sexta-feira, 26 de abril de 2013

Moradores de Paulista, PE, fazem protesto contra pedido de despejo.


  Justiça pediu que moradores de Jardim Paulista desocupassem terreno.
  Empresa proprietária da área garante que não vai desabrigar ninguém.




Moradores de Jardim Paulista podem ser retirados de suas casas por decisão da Justiça. (Foto: Kety Marinho/TV Globo) Moradores de Jardim Paulista podem ser retirados de suas casas por decisão da Justiça. Em protesto, queimaram galhos de árvore e interditaram Rua 80. (Foto: Kety Marinho/TV Globo)
 Moradores de um terreno localizado Jardim Paulista, bairro da cidade de Paulista, Região Metropolitana do Recife, realizaram um protesto, nesta sexta-feira (26), após a área em que moram ter sido arrematada por uma empresa.
  A Justiça deu um prazo de 30 dias para que cerca de 300 moradias construídas no antigo terreno da massa falida da família Lundgren fossem desocupadas e entregues ao atual proprietário, a empresa JJ Participações e Projetos. Manifestantes queimaram galhos de árvores e interditaram a Rua 80, e a confusão foi controlada no final da manhã.
 As famílias moram lá há cerca de 25 anos e, de acordo com Solange Maria do Amaral, moradora que construiu sua própria casa no terreno, a comunidade foi surpreendida pela noficação da Justiça, dada na última quinta (25). "Chegou um oficial de Justiça aqui ontem, com a polícia, dando uma ordem de despejo para a gente desocupar área em 30 dias", disse.
 "E a gente vai morar onde agora?", questiona Solange. De acordo com ela, o protesto realizado durante a manhã resultou numa reunião com Emanuel Souza, representante da empresa que detém a propriedade. "Ele disse que a gente não se aperreasse, porque com 30 dias eles não vão tirar a gente daqui. A gente confia e ao mesmo tempo fica desconfiado. Vai que com 30 dias o homem chega aqui para derrubar tudo?", confessa Solange.
Moradores não ficaram satisfeitos em receber notificação da justiça pedindo que eles saíssem de casa em 30 dias. (Foto: Kety Marinho/TV Globo)Moradores não ficaram satisfeitos em receber notificação da justiça pedindo que eles saíssem de casa em 30 dias. (Foto: Kety Marinho/TV Globo)
 De acordo com Emanuel Souza, representante da JJ Partipações e Projetos, a reunião foi realizada para acalmar os ânimos dos moradores e garantir que eles não sejam despejados no prazo dado pela Justiça.  "A gente não vai demolir nem desabrigar ninguém até que haja uma solução que seja o menos traumática possível para essas pessoas. 
  É a visão social da empresa. O departamento jurídico vai entrar com um pedido de relaxamento ao juiz", garante Souza. De acordo com ele, o arremate do terreno foi decidido judicialmente em 10 de abril deste ano, mas a empresa ainda não tem um projeto para o local.
 Ainda segundo Emanuel Souza, a companhia vem negociando com os moradores há um certo tempo para construir novas casa com instalações higiênicas e corretas. "Não vamos mexer nem em 10 a 20% dos casos porque estão em uma área que não nos interessa e não tem valor de negócio. 
 Elas estão morando em locais precários, sem a menor condição de saúde e infraestrutura sanitária. Nossa proposta é conversar e fazer uma pareceria com a Prefeitura e o Governo para tirar as pessoas de lá e dar um local digno para elas", disse Emanuel Souza.
Do: G1/PE.

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