quarta-feira, 7 de março de 2012

Ministro do Esporte faz mistério sobre desculpas da Fifa.

Em uma visita à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, a cerca de 20 quilômetros do Recife, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, manteve o mistério sobre a polêmica que mantém com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, após o francês ter afirmado que os organizadores do Mundial deveriam levar um "chute no traseiro" para fazer o evento acontecer.

O dirigente chegou a se desculpar, mas o governo brasileiro ainda não esclareceu se irá manter seu pedido à Fifa para que indique um novo interlocutor.

"Sou jornalista também e não vou dar esse lead [primeiro parágrafo do texto jornalístico] a vocês. Não quero adiantar. Vou para Brasília cumprir meus compromissos e depois vou responder as duas cartas que recebi. Não haveria bons modos de minha parte em antecipar. Posso escrever hoje à noite ou amanhã", afirmou, citando que dará ciência à presidente Dilma do teor das missivas. "Não faço segredo, mas não vou dizer se as cartas encerram o episódio ou não".

A agenda do ministro em Pernambuco fez parte de uma série de visitas que ele fará às obras dos estádios das 12 cidades-sede para acompanhar os preparativos para o Mundial.

Questionado se a polêmica ajudou a aprovar a Lei Geral da Copa, nesta terça-feira, pela Comissão Especial na Câmara dos Deputados, Aldo revelou que chegou a temer que a polêmica atrapalhasse a votação e os planos do governo.

A Lei Geral, que define regras para a realização do torneio no Brasil, pode ser votada hoje em plenário na Câmara. O texto aprovado na véspera inclui a permissão para a venda de bebidas alcoólicas em estádios.

Aldo também disse que não há o menor risco de a Copa ser cancelada por eventuais desavenças com os organizadores. "A Copa vai acontecer de todo jeito. Devemos recebê-la como um grande desafio, que vai testar as nossas habilidades. Vai também testar as nossas dificuldades. Temos que ter humildade para perceber isto".

Neste momento, Aldo fez uma comparação inusitada. "O Brasil já fez coisas muito maiores e mais importantes. Fazer os estádios não é um desafio maior do que ter feito cidades como Recife e Olinda, monumentos como os Forte Orange, em Itamaracá. Mais difícil foi expulsar os holandeses", citou, em tom irônico.
Fonte: Tribuna da Bahia.

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