Por enquanto, cerca de 100 trabalhadores atuam na construção do canteiro de obras e do escritório administrativo da montadora italiana (Foto: Guga Matos/JC Imagem)
Por Gabriela López, do Blog de Jamildo
Nem o período eleitoral levou o sentimento de otimismo aos moradores de Goiana. Pelo menos no que diz respeito à geração de empregos. A cidade é o centro do polo automotivo que está sendo formado na Zona da Mata Norte do Estado com a instalação da fábrica da Fiat, anunciada em 2010. Com investimento de R$ 4 bilhões, a expectativa é de que sejam gerados 7.372 empregos durante a construção, de acordo com matéria divulgada no Jornal do Commercio na edição desta quarta-feira (27).
Apesar dos bons números, os moradores não sentem o aquecimento do mercado de trabalho. Em visita ao município nesta quinta-feira (27), a reportagem conversou com diversas pessoas que não perceberam o impacto e todos dão o mesmo motivo: quem "pegam" as vagas são profissionais de fora do Estado.
"Ninguém fala de emprego aqui. Para mim não mudou nada. Agora a cidade está cheia de gente de fora", reclama a feirante Rosália Rodrigues, de 38 anos. Da mesma ideia compartilha contador Silvio Venceslau, 58. "Vieram tudo de fora. Trouxeram o pessoal deles [da Fiat] mesmo. O pessoal daqui só ganha mesmo para limpar as casas. E o comércio também ganhou porque o dinheiro vai para lá", observa.
Apesar de pensar em fazer vestibular para engenharia civil - profissão em alta no Estado por causa do aquecimento da economia - ou arquitetura, a estudante Renata Santana, de 16 anos, não acredita que conseguirá um emprego na fábrica. "Tem muita gente de fora vindo para cá. Não tem educação aqui, aí contratam gente de fora. Na minha sala mesmo tem umas três pessoas que vieram de São Paulo porque os pais estão trabalhando na Fiat ou na Hemobras", comenta. A Hemobras Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia - integra o polo farmacoquímico do Estado, também em Goiana.
A migração dos "estrangeiros" para a cidade não ajuda os moradores e ainda atrapalha. Também é consenso por lá que o preço dos imóveis aumentaram. E muito. "Tem casa pequena que tão alugando por R$ 800, R$ 1 mil. Comprar é quase impossível. Muito caro. Minha sorte é que moro na mesma casa alugada há 40 anos, aí não teve mudança no preço", contou a feirante Rosália.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Fiat explicou que a construtora responsável pela obra, que ainda não foi escolhida, é que vai contratar os profissionais. "Para isso, será utilizado o banco de dados que o Governo do Estado gerou com o processo de capacitação. Quem participou da capacitação já está no banco de dados e poderá concorrer às vagas disponíveis. Sabe-se que muitos desses profissionais já estão atuando em outras empresas, devido a grande demanda de contratações em Pernambuco. Portanto, caso haja necessidade, a construtora também buscará mão de obra especializada de acordo com o desenvolvimento da obra", completa a assessoria, em nota.
A construção da fábrica em si ainda não começou. A expectativa era de que iniciasse em abril deste ano, mas só neste mês é que foi dado o pontapé para erguer o escritório administrativo e o canteiro de obras. Por enquanto, apenas 100 funcionários trabalham nesta etapa. Quando estiver pronta, a unidade deverá produzir 250 mil veículos anualmente e empregar 4,5 mil pessoas.
"Ninguém fala de emprego aqui. Para mim não mudou nada. Agora a cidade está cheia de gente de fora", reclama a feirante Rosália Rodrigues, de 38 anos. Da mesma ideia compartilha contador Silvio Venceslau, 58. "Vieram tudo de fora. Trouxeram o pessoal deles [da Fiat] mesmo. O pessoal daqui só ganha mesmo para limpar as casas. E o comércio também ganhou porque o dinheiro vai para lá", observa.
Apesar de pensar em fazer vestibular para engenharia civil - profissão em alta no Estado por causa do aquecimento da economia - ou arquitetura, a estudante Renata Santana, de 16 anos, não acredita que conseguirá um emprego na fábrica. "Tem muita gente de fora vindo para cá. Não tem educação aqui, aí contratam gente de fora. Na minha sala mesmo tem umas três pessoas que vieram de São Paulo porque os pais estão trabalhando na Fiat ou na Hemobras", comenta. A Hemobras Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia - integra o polo farmacoquímico do Estado, também em Goiana.
A migração dos "estrangeiros" para a cidade não ajuda os moradores e ainda atrapalha. Também é consenso por lá que o preço dos imóveis aumentaram. E muito. "Tem casa pequena que tão alugando por R$ 800, R$ 1 mil. Comprar é quase impossível. Muito caro. Minha sorte é que moro na mesma casa alugada há 40 anos, aí não teve mudança no preço", contou a feirante Rosália.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Fiat explicou que a construtora responsável pela obra, que ainda não foi escolhida, é que vai contratar os profissionais. "Para isso, será utilizado o banco de dados que o Governo do Estado gerou com o processo de capacitação. Quem participou da capacitação já está no banco de dados e poderá concorrer às vagas disponíveis. Sabe-se que muitos desses profissionais já estão atuando em outras empresas, devido a grande demanda de contratações em Pernambuco. Portanto, caso haja necessidade, a construtora também buscará mão de obra especializada de acordo com o desenvolvimento da obra", completa a assessoria, em nota.
A construção da fábrica em si ainda não começou. A expectativa era de que iniciasse em abril deste ano, mas só neste mês é que foi dado o pontapé para erguer o escritório administrativo e o canteiro de obras. Por enquanto, apenas 100 funcionários trabalham nesta etapa. Quando estiver pronta, a unidade deverá produzir 250 mil veículos anualmente e empregar 4,5 mil pessoas.
Do: Blog do Jamildo.
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