PSB foi a legenda que mais elegeu mulheres para prefeita, totalizando quatro, seguido do PTB e PSD, que elegeram três cada. Sendo que a sigla pessedista conseguiu eleger três das suas cinco canditatas. Na Câmara Municipal do Recife, a bancada feminina passará de quatro representantes para seis dos 39 vereadores. Marília Arraes (PSB), Priscila Krause (DEM) e Aline Mariano (PSDB) renovaram os seus mandatos, enquanto Isabella de Roldão (PDT), Missionária Michelle Collins (PP) e Irmã Aimeé (PSB) vão estrear no Legislativo a partir do próximo ano.

  Mesmo com o crescimento do público feminino na política, as mulheres não conseguiram ser a maioria em nenhuma casa legislativa do Estado. Mas, em alguns municípios, elas conquistaram uma representação equilibrada. Em Barra de Guabiraba, Joaquim Nabuco e Casinhas, por exemplo, as vereadoras conquistaram quatro das nove vagas. Outros casos fo­ram: Bom Conselho (quatro das 11 cadeiras); Bom Jardim (cinco das 13); Goiana (cinco das 15); e Camocim (cinco das 11). Em Olinda, a Câmara Municipal terá duas vereadoras: Mônica Ribeiro (PDT) e Graça Fonseca (PR), após quatro anos composta apenas de homens.

  Na contramão deste quadro de crescimento está o Legislativo de Petrolina. O município sertanejo elegeu em 2008 a maior bancada feminina da sua história, mas viu este ano o número de parlamentares mulheres ser reduzido para apenas duas. Já municípios como Araçoiaba, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho e Itamaracá, localizados na Região Metropolitana, não conseguiram eleger nenhuma vereadora.

  O cientista político Hely Ferreira destaca que Pernambuco tem uma tradição de reconhecer mais cedo os direitos políticos das mulheres. “Existe uma  visão de sociedade de que os espaços deveriam ser ocupados apenas por homens e a politica é uma delas. Em Pernambuco, houve casos como a esposa de Duarte Coelho que assumiu a Capitania de Pernambuco por duas vezes. Na primeira Constituição republicana, foi discutida a possibilidade da mulher votar, sendo que com duas condições: que ela tivesse independência financeira e curso superior. Lógico que na época era muito difícil e eles acabaram retirando isso da pauta”, destacou.


Da: Folha Pe.
 

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