terça-feira, 29 de maio de 2012

“Voto na ‘PEC do Trabalho Escravo’ é homenagem ao meu tetravô”, diz deputada federal Aline Corrêa.

A deputada Aline Corrêa faz menção ao tetravô abolicionista João Alfredo (no destaque), depois de votar a favor da PEC do Trabalho Escravo
 
A deputada federal Aline Corrêa (PP/SP) comemorou a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 438/01, conhecida como “PEC do Trabalho Escravo”, por 360 votos em segundo turno no início da semana passada, no dia 22.

Aline Corrêa se emocionou ao cantar o Hino Nacional em plenário, após a aprovação, e afirmar que sua adesão à proposta, além de ser uma posição em defesa do trabalhador brasileiro, também é uma homenagem ao seu tetravô, João Alfredo Corrêa de Oliveira, signatário da “Lei Áurea”.

“O Congresso Nacional promoveu a segunda Abolição da Escravidão no Brasil, pois a expropriação de imóveis onde for flagrada mão-de-obra escrava (prevista da PEC 438/01) é medida justa e necessária e um dos principais meios para eliminar a impunidade”, destacou a parlamentar progressista.

Segundo Aline, o nome de seu tetravô está ligado ao processo original de Abolição da Escravatura. João Alfredo foi presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro de D. Pedro II), de 10 de março de 1888 a 7 de junho de 1889. Seu ministério assegurou a aprovação parlamentar do projeto da "Lei Áurea", sancionada pela Princesa Isabel, que exercia o cargo de regente do Império em razão de viagem do Imperador à Europa.

Antes da Lei Áurea (13 de maio de 1888), que extinguiu a escravidão no Brasil, como ministro do Império do Gabinete Rio Branco, João Alfredo teve participação em todo processo de promulgação da Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871).

Diante desses dados históricos, a deputada Aline Corrêa citou frase de Joaquim Nabuco, um dos principais personagens do movimento abolicionista brasileiro, segundo a qual “João Alfredo Corrêa de Oliveira é um nome que há de viver na história do país, quando todos os outros estiverem esquecidos”.

Saiba mais

João Alfredo Corrêa de Oliveira nasceu no dia 12 de dezembro de 1835, na casa grande do engenho São João, que pertencia ao seu avô materno, na Ilha de Itamaracá, Pernambuco. Segundo filho de 14 irmãos, teve na infância uma preocupação constante com a vida política e com os estudos. A situação dos escravos sempre o preocupou.

Precoce, aos 20 anos, foi eleito deputado, mas não tomou posse no cargo por não possuir idade legal à época. Aos 21 anos, em 1858, formou-se em Direito, na Faculdade de Direito do Recife. Destacou-se tanto como político quanto administrador. Foi deputado provincial, deputado geral, ministro do Império (o ministro mais longevo no cargo em toda a monarquia), ministro da Agricultura, ministro da Fazenda (de 10 de março de 1888 a 7 de junho de 1889), conselheiro de Estado, presidente de província (Pará e São Paulo) e senador de 1877 a 1889.

Também como administrador presidiu a Província do Pará (1869 e 1870), presidente da Província de São Paulo (1885 e 1886), diretor da Faculdade de Direito do Recife (1876 a 1887), ministro da Fazenda, presidente do Conselho e presidente do Banco do Brasil, no governo Hermes da Fonseca (1912 a 1914).
No Rio de Janeiro, João Alfredo fundou uma escola de Aprendizes Marinheiros, criou a Faculdade de Medicina, a de Direito e a Escola Central, chamada de Escola Politécnica. Protegeu os artistas, especialmente pintores como Pedro Américo e Vitor Meirelles, aos quais encomendou os quadros Avaí e Guararapes, respectivamente.

Foi autor de várias outras iniciativas importantes para o País, como a criação do ensino popular noturno, do ensino profissionalizante e da obrigação do registro de casamento e óbito.

A sua atividade intelectual foi prejudicada pela prioridade que sempre deu à atividade política. Escreveu os seguintes trabalhos, reunidos no livro “Minha meninice & outros ensaios”, publicado pela Editora Massangana, da Fundação Joaquim Nabuco, em 1988, na série Abolição: Minha meninice; “Memórias políticas”; “O Barão de Goiana e sua época genealógica”; “Depoimento para a história da abolição”; e “O Imperador: poder pessoal”.

Monarquista convicto, com a proclamação da República retirou-se da vida pública. Morreu no dia 6 de março de 1919, no Rio de Janeiro, sendo enterrado no cemitério São João Batista, na presença de altas autoridades, inclusive ministros de Estado. O caixão foi conduzido em certo trecho por membros da Irmandade do Rosário, a qual pertencia, e, depois, por ex-escravos libertos.
Do: Portal Novidade.
     

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