Tumulto em complexo prisional do Recife deixa 2 mortos e 4 feridos.
Três presos que se feriram foram levados para o Hospital Otávio de Freitas.
Policial militar precisou de seis pontos após levar uma pedrada na testa.
Conflito começou porque presos reclamam da nova administração e demora na entrada de visitantes (Foto: Reprodução/TV Globo)
Duas pessoas foram mortas e outras quatro ficaram feridas em um
conflito ocorrido na manhã deste domingo (26), no Complexo Prisional
Aníbal Bruno, no Recife. Os dois mortos eram detentos da unidade. Todos
os feridos já receberam alta. Um deles é policial militar – ele precisou
de seis pontos na cabeça após levar uma pedrada. Os três presos que se
feriram foram levados para o Hospital Otávio de Freitas. Um detento
morreu durante confronto com a segurança do presídio e o outro morreu
depois, durante um conflito entre grupos rivais.O tumulto começou por volta das 8h, assim que foi aberto o horário de visitas. “No momento de divisão das três unidades [em janeiro], mudou a direção, e isso deixou algumas pessoas insatisfeitas. A organização é diferente, mais rígida, tem agora uma revista padrão”, explica o coronel Romero Ribeiro, secretário de Ressocialização.
Confusão começou quando presos tentaram invadir
a 'gaiola' (Foto: Reprodução/TV Globo)
A origem da confusão foi a reclamação dos presos presos da demora para
entrada das visitas – a revista agora é mais rigorosa, com sistema de
raio x, retardando o fluxo. Os detentos ameaçaram ocupar a ala conhecida
como ‘gaiola’ e foram contidos pela segurança, que começou usando armas
não letais, mas a confusão acabou ficando maior. Nesse momento é que o
primeiro preso foi atingido por um tiro de origem desconhecida.a 'gaiola' (Foto: Reprodução/TV Globo)
“Foi um tumulto forte, mas não podemos chamar de rebelião porque o estado não chegou a perder o controle sobre a unidade. Agora está tudo sob controle, inclusive as visitas continuam”, explica o secretário. O Batalhão de Choque da Polícia MIlitar foi chamado, mas não chegou a entrar no local.
O corpo do segundo preso morto já passou pela perícia do Instituto de Criminalística e será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Segundo a perita Vanja Coêlho, do IC, o corpo tinha várias marcas de objeto perfuro-cortante. Os três presos que receberam atendimento médico no Hospital Otávio de Freitas foram atingidos por tiros. Dois deles feriram o braço direito, um de 22 anos e outro de 26. O outro, de 21, foi atingido na perna direita.
Em janeiro, o antigo presídio Aníbal Bruno foi dividido em três unidades com capacidade para 1.500 pessoas – atualmente há 5.300 vivendo lá. De acordo com a Secretaria de Ressocialização, 5.300 presos estão no Conjunto Prisional Aníbal Bruno, que tem capacidade para 1.500. Destas, 800 estão no presídio Frei Damião de Bozzano, 1000 no Agente Marcelo Francisco de Araújo e 3.500, no presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, onde ocorreu o tumulto.
Mulheres bloqueiam a Avenida Liberdade
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Protesto(Foto: Reprodução/TV Globo)
À tarde, a segurança foi reforçada com mais policiais militares com cães e equipes do Batalhão de choque. Encerradas as visitas, muitas mulheres com filhos pequenos permaneceram em frente ao presídio e protestaram. Elas atearam fogo a pedaços de árvore, lixo, fechando a Avenida Liberdade. Ninguém passava – foi a forma que encontraram de chamar a atenção da direção da unidade.
Fonte: G1/pe.
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