Desde 2011 a água que chega às residências está com o odor e a aparência de esgoto.
Quatro ruas no bairro de Arthur Lundgren, no município de Paulista, estão com o abastecimento de água contaminado. Desde 2011 a água que chega às residências das ruas Araripina, Alagoinha, Agrestina e Avenida Águas Belas, está com o odor e a aparência de esgoto.
Até ontem (25) foram feitas inúmeras ligações para a Compesa, mas nenhuma providência definitiva foi tomada pela companhia. Moradores exigiram a normalização do serviço através de denúncia feita no Cidadão Repórter, fórum de jornalismo colaborativo do Pernambuco.com.
O aposentado Paulo dos Santos, de 75 anos, não sabe mais a quem recorrer para utilizar o serviço que paga todos os meses. Sem condições de uso, a água que chega na casa dele, localizada na rua Agrestina, é desperdiçada, assim como nas demais residências afetadas.
"A água que nós recebemos só serve mesmo para descarga, porque quando arriscamos usá-la, adoecemos. Só aqui na minha casa já tivemos várias crises de vômito e diarreia por causa da má qualidade dessa água", conta o senhor que afirma estar utilizando água mineral para realizar os serviços domésticos e de higiene.
Paulo já fez um abaixo-assinado que chegou a reunir mais de cem assinaturas e foi entregue ao corregedor-geral da justiça. No entanto, o resultado do apelo foi apenas temporário.
"Depois que houve essa mobilização, melhorou e ficou seis meses alternando entre a água limpa e a contaminada. Mas depois de um tempo percebemos que isso foi apenas um paliativo. Queremos uma solução definitiva", diz.
Apenas na via onde Paulo mora existem três esgotos esborrando gerando um mau cheiro em toda rua e prejudicando ainda mais os moradores. De acordo com os usuários, o entupimento das valas seria a causa da infiltração.
"Aqui a água chega a cada dois dias. No primeiro ainda vem um pouco limpa, mas ainda com cheiro forte, então acredito que esteja contaminada e evito usá-la. Além disso, tem esses esgotos escorrendo em frente às nossas casas, que deve ser a causa do problema. Uma equipe veio sábado (20), mas não deu solução", conta a dona de casa Ednalda Sales, 62 anos.
Para a cabeleireira Orciana de Melo, 30 anos, que tem dois filhos pequenos em casa, a dificuldade é de mantê-los longe de contaminação.
"Logo no início do problema percebi que o contato com essa água estava provocando algumas doenças. Eles começaram a ter diarreia e vomitaram. Hoje evito que eles tenham qualquer contato", diz.
Já na rua Araripina, uma obra realizada no início deste ano que prometia resolver o problema da infiltração, só provocou mais transtornos, de acordo com a população. O morador Lúcio Ferreira, de 80 anos, conta que a manutenção trouxe prejuízos.
"Uma equipe veio aqui instalar duas válvulas e um filtro, que seria para controlar a saída da água. Além de não resolver, me prejudicou porque minha calçada ficou toda quebrada e ninguém veio consertar", reclama.
Procurada pela equipe do Pernambuco.com, a Compesa afirmou que uma equipe irá verificar a situação das ruas afetadas para poder tomar as providências necessárias.
Do: JC Online.
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