Em uma visita à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, a cerca de 20
quilômetros do Recife, o ministro do
Esporte, Aldo Rebelo, manteve o mistério sobre a polêmica que
mantém com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, após o francês ter
afirmado que os organizadores do Mundial deveriam levar um "chute no traseiro"
para fazer o evento acontecer.
O dirigente chegou a se
desculpar, mas o governo brasileiro ainda não esclareceu se irá manter seu
pedido à Fifa para que indique um novo interlocutor.
"Sou
jornalista também e não vou dar esse lead [primeiro parágrafo do texto
jornalístico] a vocês. Não quero adiantar. Vou para Brasília cumprir meus
compromissos e depois vou responder as duas cartas que recebi. Não haveria bons
modos de minha parte em antecipar. Posso escrever hoje à noite ou amanhã",
afirmou, citando que dará ciência à presidente Dilma do teor das missivas. "Não
faço segredo, mas não vou dizer se as cartas encerram o episódio ou não".A agenda do ministro em
Pernambuco fez parte de uma série de visitas que ele fará às obras dos estádios
das 12 cidades-sede para acompanhar os preparativos para o
Mundial.
Questionado se a polêmica ajudou a aprovar a Lei Geral da
Copa, nesta terça-feira, pela Comissão Especial na Câmara dos Deputados, Aldo revelou que chegou a
temer que a polêmica atrapalhasse a votação e os planos do
governo.A Lei Geral, que define regras para a realização
do torneio no Brasil, pode ser votada hoje em plenário na Câmara.
O texto aprovado na véspera inclui a permissão para a venda de bebidas
alcoólicas em estádios.Aldo também disse que não há o menor
risco de a Copa ser cancelada por eventuais desavenças com os organizadores. "A
Copa vai acontecer de todo jeito. Devemos recebê-la como um grande desafio, que
vai testar as nossas habilidades. Vai também testar as nossas dificuldades.
Temos que ter humildade para perceber isto".
Neste momento, Aldo fez uma
comparação inusitada. "O Brasil já fez coisas muito maiores e mais importantes.
Fazer os estádios não é um desafio maior do que ter feito cidades como Recife e
Olinda, monumentos como os Forte Orange, em Itamaracá. Mais difícil foi expulsar
os holandeses", citou, em tom irônico.
Fonte: Tribuna da Bahia.
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