Polícia começa a investigar explosão de cilindro em frente ao zoo do Recife.

 Perícias e depoimentos de testemunhas são fundamentais para inquérito.

 Três pessoas ficaram gravemente feridas, uma delas teve morte cerebral.

 
 A Delegacia da Macaxeira, no Recife, abriu um inquérito, nesta segunda-feira (15), para apurar a explosão de um cilindro de encher balões, que ocorreu em frente ao Horto Dois Irmãos, na Zona Norte da cidade, na última sexta-feira (12). Uma pessoa morreu no acidente.

  De acordo com o delegado Sérgio Nunes, o resultado de duas perícias é fundamental para o avanço da investigação, bem como o depoimento de algumas testemunhas. "Nós vamos arrolar testemunhas para saber quem era o responsável pelo cilindro, que devia estar adulterado. O recomendado é utilizar gás hélio, que é raro, caro, mas deve ter usado outro tipo de gás", disse.

  Sete pessoas ficaram feridas quando um cilindro usado para encher bolas explodiu na frente do Parque Dois Irmãos, no Dia das Crianças. Uma delas foi Luanderson José da Silva, de 19 anos, que era ajudante do dono do cilindro. Ele ficou internado no Hospital Getúlio Vargas por dois dias. Chegou sem as pernas, perdeu muito sangue, com um quadro de saúde extremamente grave.

  De acordo com o diretor do hospital, Roberto Cruz, os médicos chegaram a fazer duas cirurgias para salvar a vida do rapaz, mas, às 17h do domingo (14), constataram a morte cerebral. A família foi avisada e, às 20h15, o coração do jovem parou. Por conta disto, não houve doação de órgãos. "O intervalo entre a detecção da morte cerebral e o óbito clínico foi muito pequeno para haver a possibilidade de doação", explicou.

  A explosão também provocou a amputação das duas pernas de Marcelo de Paulo, de 42 anos, dono do cilindro. Ele continua internado no Hospital Getúlio Vargas, respirando sem a ajuda de aparelhos. A previsão é que a alta médica seja dada na terça-feira (16).

  O Instituto de Criminalística fez perícias no local do acidente, mas o gás que era utilizado para encher os balões ainda é desconhecido. Mas conhecidos do dono do cilindro disseram que os comerciantes usavam soda cáustica e limalha de alumínio para produzir o gás que enchia os balões. A mistura não produzia o gás hélio, que é seguro e normalmente é utilizado com esta finalidade, mas hidrogênio, um gás altamente inflamável.

  A terceira vítima grave do acidente está internada no Hospital da Restauração (HR), no Derby. De acordo com informações da unidade, o homem de 32 anos está na unidade de queimados, consciente e orientado. Ele teve queimaduras em 10% do corpo, em especial queimaduras profundas nas duas pernas, mas não corre risco de morrer e deve ficar internado durante essa semana devido aos cuidados necessários com os ferimentos.

Explosão:
 
  O cilindro utilizado para encher balões de gás explodiu, na tarde da última sexta-feira (12), próximo à entrada do Horto Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, onde funciona um zoológico. Sete pessoas ficaram feridas no acidente, três em estado mais grave, tendo duas sido socorridas para o Hospital Getúlio Vargas e uma, com queimaduras, para o Hospital da Restauração.

  De acordo com a Unidade de Pronto Atendimento do bairro da Caxangá, um jovem de 17 anos chegou ao local com queimaduras de primeiro grau por conta da explosão no horto. Ele foi medicado e liberado.

  Três crianças deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Torrões, mas passaram pouco tempo dentro da unidade. Elas receberam os primeiros atendimentos - apresentavam algumas escoriações. De acordo com a UPA, foi preciso retirar alguns estilhaços arremessados pela explosão e fazer curativos. Os responsáveis levaram os menores para hospitais particulares não informados.

  A administração do Parque Dois Irmãos enviou uma nota oficial na sexta, lamentando o acidente e esclarecendo que é proibida a entrada de visitantes com balões e bexigas no local, além da venda desses produtos dentro do zoológico. De acordo com os administradores, aos estourarem, os restos de balões podem chegar aos recintos dos animais e serem ingeridos por eles.

  A Diretoria de Controle Urbano do Recife (Dircon), responsável pela fiscalização e licenciamento dos comerciantes, divulgou uma nota no sábado (13)  informando que o comerciante envolvido no incidente não estava devidamente licenciado para atuar no local.

  O Instituto de Criminalística (IC) deve divulgar nos próximos dias o laudo da perícia, que vai apontar quais eram os materiais utilizados pelos comerciantes que podem ter causado a explosão.

Do: G1/PE.