Caprino com característica incomum ficou famoso na Ilha de Itamaracá.
Bode leiteiro Rubinho Barrichelo e seu criador Joselito Duda da Silva. |
Mais um passo numa caminhada pelo centro de Itamaracá e se ouve: “Ó lá, o homem do bode que dá leite”, sempre seguido de um “que mentira!”. Joselito Duda da Silva, 50, o “Seu Doda”, está acostumado.
Há três meses, é alvo da língua ferina dos céticos, que, volta e meia, retornam ao Sítio Olho D’água, no bairro Roque Santeiro, levando consigo um outro morador do tipo “ver-pra-crer”. “É sempre a mesma coisa: ‘Vigi nossa Sinhora’ (sic) ou ‘meu Deus, é verdade’”, conta, sorrindo, o antigo “Doda das cabras”, hoje, “do bode”.
Rubinho, o caprino de quatro anos, mestiço de boé com anglolubiano, causa polêmica desde sempre. Há quem diga o nome é uma “homenagem” ao prefeito do município. A razão oficial é a lembrança do ídolo Barrichelo.
Nas últimas semanas, o animal, que foi pai dezena de vezes, com sete cabras diferentes, apareceu com as glândulas mamárias inchadas. “Ele estava mais pesado, com as pernas meio abertas e um amigo disse ‘isso é leite’. Pois ele começou a puxar e saiu. Nem acreditei. Tiro pelo menos um copo por dia”, garante o dono.
O animal foi examinado pelo doutor em medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Fábio Mendonça, que atestou condições normais de consistência, tamanho e aspecto dos testículos e mamas do bode, o que indica que ele não é hermafrodita. “É certo que se trata de um distúrbio hormonal, com conversão de testosterona em estrógeno, ou de ordem cromossômica, podendo ser hereditário.
Isso causa a ginecomastia (aumento das glândulas mamárias) e a galactorreia (produção de leite), mas, para isso, é necessário ter havido estímulo à área”, explica.
Do: Pernambuco.com.
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