Durante uma semana, JC percorreu as principais praias do
Estado, registrando imagens belíssimas e o descaso com
lugares ditos paradisíacos.
Desorganização do comércio é um dos problemas verificados nas praias
Foto: Marcos Pastich/JC Imagem
A promessa de um passeio inesquecível, com muito sol, céu azul, um mar com águas mornas e uma brisa constante. O litoral de Pernambuco é visto sempre como um lugar para de clima maravilhoso principalmente para turistas. Mais um verão chega e por trás dessa pintura de cartão postal a situação não está tão bonita quanto parece. Durante uma semana a reportagem do Jornal do Commercio percorreu as principais praias dos 187 quilômetros de litoral, norte a sul do Estado, registrando imagens belíssimas, mas registramos também o descaso com lugares denominados paraísos.
As praias do Cabo de Santo Agostinho são destinos certos não só para turistas, mas principalmente para moradores das vizinhas Recife e Jaboatão dos Guararapes. A distância para encontrar um pedacinho do paraíso tão próximo, cerca de 45 quilômetros da capital, é o principal atrativo e novos acessos estão garantindo ainda mais a passagem para o Litoral Sul. Até 2010 o único caminho para chegar às praias mais badaladas da região, como Itapuama, Calhetas e Porto de Galinhas, era pela PE 60, que continua apresentando problemas estruturais que provocam longos engarrafamentos, principalmente nos finais de semana e feriados.
As praias do Cabo de Santo Agostinho são destinos certos não só para turistas, mas principalmente para moradores das vizinhas Recife e Jaboatão dos Guararapes. A distância para encontrar um pedacinho do paraíso tão próximo, cerca de 45 quilômetros da capital, é o principal atrativo e novos acessos estão garantindo ainda mais a passagem para o Litoral Sul. Até 2010 o único caminho para chegar às praias mais badaladas da região, como Itapuama, Calhetas e Porto de Galinhas, era pela PE 60, que continua apresentando problemas estruturais que provocam longos engarrafamentos, principalmente nos finais de semana e feriados.
O reforço no acesso aconteceu depois da criação da Via Parque, uma rodovia de 6,5 quilômetros, além da Ponte Arquiteto Wilson Campos Júnior, mais conhecida como Ponte do Paiva. É a primeira rodovia construída numa Parceria Público-Privada em Pernambuco. A estrada é bem conservada, iluminada. Para o acesso é cobrado um pedágio de R$ 4,10 por veículo nos dias úteis e de R$ 6,20 no fim de semana, e o usuário pode contar, no trecho, com ambulância, serviço de guincho, câmaras de monitoramento de segurança que funcionam 24 horas e até um serviço de 0800 para atender aos usuários.
A praia de Itapuama é procurada muito pelos surfistas e pra quem gosta curtir um lugar calmo. A orla está bem estruturada, com lugares amplos pra estacionamento e os comerciantes, aparentemente, respeitam a ordem da Prefeitura de Ipojuca para não deixar as barracas ou carroças armadas depois no fim do dia. Quem trabalha no local é unânime em falar sobre o respeito pela área. “Quem vem aqui sabe que a gente vai cobrar, se deixarem algo no chão. Temos lixeiros em cada mesa e cobramos a limpeza”, disse Adilson Sales, comerciante de Itapuama. Ele mantém uma barraca onde vende bebida e comida na praia. “Trabalho aqui há oito anos e quem vem aqui mantém um bom nível”, falou. A maior falta mesmo, de acordo com quem frequenta a praia, são os salva-vidas. “Eles deveriam ficar sempre aqui, o mar é muito forte. Mas só aparecem no final de semana”, dizem os comerciantes.
Bem próxima mas com uma realidade bem diferente de Itapuama, está Gaibu. Os salva-vidas estão lá todos os dias de olho no mar agitado, de acordo com frequentadores do lugar. O problema é outro, a falta de infraestrutura. Num dos pontos principais da praia está um canal, que corta o centro de Gaibu, passa pelo terminal e jogando tudo no mar. “Já converamos com a prefeitura. Não adianta. Moro aqui desde criança e é sempre a mesma coisa, niguém faz nada”, diz Maria José, moradora do local.
A praia de Itapuama é procurada muito pelos surfistas e pra quem gosta curtir um lugar calmo. A orla está bem estruturada, com lugares amplos pra estacionamento e os comerciantes, aparentemente, respeitam a ordem da Prefeitura de Ipojuca para não deixar as barracas ou carroças armadas depois no fim do dia. Quem trabalha no local é unânime em falar sobre o respeito pela área. “Quem vem aqui sabe que a gente vai cobrar, se deixarem algo no chão. Temos lixeiros em cada mesa e cobramos a limpeza”, disse Adilson Sales, comerciante de Itapuama. Ele mantém uma barraca onde vende bebida e comida na praia. “Trabalho aqui há oito anos e quem vem aqui mantém um bom nível”, falou. A maior falta mesmo, de acordo com quem frequenta a praia, são os salva-vidas. “Eles deveriam ficar sempre aqui, o mar é muito forte. Mas só aparecem no final de semana”, dizem os comerciantes.
Bem próxima mas com uma realidade bem diferente de Itapuama, está Gaibu. Os salva-vidas estão lá todos os dias de olho no mar agitado, de acordo com frequentadores do lugar. O problema é outro, a falta de infraestrutura. Num dos pontos principais da praia está um canal, que corta o centro de Gaibu, passa pelo terminal e jogando tudo no mar. “Já converamos com a prefeitura. Não adianta. Moro aqui desde criança e é sempre a mesma coisa, niguém faz nada”, diz Maria José, moradora do local.
GALERIA DE IMAGENS
Pedágio da ponte Engenheiro Wilson Campos Filho, conhecida como ponte do Paiva.
“E tem um bueiro que de vez em quando estoura e é fossa pra todo lado”, explicou. Há uma semana, um desses bueiros romperam e a fossa se espalhou pela rua, chegando até parte da areia. “Ligamos pra Compesa. Eles vem aqui, consertam, e vão embora. Dias depois volta a estourar e volta tudo ao que era”, lembrou o comerciante Ednaldo Ulisses, que trabalha no local há oito anos. O problema prejudica principalmente os donos de restaurantes que ficam à beira-mar, próximo a faixa terminal da praia. “Tem turista que desiste de comer aqui e vai embora por causa do cheiro”, lembrou o comerciante Ednaldo Ulisses.
Enquanto moradores e comerciantes de Gaibu lutam para evitar a poluição da praia, Calhetas, também no Litoral Sul, sofre com a única estrada de acesso ao lugar, conhecida como Estrada da Lua, nome adequado pela quantidade de crateras no caminho. São quase dois quilômetros de buracos num acesso sem sinalização e estrutura para receber os visitantes. “O movimento é sempre bom aqui, mas todo mundo reclama do acesso”, disse Gabriel Santana, que trabalha num restaurante da praia. “A gente se preocupa com o fluxo de gente, aumentando cada vez mais, o que é bom por um lado. Mas o movimento de carros aumenta os problemas de acesso. Tantos anos e nada foi feito”, disse Artur Santana, morador de Calhetas há 63 anos.
Dois outros grandes destinos turísticos de Pernambuco estão em Ipojuca. As praias de Porto de Galinhas e Maracaípe, a cerca de 80 quilômetros do Recife, parecem esquecidas pelo poder público. No passado foi palco para grandes campeonatos de surf, eventos internacionais e lugar para curtir a natureza, o mar limpo, os cavalos-marinhos do pontal. Com o aumento do movimento, principalmente de turistas, as duas estão sufocadas e sem o cuidado com a estrutura. “Estamos sofrendo. Há dois anos Porto e Maracaípe estão em obras e não terminam nunca. Vai entrar um novo governo e tudo vai continuar como antes”, disse Marcelo Sobral, dono de um armazém em Porto de Galinhas. “Alguns turistas reclamam porque o acesso, com tanta obra, fica difícil. Fim de semana, não tem estacionamento, nem agentes de trânsito para ordenar as coisas no centro comercial, por exemplo”, lembrou Marcelo Rodrigues, dono de uma pousada há 9 anos.
Enquanto moradores e comerciantes de Gaibu lutam para evitar a poluição da praia, Calhetas, também no Litoral Sul, sofre com a única estrada de acesso ao lugar, conhecida como Estrada da Lua, nome adequado pela quantidade de crateras no caminho. São quase dois quilômetros de buracos num acesso sem sinalização e estrutura para receber os visitantes. “O movimento é sempre bom aqui, mas todo mundo reclama do acesso”, disse Gabriel Santana, que trabalha num restaurante da praia. “A gente se preocupa com o fluxo de gente, aumentando cada vez mais, o que é bom por um lado. Mas o movimento de carros aumenta os problemas de acesso. Tantos anos e nada foi feito”, disse Artur Santana, morador de Calhetas há 63 anos.
Dois outros grandes destinos turísticos de Pernambuco estão em Ipojuca. As praias de Porto de Galinhas e Maracaípe, a cerca de 80 quilômetros do Recife, parecem esquecidas pelo poder público. No passado foi palco para grandes campeonatos de surf, eventos internacionais e lugar para curtir a natureza, o mar limpo, os cavalos-marinhos do pontal. Com o aumento do movimento, principalmente de turistas, as duas estão sufocadas e sem o cuidado com a estrutura. “Estamos sofrendo. Há dois anos Porto e Maracaípe estão em obras e não terminam nunca. Vai entrar um novo governo e tudo vai continuar como antes”, disse Marcelo Sobral, dono de um armazém em Porto de Galinhas. “Alguns turistas reclamam porque o acesso, com tanta obra, fica difícil. Fim de semana, não tem estacionamento, nem agentes de trânsito para ordenar as coisas no centro comercial, por exemplo”, lembrou Marcelo Rodrigues, dono de uma pousada há 9 anos.
Outro problema grave está em Maracaípe. Com o avanço do mar, a estrada na beira-mar que dava acesso ao pontal foi destruída e a situação não está pior porque o dono de uma pousada permitiu que os visitantes entrem pela propriedade para conseguir chegar numa das partas mais bonitas da praia. “Estamos sofrendo e o descaso é grande”, falou um bugueiro, preferindo não se idenfiticar.
Muito lixo. Itamaracá, no Grande Recife, sofre com a falta de coleta seletiva e limpeza urbana em várias praias da ilha, a 50 quilômetros da capital, um dos principais destinos para quem pretende curtir o Litoral Norte de Pernambuco. Na Praia do Forte, um dos lugares mais procurados, a sujeira se espalha por todos os lados, preocupando os comerciantes. Para eles, esse poderia ser o maior motivo para afastar o turista que quer visitar a ilha. “A gente trabalha o dia inteiro e logo depois tem que limpar tudo, para não deixar a praia suja, cheia de lixo”, disse um comerciante sem se identificar. “Nos preocupamos em colocar uma lixeirinha em cada mesa, evitando acumular tudo na areia da praia.”
Muito lixo. Itamaracá, no Grande Recife, sofre com a falta de coleta seletiva e limpeza urbana em várias praias da ilha, a 50 quilômetros da capital, um dos principais destinos para quem pretende curtir o Litoral Norte de Pernambuco. Na Praia do Forte, um dos lugares mais procurados, a sujeira se espalha por todos os lados, preocupando os comerciantes. Para eles, esse poderia ser o maior motivo para afastar o turista que quer visitar a ilha. “A gente trabalha o dia inteiro e logo depois tem que limpar tudo, para não deixar a praia suja, cheia de lixo”, disse um comerciante sem se identificar. “Nos preocupamos em colocar uma lixeirinha em cada mesa, evitando acumular tudo na areia da praia.”
No Pilar, considerado o Centro de Itamaracá, a ocupação desordenada de pontos comerciais quase não deixa espaço para a circulação de veículos. Na Praça do Pilar, um dos pontos mais frequentados por quem alugava casas no verão, tudo vazio. Muitas casas com placas de aluga-se são encontradas em vários pontos. Até o Hotel Caravelas, um dos mais bonitos e considerado um dos melhores da região, está fechado e abandonado, há mais de dez anos. Em Jaguaribe, o acúmulo de lixo é ainda maior. Em alguns pontos, a situação é agravada porque a sujeira é jogada em canais, que levam diretamente para o mar. “Eu vivo aqui nessa vila há mais de 30 anos. E a gente se preocupa com essa situação”, declarou Moisés Vieira, pescador e morador de Jaguaribe.
A Prefeitura de Itamaracá informou que a coleta de lixo está regularizada. Mas por conta do grande número de visitantes nos últimos dias houve um acúmulo de sujeira. Promete regularizar. Sobre o trabalho dos salva-vidas, o Corpo de Bombeiros informou que durante o verão, 70 militares do Grupamento Marítimo (GBMar) estão reforçando o trabalho em todo o litoral de Pernambuco. “Estamos trabalhando com o apoio de lanchas de resgate e motos-aquáticas”, pontuou o tenente-coronel Helder Silva, comandante do GBMar. “Temos também o reforço de guarda-vidas de algumas prefeituras das cidades com praias movimentadas.”
As prefeituras do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca disseram que estão trabalhando para melhorar toda a infraestrutura das praias, reorganizar a orla das praias e trabalhar principalmente na questão de pavimentação, saneamento e melhoria para os comerciantes. Turistas, moradores e a natureza agradecem.
A Prefeitura de Itamaracá informou que a coleta de lixo está regularizada. Mas por conta do grande número de visitantes nos últimos dias houve um acúmulo de sujeira. Promete regularizar. Sobre o trabalho dos salva-vidas, o Corpo de Bombeiros informou que durante o verão, 70 militares do Grupamento Marítimo (GBMar) estão reforçando o trabalho em todo o litoral de Pernambuco. “Estamos trabalhando com o apoio de lanchas de resgate e motos-aquáticas”, pontuou o tenente-coronel Helder Silva, comandante do GBMar. “Temos também o reforço de guarda-vidas de algumas prefeituras das cidades com praias movimentadas.”
As prefeituras do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca disseram que estão trabalhando para melhorar toda a infraestrutura das praias, reorganizar a orla das praias e trabalhar principalmente na questão de pavimentação, saneamento e melhoria para os comerciantes. Turistas, moradores e a natureza agradecem.
Do: NE 10.
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