quinta-feira, 7 de junho de 2012

Proteção para a mulher, camisinha ainda é tabu no Brasil.

Governo anunciou distribuição de 42 mil unidade para Pernambuco. Produto ainda é muito pouco utilizado.


Distribuição de camisinhas femininas será feita nos posto de saúde da rede estadual. (Carolina Braga/Esp.DP/D.A Press)
Distribuição de camisinhas femininas será feita nos posto de saúde da rede estadual.

  A camisinha feminina é uma desconhecida até para as mulheres. Feita de uma “bolsa” transparente de borracha nitrílica (FC2) com dois aros, um interno e outro externo, o preservativo, que evita a gravidez indesejada e as DSTs, é pouco utilizado e pouco divulgado. Como política de redução de danos para a saúde da mulher, o Ministério da Saúde anunciou a distribuição de 42 mil unidades do produto para o sistema público de saúde em Pernambuco. A prioridade da distribuição será para as prostitutas e as portadoras do vírus HIV, mas qualquer mulher pode solicitá-las nos postos de saúde do estado.

Para a gerente de atenção à saúde da mulher da Prefeitura do Recife, Benita Espinelli, a dificuldade de difundir o uso do preservativo entre as mulheres é cultural. “A resistência ante a camisinha feminina é histórica. Na nossa cultura é como se a mulher não pudesse se tocar e por isso não pudesse se prevenir sozinha. Até os próprios profissionais de saúde, muitas vezes, têm um certo receito ou até preconceito em aconselhar o uso desse preservativo. A mulher acaba dependendo sempre da vontade do parceiro em usar ou não a caminha masculina”, explicou.

Para a ginecologista e obstetra da Policlínica e Maternidade Professor Barros Lima, Claúdia Beatriz Câmara, o preservativo é uma forma de demonstrar autonomia da mulher em sua vida sexual. “A camisinha feminina é uma forma de a mulher se proteger sem depender de seu parceiro. Se ele não quiser utilizar preservativo, ela mesma pode usar e se prevenir. E ainda tem autonomia de ela mesma colocar e tirar”, opinou.


Entrevista >> Benita Espinelli, gerente de Atenção a Saúde da Mulher da Prefeitura do Recife


Em épocas de festas, como no carnaval, nós vemos muitas campanhas de incentivo ao uso do preservativo masculino. No feminino quase não se fala. Por que?


Além da resistência cultural de muitos profissionais de saúde em explicar os usos e os benefícios do preservativo, existe um custo muito alto para adquirir a camisinha feminina, quando comparada a masculina. Juntando esses fatores, o governo investe muito pouco na divulgação de campanhas voltadas às mulheres.

Como funciona o preservativo?

A camisinha feminina impede o contato da vagina com o pênis nas relações sexuais genitais, impedindo tanto a entrada dos espermatózoides quanto a troca de secreções nas relações sexuais. Previne contra as DSTs e a Aids.
Como usar?
A camisinha feminina deve ser usada antes de se iniciar a relação sexual (antes mesmo de a vagina ter qualquer contato com o pênis ou a boca). O aro móvel deve ser pressionado em formato do número oito e inserido na vagina. O segundo aro deve ficar do lado de fora do clitóris para proteger a parte externa da genitália da mulher. A mulher pode coloca-la antes mesmo de sair casa, até oito horas antes da relação sexual.

Onde se compra?

É muito difícil encontrar o preservativo feminino em farmácias. A forma mais comum é via internet ou nos motéis. Mas a melhor forma é pegar nos postos de saúde do estado, que distribuem gratuitamente.

Quando custa?

No Brasil, existem duas marcas de camisinhas femininas: L’Amour, da DKT do Brasil, e a Reality, da Female Health Company, de Chicago. A primeira custa cerca de R$ 7 a unidade e a segunda vem em um pacote com duas, por cerca de R$ 25.
Do: Pernambuco.com

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