A Ilha de Itamaracá, no Grande Recife, já foi um grande destino turístico do Litoral Norte do Estado. Mas as três unidades prisionais lá instaladas (Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico e Penitenciárias Agro-industrial São João e Barreto Campelo) afugentaram os visitantes. Compreensível. Presídio e turismo não dialogam. Mas o tempo voou, embalado pelos discursos e promessas em favor da ilha. E nada mudou. O fato é que Itamaracá e seus moradores vão ter que conviver com as muralhas e grades ainda por um período indeterminado.
Trabalho do repórter de Economia Giovani Sandes, deste JC, mostrou na edição de ontem que o Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga (CIR), Mata Norte, em vez de viabilizar a desativação das três unidades, se transformou num abacaxi difícil de descascar e azedo. As obras, orçadas em R$ 350 milhões, estão paradas há pouco mais de um ano e sem previsão de quando serão finalizadas.
E, para coroar a sucessão de desastres que cerca o empreendimento, uma concessão nos moldes de parceria público-privada, as 3.126 vagas do CIR, mesmo que fossem colocadas à disposição amanhã, não seriam suficientes para abrigar todos os detentos das unidades de Itamaracá. O paradoxo cria a figura do presídio superlotado, antes mesmo de ser concluído.
Do: JC Online.
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