Na última reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) do ano, realizada ontem em Surubim, no Agreste, o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos André Cavalcanti, aproveitou para fazer um balanço das atividades desenvolvidas pela Semas desde que foi criada, em março de 2011. Ele avaliou que houve avanços, com a elaboração de políticas públicas conectadas, e enxerga as alterações do clima como o principal desafio a ser enfrentado pelo Estado, considerado extremamente vulnerável pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Precisamos antecipar o processo de adaptação da sociedade a essas alterações, afirma o secretário. Segundo dados do IPCC, a temperatura no semiárido nordestino pode aumentar 5 graus até o fim do século, causando tremendo impacto na agricultura. Nossos órgãos de pesquisas terão que desenvolver sementes mais resistentes ao calor e à falta de chuva.
Entre as medidas para mitigar os efeitos dessas mudanças já em curso, o secretário cita a criação de unidades de conservação, especialmente na caatinga. Antes da Semas, não havia nenhuma nesse bioma. Hoje temos seis, comenta, apontando o Refúgio de Vida Silvestre Tatu Bola, reserva de 110 mil hectares no Sertão do São Francisco, como destaque. Também citou o programa Caatinga Sustentável, que está mapeando as áreas mais vulneráveis para elaboração de políticas públicas específicas.
O projeto Noronha Carbono Neutro é mais uma tentativa de combater o aquecimento global, neutralizando as emissões de dióxido de carbono da ilha num espaço de cinco anos. O PE no Clima vai monitorar essa redução. A ideia é apresentar o primeiro balanço no evento de 2015, adianta Carlos Cavalcanti. Sobre outro grave problema ambiental, a erosão marinha, ele anuncia que já está sendo feito o projeto executivo da engorda do mar de Maracaípe, litoral Sul, e de Itamaracá, no litoral Norte, para combater os efeitos na costa.
O secretário disse que o grande desafio da Semas, agora, é fazer com que todos esses projetos e políticas se transformem em ação. Criamos as unidades de conservação, mas elas precisam de plano de manejo e de gestão para prosperar, exemplificou.
Do: JC Online.
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