sexta-feira, 19 de junho de 2015

Casos de leishmaniose preocupam moradores de Itapissuma.

Este ano, a doença atingiu três pessoas na área rural do município.
Nove casos foram confirmados no estado, informa Secretaria de Saúde.


Moradores de Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife, estão preocupados com a leishmaniose ou calazar, uma doença transmitida pelo mosquito palha. Este ano, a doença atingiu três pessoas na área rural do município e uma delas teria morrido de leishmaniose.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Igarassu, os casos foram registrados no assentamento Ubu, onde mora cerca de 50 mil famílias. Uma das moradoras que está com a doença é a filha do agricultor José Quirino, internada há 45 dias em um hospital no Recife. “Tava com frio e muita febre”, contou.



A dona de casa Josicleide Ferreira da Silva, que mora na mesma vila, mostrou o atestado do Hospital Miguel Arraes, onde a irmã dela, Severina Ferreira da Silva, 36 anos, morreu, no último dia 6 de maio, com a doença. Ela disse que os médicos demoraram dois meses para descobrir que Severina tinha leishmaniose.



“Os médicos só faziam estudar o caso dela. E ela de tanto tá sendo furada, optou por fazer o tratamento em casa. Eles ainda tentaram conseguir o remédio dela com o estado. Noventa ampolas, três por dia. Ela tomou com a enfermeira do posto. Só que no dia de tomar a última, ela estava muito fraca, debilitada e não aguento”, relatou Josicleide.


A leishmaniose é transmitida por um mosquito menor que o da dengue.  Ele costuma viver em lugares úmidos, escuros e onde há acúmulo de material orgânico. Um exemplo de criadouro seriam os galinheiros, comuns nesta região. Quando picados, os cães podem virar hospedeiros da doença.

De acordo com o governo do estado, nove casos foram confirmados em Pernambuco até o mês de abril. O caso de Dona Severina ocorreu em maio e, por isso, ainda não foi contabilizado. Os moradores estão assustados e alguns já sacrificaram cães antes da Secretaria de Saúde de Igarassu fazer o exame para saber se o animal está doente.

“O Estado disponibilizou uns kits rápidos para leishmaniose visceral canina. Só assim, com o resultado desse exame rápido, com o exame de sangue específico realizado no Lacen [Laboratório Central do Estado], é que a gente pode pegar os animais positivos e realizar o sacrifício. E assim evitar o sacrifício errado de animais que estão sadios. Já fizemos a ação de educação em saúde e vai ocorrer outras. Se mora em área onde há transmissão tem que fazer o exame mais específico”, afirmou Jaciara Santa, gerente de Vigilância Sanitária de Igarassu.
Morte sob investigação

Sobre a morte da paciente Severina Ferreira da Silva, a assessoria de imprensa do Hospital Miguel Arraes reforçou que ela não morreu no hospital e que vinha fazendo tratamento em casa e indo ao ambulatório da unidade para pegar remédios e fazer avaliação médica. A última vez em que esteve no hospital foi no dia 30 de abril, seis dias antes de morrer.


A assessoria também disse que Severina pode ter morrido de complicações provocadas por outra doença e explicou ainda que os médicos da unidade são capacitados para reconhecer e tratar da leishmaniose.



Já a Secretaria Estadual de Saúde informou que ainda está sob investigação a morte da paciente.

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2015/06/casos-de-leshimaniose-preocupam-moradores-de-itapissuma-pe.html


Do: G1/PE.

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