Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Há três meses, para chegar de carro ao pontal da Praia de Maracaípe, no município de Ipojuca, Grande Recife, é preciso ter muita paciência e contar com uma dose de sorte para não ficar atolado. A natureza respondeu com força aos aterros sucessivos na região. O mar engoliu parte do acesso e, até agora, mesmo com vários pedidos e reclamações, o poder municipal não conseguiu se mobilizar para contornar o problema. Antes, a largura da faixa de areia permitia a passagem de três veículos. Agora, apenas um por vez. Como não há agentes de trânsito no local e nenhuma placa de pare e siga, há congestionamento, diariamente, em plena beira-mar.
Na quinta-feira (19), o Jornal do Commercio flagrou vários carros de passeio atolados ao tentar utilizar o acesso. Comerciantes e turistas revelaram que os bugueiros estão cobrando até R$ 20 para realizar a travessia de apenas um quilômetro até o pontal. “Isso é um absurdo. O caminho está assim desde outubro e a prefeitura não se mobiliza para resolver. A gente já reclamou muito e nada é feito”, declarou Zilândia Maria da Silva. Com a erosão, o bar de sua propriedade está praticamente dentro do mar. Como não há mais acesso, quem caminha pela praia precisa passar por baixo do estabelecimento, que fica elevado, lembrando uma palafita.
O empresário Jorge Vila Nova alertou para um grave problema. “Passo o mês de janeiro inteiro aqui e o que está acontecendo é um absurdo. Como o acesso foi prejudicado, vários buggys estão trafegando pela beira da praia. Em 2010, no feriado de 7 de Setembro, ocorreu uma morte aqui e nada mudou. Isso é um descaso. Todo o mundo sabe que é proibido circular de buggy por aqui, mas não existe fiscalização.”
Comerciantes do local estão revoltados com a redução no número de clientes. José Marcos da Silva, o Marcão, proprietário de uma das barracas mais conhecidas de Maracaípe, disse que há uma omissão generalizada. Ele fechou um bar que havia aberto no pontal.
O secretário de Turismo de Ipojuca, Diego Jatobá, informou que a intenção da prefeitura é viabilizar um novo acesso ao pontal pela parte de trás e não mais pela beira-mar. O projeto, que deve ser concluído até o mês de abril, é deixar o antigo caminho apenas para uso de moradores.
“Já houve uma reunião com os moradores. Estamos dialogando com a população. A informação que tenho é que, para fazer este novo acesso, será preciso realizar algumas desapropriações. Acredito que teremos que remover entre seis e oito casas.” Ele ressaltou que o problema é uma reação da natureza. “Não mandamos na natureza. Quando mexem com a natureza, ela responde.” O secretário reconheceu que o acesso pela beira-mar está em péssimas condições. “Aquele caminho está horrível.”
Fonte: ne 10.
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