terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Médico do Otávio de Freitas é indiciado após morte de paciente.

Há quatro meses Lindalva Zacarias da Silva, 65 anos, moradora do Ibura, no Recife, teve o intestino perfurado durante exame de colonoscopia.

 / Foto: Guga Matos/JC Imagem

Foto: Guga Matos/JC Imagem

Um médico do Hospital Otávio de Freitas (HOF), da rede estadual, está sendo acusado pela Polícia Civil de causar em uma paciente lesão corporal culposa (sem intenção de matar) durante exame de colonoscopia. Há quatro meses Lindalva Zacarias da Silva, 65 anos, moradora do Ibura, no Recife, teve o intestino perfurado durante o procedimento invasivo, foi submetida a uma cirurgia e faleceu no dia seguinte, por complicações decorrentes da operação, de acordo com as investigações. No exame, um tubo é introduzido pelo ânus e possibilita a visão do interior do intestino.

“Em pessoas sadias, como foi o caso da paciente, o risco de perfuração é praticamente nulo. Houve inobservância de regra técnica”, disse a delegada Andréa Melo, de Tejipió, Zona Oeste do Recife, área onde está situado o HOF. Ela concluiu o inquérito na semana passada, depois de ouvir os envolvidos, verificar prontuário da paciente, laudos do Serviço de Verificação de Óbito e do Instituto de Medicina Legal, além de consultar especialistas no assunto para esclarecer dúvidas. As investigações foram iniciadas em setembro, a partir de queixa da família. O laudo do SVO apontou peritonite (inflamação da membrana abdominal), pneumonia, infecção generalizada e perfuração intestinal. Já o parecer do IML, após exumação do corpo solicitada pela polícia, indicou embolia pulmonar e infarto.

Andréa Melo mantém o nome do médico em sigilo e diz que se trata de um profissional qualificado. A delegada concluiu que o óbito foi uma fatalidade, decorrente de complicações previsíveis da cirurgia (embolia pulmonar e infarto). “O médico que fez a colonoscopia percebeu a perfuração e encaminhou a paciente de imediato para exames e cirurgia. A partir da perfuração, não houve negligência da equipe médica, tudo foi feito para salvar a vida de Lindalva”, afirma a delegada. Ela afirma que o profissional que fez a colonoscopia não teve responsabilidade direta pela morte, apenas pela lesão durante o exame. No laudo assinado por ele, explica que não conseguiu concluir o exame em virtude de prováveis aderências que impossibilitaram a insuflação (enchimento de ar) e a passagem do aparelho no resto do intestino.

A pena, para lesão culposa, é de seis meses a um ano de detenção. Pode ter acréscimo de mais quatro meses se a Justiça entender, como a polícia, que o médico não observou as regras técnicas. O crime é afiançável e o profissional poderá responder o processo em liberdade.
Fonte: Jc on line.
 

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