Foto: Arline Lins
Estresse e insatisfação. Problemas na suspensão do carro, molas quebradas, acidentes. Esses são os sentimentos e problemas dos moradores e transeuntes das ruas 134, 135 e Avenida D do bairro de Jardim Paulista Alto, cidade do Paulista, Região Metropolitana do Recife. Há cerca de três anos, eles sofrem com buracos ao longo das principais vias do bairro. Nesse tempo, a imprensa já esteve no local, os moradores já fizeram protestos e reclamações na prefeitura, mas não obtiveram nenhuma resposta.
Em média, a cada vinte metros na pista asfaltada, buracos atrapalham e prejudicam os motoristas - alguns chegam a quase um metro e meio de largura e 25 centímetros de profundidade. Por essas ruas, passam as linhas de ônibus que ligam o bairro ao centro do Recife: Mirueira/PE-15 e Mirueira/Macaxeira, da empresa Itamaracá.
De acordo com o despachante do terminal de ônibus da Mirueira, André Francisco, 35 anos, sete veículos das duas linhas fazem 214 viagens por dia. "Acontece com muita frequência de ter mola quebrada e, geralmente, quem paga é o motorista", afirma o despachante, explicando que o motorista tem parcela descontada no salário. Como o percurso vai além do bairro, ele conta que os buracos do local contribuem muito para que as molas quebrem, porém afirma que não há como dizer que eles são os únicos causadores dos problemas.
Os kombeiros que operam na área, no entanto, atestam que os buracos das vias são o principal problemas nos veículos, que fazem o percurso saindo da Mirueira, passando pelos bairros de Jardim Paulista Alto, Baixo e finalmente chegando ao centro de Paulista. De acordo com o fiscal da Cooperativa de Transporte Alternativo da Cidade, Carlos Teixeira, 74, cerca de 45 viagens são realizadas diariamente pelos 47 veículos que circulam na linha.
Na ida e na volta, são obrigados a passar pelos buracos. Gleidson Alves, 48 anos e 15 como motorista de transporte alternativo, conta que sofreu um acidente no ano passado por causa dos buracos da Avenida D. "Eu tentei desviar a kombi e ela virou. Como não estava em alta velocidade, amassou a lateral e quase quebrei uma costela.
Poderia ter sido mais grave.", lembra. Ele conta que estava sozinho no momento do acidente. Segundo outro motorista da área, Ronaldo Bezerra, 43, esses são os piores buracos que ele já viu em 20 anos de trabalho e trazem muito prejuízo para os motoristas: "São tantos problemas que tenho de suspensão e quebra de mola que já paguei R$ 1,5 mil em conserto do carro e não foi uma vez só".
Os moradores da área costumam comprar barro e tentar tapar os buracos para melhorar a situação, mas, quando chove, de nada adianta. Elke Menezes, 43, diretora do Educandário Izaura Iza de Menezes, situado na Rua 135, diz que os buracos já estão ali há mais de três anos. "A pessoa acaba carro, perde tempo e nada é feito. Já veio televisão, os moradores já reclamaram com a prefeitura, mas eles não fizeram nada", reclama a diretora. Na escol,a estudam 206 crianças do infantil ao maternal e a kombi que leva as crianças para casa já teve problemas na suspensão.
Segundo a diretora, não somente carros quebram como também pessoas se machucam em acidentes. "Semana passada estava chovendo e um motoqueiro tentou desviar do buraco, mas a moto derrapou e ele caiu", afirma Elke. Outro morador do local, Antônio Santiago, 62, aposentado e dono de uma barraca de lanches na Avenida D, afirma já ter visto muitos carros com problemas por causa dos buracos. "O pneu de um carro estourou na hora que o homem estava tentando passar pelo buraco. É um absurdo que esses buracos ainda estejam aqui", reclama Santiago.
Por telefone, o secretário de Infraestrutura de Paulista, Francisco Maia, afirmou que já foi licitada a obra de recuperação das vias. Ele explicou que havia trabalhos mais urgentes como a recuperação de ruas no bairro de Arthur Lundgren I e, por isso, a de Jardim Paulista precisou esperar. Segundo Maia, as obras para dar fim ao tormento dos moradores e motoristas das ruas 134, 135 e Avenida D devem começar dentro de 15 dias.
Do: NE 10.
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