quinta-feira, 12 de julho de 2012

HIV detectado em doze pessoas durante as festas juninas no Recife.


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O número de confirmações de HIV durante as festas juninas equivale a quase 1,3% dos testes realizados
Foto: Internet

Doze pessoas descobriram que têm o vírus HIV, da imunodeficiência humana, durante as festas juninas no Recife. Segundo a secretaria municipal de Saúde, que divulgou o balanço nesta terça-feira (3), 926 pessoas foram submetidas à coleta de uma amostra de sangue para o teste nos finais de semana de São João e São Pedro. Os exames foram realizados na Praça do Arsenal e no Sítio da Trindade, os dois mais importantes polos.

Dez dos pacientes infectados serão encaminhados à Policlínica Lessa de Andrade, localizada no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, onde fica o Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids. Os outros serão atendidos em Olinda, onde moram. Para preservar a privacidade, a identidade deles foi mantida em sigilo. Segundo o coordenador de DST/Aids e Hepatites Virais do Recife, Acioli Neto, a primeira fase do tratamento ao qual todos serão submetidos é realizar uma bateria de exames e a vacinação contra a Hepatite B.

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O vírus pode causar a Aids, uma doença que ataca o sistema imunológico, deixando o corpo vulnerável a várias outras infecções. Mas, de acordo com Acioli Neto, a presença do HIV não representa que a pessoa tem a Aids. "O teste não serve para detectar a doença, mas a presença do vírus", aponta. Mesmo sendo assintomática em muitos soropositivos, o HIV pode ser transmitido.

Há alguns tipos de exames, entre eles o teste rápido, usado na campanha. Uma gota de sangue é retirada da ponta do dedo e o resultado sai em poucos minutos. Se for positivo, é feita uma nova coleta como prova. "Posso dizer que tem 95% de confiança", garante o coordenador de DST/Aids e Hepatites Virais do Recife.

O exame deve ser feito, principalmente, quando há um dos comportamentos de risco: relações sexuais sem o uso do preservativo e contato com sangue contaminado, seja através do compartilhamento de agulhas e seringas ou de transfusão. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, o teste deve acontecer um mês depois, já que é o tempo que o organismo leva para o produzir anticorpos suficientes para serem detectados.

Segundo Acioli Neto, o exame deve ser feito por homens e mulheres que tenham vida sexual ativa anualmente. "O intervalo fica a critério da pessoa, mas o que todos têm que saber é que o exame não é uma prova de sorte. Mesmo que o resultado seja negativo, se não mantiverem práticas seguras, devem parar de se expor", adverte.

 
O teste rápido coleta uma pequena amostra de sangue do dedo e o resultado sai em alguns minutos. A partir do final do mês, serão realizados também para detectar Sífilis e Hepatite B, na Policlínica Gouveia de Barros (Foto: JC Imagem)

A Secretaria Estadual de Saúde indica que o exame seja feito nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs). No Recife, fica na Policlínica Gouveia de Barros, localizada no Pátio de Santa Cruz, Boa Vista, Centro.

Os outros municípios que têm CTA são: Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Abreu e Lima, Paulista, Camaragibe, Ipojuca e São Lourenço da Mata, no Grande Recife; Goiana, Vitória de Santo Antão, Itambé, Palmares e Timbaúba, na Zona da Mata; Caruaru, Garanhuns, Limoeiro, Belo Jardim e Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste; além de Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, Petrolina, Salgueiro, Arcoverde, Ouricuri.

NÚMEROS
 – O número de confirmações de HIV durante as festas juninas equivale a quase 1,3% dos testes realizados. As estatísticas da Aids no Recife são feitas a cada dois anos. A última é de 2010, quando foram notificados 470 casos. O primeiro na capital pernambucana foi em 1984. Em 26 anos, mais de 6,6 mil pessoas foram detectadas com a doença.

Em Pernambuco, foram diagnosticados 16.976 casos de Aids de 1983 até o final de abril de 2012, segundo dados da secretaria estadual de Saúde, dos quais 11.174 são homens e 5.802, mulheres. Em 2011, foram registrados 1.090 novos casos, sendo 699 em homens e 391 em mulheres.

A Aids atinge mais pessoas do sexo masculino entre 25 e 49 anos de idade, segundo o Ministério da Saúde. Mas a incidência da doença entre as mulheres vem aumento. Se era de 6 homens para uma mulher no final da década de 1980, vinte anos depois chega a 1,7 homens para uma mulher.

Entre 2000 e 2010, o número de casos de Aids no Nordeste subiu de 7,1 para 12,6 a cada 100 mil habitantes. Em todo o País, entre 1980 e junho de 2011, foram registrados 608.230 casos da doença.
Do: NE10.

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