Na década de 80, quando ainda havia surfe em Boa Viagem (sem tubarões!) e Porto de Galinhas não passava de uma praia qualquer conhecida apenas pelos nativos, Itamaracá era o destino mais badalado do litoral pernambucano.
A Ilha era lugar de veraneio dos recifenses e serviu como pano de fundo para inúmeras histórias daqueles que curtiram aquela época. Um lugar próspero e de mercado imobiliário aquecido, com belas paisagens e riquíssima história. Itamaracá tinha tudo para se firmar como grande destino turístico nacional.
Infelizmente não foi o que aconteceu. O que se vê hoje é um lugar aparentemente abandonado, com infra-estrutura turística ainda daquela época. As praias continuam lá, o Forte Orange e a Ilhota de Coroa do Avião também, mas quase todos os seus veranistas passaram a freqüentar Porto de Galinhas, Serrambi, Tamandaré, todas ao sul da Capital.
A opinião geral é que a decadência de Itamaracá se deu por dois motivos básicos: a instalação de três presídios e a ligação da Ilha com Recife através dos ônibus de linha, fazendo com que a população e a violência aumentassem. Também não são raros os episódios de fuga de detentos.
Mas há esperança. Itamaracá ganhou na década de 90 o Centro de Preservação do Peixe-Boi Marinho, com o objetivo de proteger os mamíferos que estavam em vias de extinção. Há anos a população do Estado vem reivindicando que sejam desativados os presídios, e parece que finalmente isso vai acontecer ainda este ano.
Se você não conhece, vale a visita. Vá ao Forte e ao Projeto Peixe-Boi, que ficam no sul da Ilha. O trecho que fica do trevo no final da PE-035 até a foz do Rio Jaguaribe é o mais urbanizado, com praias retas, de areia batida e sem ondas.
Há um trecho de 10km de estrada de chão que sai da PE-035 até o Pontal, no extremo norte da Ilha. Dizem que é belíssimo, mas ainda não tive oportunidade de conhecer. Fica para um próximo post…
Nenhum comentário:
Postar um comentário